Capítulo 3

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O porteiro ajudou Mia a se ajeitar no sofá e voltou para a portaria.

- O que aconteceu? - perguntou Maria.

- A culpa foi minha eu não vi a sua filha na faixa de pedestre. - disse Isabella.

- Eu tive culpa também, estava distraída e não vi o carro. - disse Mia. Conhecendo muito bem a sua mãe ela quis limpar a barra de Isabella.

Isabella olhou-a sem entender nada, mas nada disse.

- Mia, você sempre com a cabeça na lua. Aposto que é coisa da... - dizia Maria ao ser impedida por Mia de continuar.

- Tô bem, mãe só preciso usar esse gesso durante um tempo. - cortou Mia.

- Eu faço questão de pagar o tratamento, aqui esta meu cartão. - disse Isabella alcançando um cartão para Mia e outro para Maria.

- Obrigada. - disse Mia.

- Você precisa de alguma coisa? - perguntou Isabella.

- Não, estou bem de verdade.- disse Mia.

- Qualquer coisa vocês podem me ligar, por favor? E Mia faço questão que você siga o tratamento na clínica. - disse Isabella.

- Eu a acompanho até a porta. - disse dona Maria.

Assim que Isabella saiu Maria voltou-se para Mia.

- Como você esta filha?- perguntou.

- Bem, não estou com dor, mas amanhã não vou ter como ir trabalhar. - disse Mia.

- Você precisa descansar amanhã você pensa nisso. - disse Maria.

- Sim. 

Mia mancando foi até o quarto e caiu da cama. Como o apartamento era pequeno, o quarto de Mia e Maria era na mesma peça sendo dividido por uma repartição de madeira. O quarto de Mia só cabia uma cama e um guarda-roupa pequeno, já o quarto de sua mãe era ainda menor. Mia deitou-se na cama observando o teto.

Era inevitável lembrar daqueles olhos verdes penetrantes. Isabella era linda de todas as formas, elegante, simpática e preocupada, pediu desculpas três vezes pelo acidente. Ao ver o cartão dela, Mia se deu conta se tratar de uma das maiores empresarias do ramo de tecnologia, a empresa LM-Corporation era o emprego dos sonhos de qualquer estudante de engenharia de software.

Acabou adormecendo com Isabella no pensamento.

[...]

Isabella saiu atônita do apartamento de Mia, seu dia tinha sido o pior da sua vida. Tinha pego Mario com a amante e para completar tinha atropelado uma jovem. Dirigiu até sua casa despedaçada com todos aqueles acontecimentos no dia. Chegou em casa e foi até o quarto dos filhos, os dois dormiam em seus quartos. Foi até a sua suíte e encheu a banheira de água, nem sinal de Mario o que era bom. Isabella entrou na banheira e ao sentir a água morna em sua pele, chorou, chorou e chorou. 

Quando finalmente se acalmou Isabella se sentia renovada, lembrou de Mia. Se sentiu grata por tudo que havia conquistado e pela saúde de seus filhos. Ficou mais um tempo na banheira até sentir a água esfriando, saiu de lá e vestiu um roupão, escutou um barulho vindo do andar de baixo e viu Mario entrar em casa.

Isabella ficou em silêncio na suíte dos dois até Mario entrar.

- Precisamos conversar. - disse ele que visivelmente tinha bebido.

- Sim. - falou Isabella.

- Não podemos nos separar, somos o casal perfeito. - disse ele.

- Não somos perfeitos Mario, nosso casamento já não funcionava mais. - disse Isabella.

- Você perdeu o juízo, olha pra você uma mulher com dois filhos. - vociferou Mario.

- E o que tem isso? Eu quero o divórcio Mario e você vai ter que aceitar. - disse Isabela.

- Eu sou o homem perfeito para você, nós somos perfeitos. - falou ele.

- Perfeito em que? Você me traiu que tipo de perfeição é essa? - vociferou Isabella.

- Eu sou homem, você não tem mais o corpo de antes, além do mais era só uns casinhos sem importância eu nunca ia deixar você. - disse ele.

- Fora daqui, Mario eu não quero mais ouvir esses absurdos. - gritou Isabella, por sorte o apartamento era grande e os meninos não escutavam a discussão deles.

- Me perdoa. - pediu Mario.

- Fora, agora. - gritou Isabella.

- Você vai se arrepender disso, você esta me ouvindo? - disse ele pegando uma mala e colocando algumas roupas dentro e saindo da suite.

- Essa conversa ainda não acabou. - disse ele indo embora.

Isabella desabou sobre a cama já não havia lágrimas e ela simplesmente desabou sobre a cama inerte pensando em toda a sua vida até aquele momento até adormecer.

[...]

No outro dia, Mia acordou com o corpo dolorido do acidente do dia anterior, sua mãe já tinha levantado e estava trabalhando, pois tinha uma grande entrega para realizar. Mia saltitou até o banheiro e resolveu tomar banho, teve que fazer marabalismos para conseguir tomar banho sem molhar o gesso. Saiu dali e sentou-se no sofá estava esgotada do esforço.

- Como esta filha?- perguntou Maria.

- O corpo dolorido, mas de resto estou bem. - disse Mia.

- Mãe, me empresta o celular, o meu acabou quebrando no acidente? - pediu Mia.

- Claro, filha. - disse Maria alcançando o celular para a filha.

Mia ligou para a loja na qual trabalhava para avisar que tinha sofrido um acidente. O dono perguntou quanto tempo ela ficaria de repouso, quando Mia disse que seria 1 mês o homem ficou furioso e disse que se ela não fosse trabalhar estaria demitida. Mia vociferou furiosa, fazia 6 meses que estava na loja e nem carteira o homem tinha assinado, Mia ia sair dali sem direito a nada. 

Mia tentou dialogar, mas o homem não quis ouvir, ela desligou o telefone resignada, foi até o quarto e vestiu  uma blusa e uma saia já que não tinha como colocar calça.

- Que roupa é essa?- perguntou Maria.

- Roupa de quem vai sair para trabalhar. - disse Mia.

- Como você vai trabalhar com esse pé desse jeito?- perguntou Maria.

- Se eu não for, vou ser demitida e vou ser obrigada a trancar a faculdade. - disse Mia pulando até a porta.

- Mia, nós vamos dar um jeito você não tem condições de trabalhar. - insistiu Maria.

Quando Mia abriu a porta para sair deu de cara com Isabella pronta para bater na porta.

Uma nova chance para amarOnde histórias criam vida. Descubra agora