Capítulo 3 - A hora exata

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Patrick

Quando Jillian se apresenta e logo em seguida me beija, sinto um nó. Ainda que eu não tenha intenção de me sentir assim, eu não me sinto mais como antes ao lado dela e, ainda que nem mesmo o meu café eu tomara, sinto uma ânsia, um incômodo, mas a beijo, tanto por Emma, quanto por saber que é o certo, somos casados, e do jeito dela, ela me ama. Ela me apoiou muito nessa vida. É uma boa ouvinte, e as vezes boa amiga, boa mãe, e eu disse que tentaria. Estou tentando.. mas, por quê me ocorreu o quanto eu gostaria que fosse Ellen? E por quê isso tinha de ser tão errado? Por quê isso está acontecendo, por Deus, não estou me entendo. Eu não deveria sentir nada por Ell, acabo de conhecê-la, mas sinto como se fosse de uma vida inteira, não só uma, muitas vidas. Me sinto como se fosse dela, sinto como se ela fosse minha, sinto como se fosse predestinado, sinto tudo em uma intensidade que é grande demais para mim neste momento. E agora ainda à dou apelidos? "Ell? " Eu não posso, não tenho essa intimidade e céus o que estou fazendo?! Em seguida, vejo que ela está com os olhos tristes, mas também sinto certa gratidão. Ela nos olha, se despede, abraça Emma, e céus como eu amaria um abraço dela também.. e por uns segundos nos olhamos fixamente, como se o verde e o azul se perdessem um no outro, como se fôssemos partículas na imensidão dos universos criados dentro de nossos olhares, e como se isso nos fizesse conectados..e eu queria ter dito isso a ela, tudo isso a ela, mas o que eu faria em seguida? Diria tudo isso, diria que tem 99,9% de chances de eu estar perdidamente apaixonado e o que aconteceria? Ela me acharia um louco. Pois acabamos de nos encontrar.. sem dúvidas eu não a culparia, eu devo estar ficando louco, me sinto louco.. e minha esposa, mesmo que eu não a veja mais assim, há algum tempo.. temos responsabilidades juntos, eu sei que eu tenho. E a Ellen? Ela ao menos se sentira assim? Ela era casada também? Tinha alguém? Espero do fundo da minha alma que não, pois só de pensar nisso meu estômago começara a embrulhar novamente. Senti quando nos despedimos mesmo sendo daquela maneira fria, que não era um adeus, senti que a veria novamente e torci mentalmente para que fosse verdade, e para que ela realmente estivesse se sentindo como eu estava, e como ela parecia estar... aos meus olhos ao menos, e assim, com Emma ainda em meu colo, mas agora com um semblante nem tão alegre assim, e depois de me despedir.. temporariamente.. eu espero, do meu anjo, eu segui, com Jill ao meu lado.. e Ellen ainda mais próxima.. em meu coração.. minha mente e honestamente em todo meu ser. E por um momento, agradeci ao universo por esta viagem, e por ela estar aqui dentre tantos outros lugares em que poderia estar nesse mundo vasto e imenso.. no exato momento em que nos encontramos. E principalmente agradeci por ter acordado às 06:00 da manhã de um sábado (o que eu sei.. eu disse ser um pouco cedo, ainda que para mim) mas agora percebo que era, a hora exata. E sem dúvidas por ter decidido tomar um café. Naquele início de manhã muito embora eu não soubesse, honestamente jamais imaginei.. mas esse com toda certeza.. será sempre o café mais memorável do mundo, será sempre o dia em que minha vida ganhou sentido.. e o dia em que eu soube que anjos eram reais, pois acabava de encontrar-me com um. Serei para sempre grato.

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