Uma nova chance para amar

Capítulo 49

Já fazia um mês que Caio estava internado no hospital, Mario foi visitar o filho uma única vez durante 5 minutos o que causou a ira de Isabella. Ela e Rafa revezavam para ficar o tempo todo ao lado de Caio. Isabella passava o dia no hospital e só saia de lá quando precisava resolver algo urgente na empresa. 

Sua vida estava totalmente dedicada a Caio e ela estava em constante contato com o médico nos EUA, embora Caio estivesse fazendo as quimios, Isabella não estava vendo muito progresso e aquilo estava lhe tirando o sono. Talvez o melhor fosse o transplante. Naquele dia ela se reuniu com a equipe brasileira e fez uma video chamada com o médico nos EUA e os dois decidiram que ainda era cedo para acreditar que a quimio não estava fazendo efeito.

Mesmo contrariada Isabella aceitou a escolha dos médicos para esperar mais um pouco. Isabella se sentia culpada por ter negligenciado o filho em detrimento do amor por Mia e aquilo a estava destruindo aos poucos. Naquele primeiro mês que Caio estava internado as duas haviam se visto poucas vezes e todas no hospital quando Mia ia visitar Caio as demais interações eram no celular e com mensagens curtas.

Mia seguiu a sua rotina de trabalho/faculdade, ela sabia como Isabella era diante dos filhos e resolveu dar o espaço para ela cuidar de Caio. Um mês já havia se passado desde o internação do menino e Mia sentia que Isabella estava cada vez mais distante, elas quase não conversavam, mas Mia sabia que seria extremamente insensível e egoísta cobrar qualquer coisa de Isabella naquele momento. 

Nas poucas vezes que conversavam pelo celular Mia fazia questão de deixar claro que estava ali para qualquer coisa, queria que Isabella se abrisse com ela sobre seus problemas, mas isso não estava acontecendo. 

Mia estava pra baixo com toda a aquela situação, a sua única felicidade era ver a sua mãe com a cozinha industrial que ela havia comprado, as encomendas estavam surgindo cada vez mais rápido e sua mãe ja estava pensando em contratar um funcionário para ajuda-la.

Naquele dia específico Mia estava mais pra baixo do que o normal, já fazia três dias que Isabella não dava qualquer sinal de vida e as últimas mensagens enviadas eram todas de Mia. Ela queria ser compreensível mas estava cada dia mais difícil aquela situação. Mia acordou cedo tomou seu banho e vestiu sua roupa social e foi tomar café com a sua mãe.

- O que foi filha? Tá tão triste hoje.

- Nada não mãe, só muito trabalho na empresa. - mentiu Mia.

- Tem certeza que é só isso? 

- Tenho sim. - disse Mia desconversando. Pegou sua bolsa e saiu de casa. Verificou o celular e nada de notícias de Isabella, respirou fundo e foi até a empresa. 

Chegou cedo e encontrou com Naty já trabalhando.

- Você sempre muito eficiente. - falou Mia.

- E você também, sempre chega cedo, somos uma dupla dinâmica. - sorriu Naty.

- Então vamos ao trabalho? - disse Mia.

- Vamos. - sorriu Naty e as duas começaram a trabalhar.

No horário de almoço Naty convidou Mia para almoçarem juntas e Mia aceitou, precisava espairecer a cabeça ainda estava sem notícias de Isabella. Ao saírem de suas salas, viram um burburinho vindo dos corredores da empresa.

- O que será que houve? - perguntou Mia.

- Já, já descobriremos. Vou pegar minha bolsa e encontro você no saguão. - disse Naty.

Mia desceu até o saguão e ficou sentada esperando por Naty, verificou o celular pela 50 vez naquele dia e decidiu parar, já estava ficando obcecada. Quando Naty finalmente apareceu as duas foram para o restaurante. Luxo esse que Mia agora podia exercer com o novo salário.

Pelo que Mia pode notar, Naty almoçava todos os dias naquele restaurante, porque ela já tinha mesa reservada. As duas sentaram.

- Posso pedir por você? Tem um prato aqui especial que eu acho que você ia amar.-  disse Naty.

- Tudo bem chef, pode pedir. - brincou Mia e Naty fez os dois pedidos.

- A empresa hoje esta um loucura. - disse Naty.

- Por quê? - perguntou Mia.

- Estava indo pegar minha bolsa e parece que o filho da nossa chefe piorou, as quimios não estão fazendo efeito. - disse Naty.

Mia recebeu aquela notícia como uma bomba ela sabia que Isabella devia estar inconsolável e resolveu mandar uma mensagem mesmo assim.

- Você está bem? - perguntou Naty.

- Sim, é que eu conhecia o garoto, conversamos algumas vezes. - disse Mia.

- Sinto muito. - disse Naty

- Como será o próximo tratamento? - perguntou Mia.

- Nesses casos geralmente eles fazem transplante de médula pode ser que o irmão seja compatível. - disse Naty.

- Tomara. - disse Mia.

O garçom trouxe a comida mas Mia já estava em outra órbita, Isabella devia estar muito mal e ela precisava ajuda-la de alguma forma.

- Essa é o melhor prato daqui. - disse Naty tirando Mia dos seus pensamentos.

A realidade era que Mia não sentia nem o gosto da comida, seus únicos pensamentos eram em Caio e Isabella.

- Não gostou? - perguntou Naty.

- Na verdade é maravilhosa a comida. - disse Mia.

- Não sei não, sua cara diz outra coisa. - falou Naty.

- Eu só fiquei preocupado com o Caio, mas a comida está realmente ótima. - disse Mia.

- Caio? Ah sim o filho da nossa chefe. Não achei que vocês fossem tão próximos. - disse Naty bebendo água enquanto comia

- E não somos, mas acho tão triste uma criança tão jovem com essa doença. - disse Mia.

- Você tem razão, mas tomara que ele se recupera logo. - disse Naty.

- Tomara. - respondeu Mia.

As duas pagaram as suas contas e saíram do restaurante.

- Que tal um café? - perguntou Naty.

- Vamos. - disse Mia sem conseguir parar de observar o celular, ela já tinha mandado mensagem para Isabella mas ainda não tinha obtido resposta.

- Vou no banheiro e já volto. - disse Mia enquanto Naty fazia os pedidos do café.

Mia entrou no banheiro do local e ligou para Isabella precisava saber o que de fato estava acontecendo. O telefone chamou duas, três, quatro vezes até cair na caixa postal.

- O que está acontecendo meu deus? Pensava Mia sem saber o que fazer