Capítulo 41 - Não sabia?

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Ellen

Depois do acontecido com Jillian no corredor aquela tarde, Patrick e eu subimos e adentramos o flat em silêncio. Sentamos no sofá tom mostarda de Mark e ali ficamos, grande parte do tempo seguíamos nos olhando. Ali, apenas apreciando a companhia um do outro, ele vez ou outra me sorria, e eu o retribuía, mas eu sentia mesmo que ele tentasse esconder, o quão triste e preocupado ele estava. Talvez por mim, por eu ter presenciado a coisa toda, talvez por ele que já não aguentava mais todas as dificuldades que lhe cercavam desde que me conhecera, talvez por nós que ainda estávamos tentando fazer dar certo.. mas com certeza, por Emma. Ele a ama mais que tudo nesse mundo, e ver a filha sofrer não é algo que pai algum apreciaria, imagine então um que morreria por sua menina. Queria ajudá-lo, dizer algo que o confortasse, queria quebrar esse silêncio, mas não sabia bem como fazê-lo. Estamos um de frente para o outro, ele sentado em uma ponta, e eu em outra com os pés jogados em cima dele, que os massageia delicadamente com o semblante mais sério que eu já o vira.. ele está olhando para frente, para o nada mais precisamente. Mal parece estar aqui.. fecho os olhos um segundo e logo somos despertos cada um de seu transe pelo telefone fixo que toca ao lado de onde estávamos.
- Alô.. ele diz rapidamente ao atender
- Sim sim, estamos bem, obrigada por tudo.. por me avisar também.
Quer que eu passe aí pra— ele suspira..—
Ok, tá bom, obrigada, tchau.
Ele finaliza, coloca o aparelho na base e volta seu olhar a mim.
- Era Amy.. ele diz sem muito ânimo
- Tá tudo bem com a Em?
- Tá sim.. ele diz cabisbaixo.
- Elas assistiram desenhos, brincaram e depois de um banho e de comer uma salada de frutas, ela pegou no sono. Agora dorme tranquilamente segundo a Amy. Tentei falar com ela, se queria que eu passa-se lá, mas ela disse que é melhor não tirá-la, por estar dormindo, e pra não pegar friagem. Enfim, ela está bem, perguntou por nós também e disse que liga se precisar.
- Que bom, ela está bem.. viu? Fica tranquilo.. digo docemente
- Você viu como os olhinhos dela estavam cheios de água quando— o interrompo
- Vi sim.. digo simplesmente tocando seu braço com leveza.
- Eu não quero que ela tenha que presenciar esse tipo de situação.. não dá. Ela só tem três anos entende? É muito pra uma criança, e eu sei que a Jillian não vai facilitar.. tenho medo de que queira tirar ela de mim.. eu.. eu não sei. Eu só quero proteger ela ao máximo de tudo isso.
Ele dizia com a voz embargada.. me aproximo.
- Eu sei.. eu entendo, mas não é culpa sua.. você é um ótimo pai, não se culpe nem por um momento.
- Ela não vai tirar a Emma de você. Você vai ver que tudo vai se encaixar... vai ver. Lhe dizia enquanto fazia carinho levemente com a ponta dos dedos em seus cachos bagunçados.
- Tomara amor.. ele dizia se aproximando ainda mais.
- Você quer alguma coisa? Tá com fome? Me pergunta cuidadoso.
- Não amor, obrigada. Você quer alguma coisa? Pergunto e ele me dá um riso safado.
- Perguntinha capciosa essa sua em moça.. dizia ainda sorrindo
- Para seu bobo, não foi isso que eu quis dizer.. digo batendo levemente em seu braço e sorrindo.
- Eu sei.. foi só pra rirmos um pouco. Minha cabeça tá tão cheia.. ele diz e volta ao olhar triste que estava..
- Eu sei.. digo e o beijo levemente os lábios
- Emma volta pra cá amanhã? Pergunto com medo de isso o fazer se fechar novamente em sua mente cheia.
- Não.. Izzie, a babá..
Dizia me olhando
- Vai buscá-la na casa da Amy e depois levá-la até a Jillian, e eu não sei como vai ser depois.. ou quando vou vê-la. Já que não tivemos a oportunidade de combinar.. digamos assim. Suspira.
- Entendi.. sinto muito ter estragado tudo.. se eu suspeitasse nem teria vindo.
- Não meu amor, você não teve culpa alguma. Eu me senti no paraíso ao ver você na minha porta.. porta do Mark. Se corrige e ri.
- Aliás.. Mark
- Cristina
- Temos que pegá-los no aeroporto amanhã à tarde.. Dizemos juntos
- Apesar de que eu trabalho amanhã.. vou tentar sair antes pra irmos juntos, estou resolvendo umas coisas na empresa e logo volto pra casa.. ou.. não.. não sei ainda.
Disse sem ao menos entender direito o que acabara de falar.
- O que isso quer dizer?
- Que eu tenho um contrato e— esquece, eu ainda não decidi.. podemos falar sobre isso depois?
- Tudo bem.. ele diz sem protestar e me beija suavemente.
- Posso te pedir uma coisa? É que, é um favor que só você pode fazer pra mim.. ele diz sorrindo enquanto me dá diversos selinhos e acaricia meu rosto.
- Pode.. digo simplesmente em um quase sussurro me sentindo arrepiar quando ele desce os beijos ao meu pescoço e orelha..
- Fica aqui comigo hoje..
- Fica.. por favor.
Sua voz manhosa, e rouca, um tom de quase súplica, enquanto continuava a me beijar. Alternando lentamente entre boca, bochecha e pescoço..
- Mas eu não trouxe roupa pra dormir aqui.. digo sorrindo
- E quem disse que precisa de roupa pra dormir aqui? Não sabia?
- Essa casa é contra "peças noturnas". Ele diz sério, o que só me faz querer rir da situação.
- Oh, eu não sabia.. me desculpe.. sendo assim acho que não tem problema não é, quem sabe se.. eu ficar. Digo fingindo pensar.. até porque não precisaria pensar o óbvio.. claro que ficaria. Não consigo dizer não a ele, menos ainda com esse pedido.
- Então eu fico..
Digo sorrindo e ele me beija, da forma mais alegre e apaixonada a qual já fui beijada.. sorrio de volta entre o beijo enquanto nos encaixávamos no sofá. Deitamos e trocamos carícias.. fizemos amor algumas vezes. E logo a amanhã seguinte chegara, e com ela, assim como novas alegrias, novos problemas.

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