Uma nova chance para amar

Capítulo 5

Isabella informou aos filhos que ela e Mario precisavam falar com eles, Rafa reclamou pois já tinha marcado com os amigos de sair para uma festa. Caio não disse nada apenas concordou.

Os quatro jantaram em silêncio, Isabella observava a reação dos filhos para achar o momento certo para dar a notícia.

- Precisamos falar com vocês. - começou Isabella.

- Falem logo tenho compromisso. - disse Rafa.

- Bom seu pai e eu andamos conversando e decidimos que o melhor a fazer é nos separarmos. - disse Isabella.

- Que? Por quê? - disse Rafa indignado.

- Nossa relação já não estava dando certo a um tempo. - seguiu Isabella falando.

- Isso é bobagem, você aceitou isso, pai? - vociferou Rafa.

- A ideia foi da sua mãe. - disse Mario.

- Mario? - repreendeu Isabella ja que o ex marido estava jogando a culpa nela.

Caio observava aquela discussão e nada falava.

- Vamos continuar nos vendo filho, mas o melhor agora pra mim e sua Mãe é nos separarmos. - disse Mario.

- Inacreditável vocês, pai eu vou morar com o senhor. - disse Rafa atingindo Isabella em cheio com aquela notícia.

- Não, você não vai. Agora você é o homem da casa, e deve se preocupar em passar no vestibular para assumir as empresas no futuro. - disse Mario.

Rafa baixou a cabeça indignado, mas como sempre teve muito respeito pela figura do pai que ele idolatrava nada disse.

- E você Caio como se senti? - perguntou Isabella.

- Se for pra felicidade de vocês por mim não tem problema. - disse Caio.

- Ta de sacanagem, cara? Vamos ter pais divorciados, acorda. - reclamou Rafa.

- Melhor separados que brigando ou se tratando como dois estranhos, como eles faziam. - devolveu Caio.

Isabella sabia que o filho mais novo era mais sensível que o mais velho, mas nunca imaginou que ele percebesse as coisas tão bem com tão pouca idade.

Mario ficou atônito com a resposta do filho menor, como se tivesse levado um tapa forte na cara com aquela revelação.

- Beleza vocês façam o que quiserem tenho compromisso. - disse Rafa saindo da mesa.

- Posso ir também para o meu quarto? - pediu Caio.

- Pode filho. - disse Isabella.

Os dois meninos se retiraram.

- Satisfeita? - perguntou Mario.

- Não, você não tem o direito de colocar meus filhos contra mim. - disse Isabella.

- Eu só falei a verdade. - disse Mario

- A verdade sobre a tua ótica. - vociferou Isabella.

- Boa noite, Isabella não vou ficar aqui discutindo. - disse Mario saindo porta a fora do apartamento.

Isabella tomou um banho e foi até o quarto de Caio que estava lendo.

- Oi filho, incomodo? - perguntou ela.

- Não, entra. - disse ele.

- Como você esta com o divórcio? - perguntou Isabella

- Se é o melhor pra vocês é o melhor pra mim também. Eu sempre a via com um olhar triste pelos cantos da casa ou de cabeça no trabalho, é melhor assim. - disse Caio.

- As vezes eu queria saber de onde vem tanta maturidade, seu irmão não gostou muito da notícia. - disse Isabella.

- Ele se acostuma com o tempo não se preocupe. - disse Caio.

[...]

Mia tinha uma vida agitada e não estava acostumada a ficar tanto tempo em casa, sua Mãe não a deixava ajudar na preparação dos salgados, ela ficava no sofá o tempo inteiro o que ja estava lhe enlouquecendo.

Decidiu que a noite iria pra faculdade não importava as reclamações de sua Mãe. Tomou um banho e se arrumou até ouvir uma batida na porta, devia ser ela, Isabella.

- Boa noite senhorita sou Heitor o motorista da senhora Isabella que a partir de agora vai estar a sua disposição. - disse um homem grisalho que já devia estar perto dos 60.

- Não, obrigada. - disse Mia já fechando a porta e sendo interrompida pelo homem.

- Tenho ordens expressas. - disse o homem entregando-a uma carta.

Mia abriu a carta para ver do que se tratava.

Mia,
Se você esta lendo isso provavelmente já deve ter expulsado Heitor dai. Sei que pretende ir até a faculdade e solicitei ao Heitor para leva-la e busca-la durante o tempo que você estiver com o pé engessado.
Devo informa-lhe que não estou fazendo favores nem nada do gênero, como minha funcionária prezo pela sua educação, no entanto devo cuidar de sua integridade física, já que estimo melhoras urgentes pois necessito de seus serviços.
Se você leu até aqui e ainda não esta convencida devo lhe informar que o emprego de Heitor esta em suas mãos, já que ele tem ordens expressas de não deixa-la ir de outra forma que não seja com ele. Um beijo Mia e aceite a carona.

Isabella

Mia podia sentir o perfume de Isabella naquela carta. Respirou fundo e tentou se recompor, mas a verdade era que tinha adorado aquela carta.

-Mãe você falou pra Isabella da faculdade? - perguntou Mia.

- Claro, filha não ia deixar você ir mancando até lá é do outro lado da cidade. - disse Maria.

Mia bufou.

- Vocês venceram. - disse por fim e foi de carro com Heitor. Guardou sua carta na bolsa queria relê-la mais tarde para se sentir mais perto de Isabella.

No final das contas Heitor era bastante simpático e agradável conhecia Isabella a mais de 10 anos, queria me levar até a sala, mas recusei ja que minha sala era no primeiro andar.

Sai do carro de muletas e estava me dirigindo para sala quando ouvi uma voz me chamando, era Patricia.

Patricia era morena tinha o cabelo castanho avermelhado comprido com cachos nas pontas. Estava sempre bem vestida e maquiada. Ela cursava arquitetura. Seu pai era arquiteto formado mas era dono de uma empresa de tecnologia que estava crescendo no mercado. Já sua mãe, era estilista muito conhecida no Brasil. Ambos eram divorciados a anos. Patrícia e eu nos conhecemos na faculdade.

Patricia e eu namoramos por três anos entre idas e vindas. Sempre brigavamos porque Patricia sempre queria ir a lugares caros que eu não tinha dinheiro para frequentar, as brigas começavam quando ela insistia em pagar para mim. Foi um namoro intenso porém nunca havia conhecido os pais de Patrícia.

Havíamos terminado de novo mas dessa vez era definitivo, eu a tinha visto ficando com uma colega e sinceramente eu não aguentava mais aquela situação. Terminei tudo com ela que ficou furiosa e disse que eu era muito egoísta e mimada. Logo eu, mimada. Terminamos já fazia vários meses mas Patricia estava sempre na minha volta.