Capítulo 12 - Verdades guardadas

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O despertador de Mia tocou e Isabella acordou, lembrou da noite anterior e sorriu satisfeita, a sensação de ter a pessoa amada junto a si era indescritivel.

Virou para o lado e estendeu o braço procurando por um contato com Mia, mas não encontrou. Levantou da cama e observou o quarto de Mia que era extremamente organizado. Escutou o barulho do chuveiro e viu a silhueta de Mia tomando banho. Ficou alguns minutos vendo Mia tomar banho embasbacada, como era possível amar uma pessoa ainda mais depois de tantos anos?

Mia saiu do banheiro enrolada em um roupão e observou Isabella ainda deitada.

- O café esta servido na cozinha, assim que você sair deixe a chave com o porteiro. - disse Mia.

- Achei que íamos aproveitar o dia juntas. - disse Isabella.

- Não, preciso trabalhar alguns assuntos urgentes. - disse Mia.

- Mas hoje é domingo. - disse Isabella.

Mia ignorou totalmente aquela resposta e pegou um vestido no armário e o levou até o banheiro. Isabella continuava sentada na cama enrolada no lençol tentando entender o que aquilo tudo significava.

Respirou fundo e procurou por suas roupas pelo quarto. Mia saiu do banheiro já vestida e observou Isabella.

- Você destruiu minha blusa. - disse Isabella.

- Pode pegar uma minha e um casaco deve servir. - disse Mia indiferente.

- É assim que vai ser então? - bufou Isabella.

- Não sei do que você esta falando. - disse Mia.

- Você sabe muito bem do que eu estou falando. - disse Isabella.

- Você me queria não foi o que me disse ontem? Então você me teve, agora é vida que segue. - disse Mia.

- O que eu sou pra você Mia? Mais uma das suas conquistas noturnas? - alterou-se Isabella.

- Você é só mais uma na minha vida, é isso que quer ouvir? Pois é isso que você vai ter de mim a partir de agora. - disse Mia.

- Você pode fazer o que quiser, mas no fundo você sabe muito bem que ainda não me esqueceu. - disse Isabella.

Mia gargalhou alto e Isabella a fitou surpresa.

- Eu tive pena de você, praticamente implorou, seria muita maldade minha não te chamar para vir aqui. - disse Mia.

- Eu não sei o que fizeram com você, mas essa sua versão é detestável. - disse Isabella.

- Essa nova Mia que conquistou tudo o que conquistou? Que não depende de ninguém e não tem medo de mostrar quem ela é? - disse Mia.

- Essa nova Mia que trata as mulheres como se fossem objetos que usa e joga fora. As pessoas tem sentimentos você sabia? - bufou Isabella.

- Como eu vivo ou deixo de viver a minha vida não lhe diz respeito. Eu vivo a minha vida como eu bem entender. - devolveu Mia.

- Ótimo, continue então com essa vida vazia pisando nas pessoas. - disse Isabella procurando sua blusa no chão para vestir.

- Sabe a sensação de não ter que se esconder de ninguém? De não se importar com a opinião dos outros? Pois bem essa sou eu vivendo a minha vida de forma livre sem julgamentos e amarras. - disse Mia.

- Qual é o seu problema? Você acha que eu me orgulho do que eu fiz no passado? Eu sei que cometi muitos erros, e me arrependo, mas o que eu posso fazer? Não tem como voltar no tempo e consertar as coisas. - disse Isabella amarrando a blusa para tentar consertar os rasgos.

- Como você é engraçada Isabella. Eu queria entender o que passa dentro dessa cabeça, você acha que é só voltar e eu vou cair nos seus braços? Faz-me rir. - disse Mia rindo de novo.

Isabella estava com os olhos cheios de lágrimas. Respirou fundo e vestiu sua sandália, estava a ponto de explodir e precisava sair dali.

- Pronto Mia você venceu. Quer que eu te deixe em paz? Eu vou deixar. Essa Mia que está diante de mim eu não conheço e sinceramente não quero conhecer. - falou Isabella saindo do quarto e batendo a porta.

- Excelente agora some daqui. - gritou Mia e Isabella saiu do apartamento.

Mia sentou na cama e desabou, sabia que tinha sido dura com Isabella, mas era necessário. Ela não podia reaparecer depois de tanto tempo e bagunçar a vida dela daquele jeito. Isabella tinha ferido muito Mia e seu coração ainda estava despedaçado.

Isabella saiu do apartamento completamente transtornada, Mia tinha se tornado arrogante e fria ao mesmo tempo, completamente diferente da menina carinhosa que ela conhecerá. Era triste pensar que alguém que ela amava tanto tinha se transformado tanto.

Chamou um táxi e foi direto para casa. Chegou direto para o banho ainda sentia os toques de Mia pelo seu corpo e queria arrancar aquela sensação, o que Mia tinha feito não se faz nem com um cachorro. Deixou algumas lágrimas caírem e se misturarem com a água do chuveiro.

Saiu do banho e foi procurar por Caio que aquela hora já havia voltado da casa de seus amigos. Chamou por ele na sala e nem sinal, resolveu ir até o quarto. Abriu a porta como era de costume e se arrependeu na hora. Caio e um garoto estavam semi nus no maior amasso na cama de Caio.

- Caio. - gritou Isabella ao ver a cena.

Os dois pularam da cama e o garoto acabou caindo no chão.

- Desculpa, mãe. - ele disse vermelho assim que ela entrou.

Isabella chegou a porta e respirou fundo no corredor. Rapidamente o garoto se vestiu e saiu do quarto pedindo desculpas novamente para Isabella enquanto saia da casa.

Caio se vestiu e foi encontrar a mãe na sala.

- Desculpa por isso. - ele pediu novamente.

- Quem era ele? É isso que vocês fazem cada vez que você me diz que vai dormir na casa de seus amigos? - perguntou Isabella.

- Não, não mãe. Não é desse jeito. - disse Caio.

- Então que jeito é Caio? - perguntou Isabella.

- O nome dele é Rodrigo. Ele é primo do Breno, eu conheci ele na casa do Breno e meio que rolou um clima, mas ainda não aconteceu nada. - disse Caio.

- Voce gosta dele? - perguntou Isabella.

- Sim, eu acho, quer dizer não sei. Eu sinto atração por ele.- disse Caio.

- Vocês já... Você sabe... - perguntou Isabella.

- Transar? Ainda não. Mas não precisamos ter aquela conversa eu já sei sobre tudo que eu preciso saber. - disse Caio.

- Não importa vamos ao médico. Meu bebê com namorado eu nunca imaginei. - disse Isabella.

- Para com isso mãe, achei que você fosse ficar chateada quando soubesse minha sexualidade. - disse Caio.

- E porque ficaria? - perguntou Isabella.

- Minha primeira paixonite foi a Mia aquela vez na empresa, achei que você pensaria que eu fosse hetero. - disse Caio.

- Filho independente da sua orientação sexual eu te amo e isso é o mais importante. - disse Isabella.

Caio a abraçou.

- Minha primeira paixão uma menina que gostava de meninas algo errado já não estava certo. - brincou Caio.

- Quero conhecer esse tal de Rodrigo, quero ver se ele tá a altura do meu Caçulinha. - disse Isabella.

- Para mãe estamos nos conhecendo ainda. Calma. - disse Caio.

- E temos que organizar essas visitas dele. - disse Isabella.

- Tudo bem, mãe. Como você quiser. - disse ele e Isabella o abraçou novamente.

Uma nova chance para amarOnde histórias criam vida. Descubra agora