Capítulo 24 - Um adolescente outra vez...

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Ellen

Pois bem, acredite se quiser mas, eu estou no México. Céus, o que eu estou fazendo aqui? Me questiono por um tempo até ver Cristina me trazer outra dose de tequila, já estávamos na casa a horas.. e eu ainda me sinto desacreditada por ter vindo.. eu não fazia a mínima ideia de que era tão longe assim, quer dizer, eu estou no México.. céus, de qualquer forma sei que preciso tentar ao máximo aproveitar o fim de semana aqui, ou melhor, a semana.. passamos pela praia mais cedo, é realmente de tirar o fôlego,não é atoa que é um dos pontos mais visitados por turistas de todo o mundo.. mas hoje ela estava linda e vazia, pouquíssimas pessoas estavam por lá.. e em vista de estar um pouquinho frio acredito que logo ficará ainda mais vazia.. uns shots depois e decido ir até lá mais uma vez, andar, espairecer.. sozinha. As meninas estão em pura empolgação cantando e dançando alguma música que eu não reparara qual com um som realmente alto na imensa sala da casa, uma das.. —tem realmente muitos cômodos aqui.. — de biquíni e shorts e, eu por outro lado visto um vestidinho branco com alças finas, estampado com alguns girassóis e em um meio termo entre o soltinho e o colado, ele defini o corpo mas não aperta.. digamos assim. E um all star amarelo que ganhara de Cristina natal passado. Eu iria procurar um chinelo nas minhas coisas mas resolvi que depois faria isso, eu só precisava de ar fresco.. e tinha que ser agora.. os drinks tomados estavam subindo rapidamente eu diria. Solto meus cabelos que estavam em um coque baixo e que agora se encontravam em ondas bagunçadas cobrindo meu pescoço e sigo avisa-las, mas elas estão.. alteradas demais e só me olham sorrindo como se nada que eu disse houvesse realmente alguma importância. Joseph e Leo ainda não chegaram. O namorado de Kate e o tal amigo.. também não. Sigo em direção à praia.. como eu suspeitava, calma, tem apenas uns surfistas na água, —sempre tive uma mini quedinha por surfistas.. —riu com meus pensamentos enquanto observo o mar, e o brilho da hora dourada em que já se encontrava o dia, ou melhor o fim do dia.. e depois de algum tempo vejo sair da água — logo após uma onda imensa.. — e segurando uma velha prancha.. um rosto e um corpo que eu chamaria de.. familiar. Oh meu Deus, não pode ser.. sinto meu corpo todo congelar e não era pelo vento gélido que ali pairava.. petrificada. Eu estava petrificada. Eu não poderia estar vendo direito.. minha cabeça devia estar me pregando alguma peça com o tanto que eu bebi faz todo sentido. Pensei. Meu coração acelerava cada vez mais, fiquei ser ar, e me senti em completo desespero. Ele estava ainda mais lindo, seus braços aparentemente mais definidos, fortes.. ou quem sabe pudera ser a minha visão turva. Seus cabelos molhados.. saído do mar ele se curva rapidamente na areia, pega uma toalha branca, seca os cabelos enquanto os sacode um pouco e pendura a toalha no pescoço.. estava todo molhado e a bermuda verde escura colada.. bem colada. Definindo tudo. Ele está mexendo comigo.. — e nem sei se ele realmente está aqui ou se finalmente enlouqueci— percebo que continuo a mesma boba apaixonada de 1 ano atrás quando se trata dele. Ele me faz sentir como uma adolescente outra vez. Que saudades desse peitoral.. desses olhos, essa boca.. céus, eu devo estar muito bêbada, mais do imaginei. Deve ser alucinação.. tem que ser. Ou, seria coincidência demais.. ele já havia notado minha presença a um tempo.. está se aproximando e eu preciso sair daqui antes que—
- Ellen? Ouço ao fundo ele me chamar parece tão incrédulo quanto eu e me sinto sufocar ao virar e olhá-lo. Mesmo na distância em que estávamos, não era muita, mas ainda sim.. nos olhamos um tempo. Senti-me corar e os olhos marejar. Nada dissemos. Eu bem queria dizer.. — ainda que não saiba o quê— queria abraçá-lo. Sentir seus braços ao meu redor e seu cheiro que eu tanto sentia falta.. mas eu corri. Eu só podia correr.. estava confusa como nunca antes.

Patrick

Chegamos ao aeroporto.. Rose já estava nos aguardando a um tempo. Ela realmente estava linda como Mark dissera. Ela mal o vira, correu em minha direção e eu só tive tempo de segura-lá em um abraço apertado. E depois de muitos elogios, abraços e até alguns beijos na bochecha, pescoço e um selinho.. —o qual não me causou efeito algum. — Saímos em direção a casa, Mark tinha o endereço no GPS, achei que Kate iria vir pega-lo mas ele disse que ela não estava em condições.. já haviam bebido muito.. e claro ele estava certo. Pegamos um táxi e quando menos esperávamos estávamos lá. Um enorme casarão, realmente isolado de tudo em volta e deveras bonito. Entramos e ele corre em direção a Kate, Rose e eu acenamos à ela de longe.. ela acena de volta... as outras duas estavam dormindo ou na praia eu não prestara muita atenção quando Kate dissera.. Mark de imediato já queria que eu as conhecesse.. principalmente a 'loirinha' céus, ele não tem jeito nem na frente da Rose. Eles seguiram pra algum quarto pouco tempo depois e eu estava na sala com Rose. Senti que ela esperava algo de mim, um beijo mais caloroso ou algo do tipo.. mas eu não estava afim.. não ali.. não agora.. e não sei se me sentiria assim.. eu sei lá, resolvi dizer a ela que queria andar pela praia, conhecer, e tentar surfar (risos) ela se ofereceu para ir comigo (algumas vezes) mas eu disse que preferiria passar essa vergonha sozinho e que quando melhorasse minha técnica de surfe a levaria comigo. — Não sei bem se esse tal dia chegaria.. talvez eu fosse surfar mal pelo resto da minha vida.. mas— não disse isso a ela. Rose rira e disse que iria ajeitar as coisas no lugar e descansar. Assenti e fui logo trocar de roupa. Estava vestindo uma camiseta branca, uma bermuda verde escura e chinelos. Peguei a velha prancha e uma toalha e sai rumo a praia.. andei um tempo mas, achei. Tive de achar, Mark não havia me dito ao certo onde era, só que era perto, e de fato era. Admirei a paisagem por um tempo.. e tive uma estranha sensação.. era algo bom.. algo me dizia, mas, não sabia o quê. Olhei em volta e admirei um pouco de tudo. Entrei na água e duas ou três ondas depois— em todas eu digamos, cai.—  Já havia desistido por hoje, a água também estava muito fria, o que não colaborou.. saio do mar, pego a toalha ao lado da minha camiseta e me seco um pouco. De repente avisto alguém, naquela luz dourada de fim de tarde. Tarde gélida. Oh céus eu devia estar enlouquecendo de vez. Porque, quem eu via.. só podia ser um sonho. Ela estava ainda mais linda, o brilho dos seus cabelos era inconfundível, eles estavam maiores por sinal, caídos em ondas perfeitamente bagunçadas nas suas costas, algumas mechas pra frente, quase que em seu rosto. Ela usava um vestido branco com uma estampa de girassóis, alças com um decote não muito grande, mas que se destacava aos seus seios, colado na cintura definindo seu corpo perfeito, mas solto nas pernas, um pouco acima do joelho, e um all star amarelo que soava tão Ell, tão alegre, e que me fez sorrir. E me fez pensar em seu riso, e por um minuto fechei os olhos e senti que meu coração que se aquecera com a lembrança podia aquecer assim também todo meu ser. Eu a olhava, não podia acreditar.. resolvi andar até ela.. sigo em passos rápidos e quanto mais me aproximava, mais certeza tinha, era realmente a minha menina, minha Ell. Mas ela se afastava.. cada vez mais.. aos poucos.. e quando vi ela se virava. A chamo, com a voz embargada, e ainda sem acreditar, meu peito ardia, meus olhos marejavam e eu queria tanto abraçá-la. Sentir mais uma vez seu cheiro.. eu ia sufocar.
- Ellen?
Confesso que a chamei sem pensar muito no que viria a seguir e antes que eu percebesse ela virou-se e me olhou. Ficamos nos olhamos certo tempo, e mesmo meio distante consigo ver que esta corada. E em seguida antes de dizer qualquer coisa.. se é que eu conseguiria dizer qualquer coisa naquela hora.. ela corre, corre rápido e para longe. Ell está aqui. Para onde ela teria ido? Vivemos em um eterno desencontro. O destino teria me dado outra chance? O quê estaria havendo? Mark armara isso tudo? Sinto-me um adolescente outra vez cada vez que estou perto dela. Preciso urgentemente saber para onde ela foi.. e o que eu faria a seguir. Não iria deixar passar essa segunda oportunidade vinda dos céus, mas confesso, estou perdido, estou congelado. Não consegui ir atrás dela.. mas estou feliz. Perdido, mas feliz.

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