Uma nova chance para amar

Capítulo 1 - Início de uma nova era

Quatro longos haviam se passado. Longos para Isabella que teve que abdicar de muita coisa pela sua família. E rápidos para Mia que viu sua vida tomar um rumo completamente diferente do que ela imaginava.

Nenhuma das duas imaginariam que a vida traria tantas surpresas nesses quatro anos, mas ela trouxe e junto com ela o acúmulo de medos e inseguranças que embora estivessem esquecidos dentro delas ainda estavam ali prestes a despertar.

Mia acordou ainda zonza pela noite passada observou ao seu lado uma morena de olhos esverdeados que dormia nua apenas com um lençol cobrindo metade do seu corpo. Lembrou da noite passada e sorriu. Quem diria que a noite seria tão agitada quanto foi. 

Levantou da cama e foi até o banheiro , tomou uma ducha para tirar aquele cheiro a sexo que ainda estava presente em seu corpo. Vestiu seu hobbie e foi acordar a mulher que estava deitada na sua cama. A mulher dormia de bruços e Mia admirou aquele corpo que havia lhe dado tanto prazer a noite passada.

- Juliana? Ana? Mariana? Ou seria Rayane? Eu tenho não a menor ideia do nome dessa menina. - pensou Mia. O que não era uma novidade já que nos últimos tempos ela não fazia a menor questão de saber o nome daquelas mulheres.

A noite havia sido ótima, mas lembrar o nome já era um pouco demais. Optou por não arriscar nome nenhum. Se aproximou da cama e chacoalhou a mulher deitada.

- Ei, bom dia. Preciso ir trabalhar. - disse Mia.

A mulher se espreguiçou e se remexeu na cama.

- Gostosa. - pensou Mia.

- Bom dia. - sorriu a mulher.

- Posso tomar banho antes de ir? - perguntou.

- Fique a vontade. - disse Mia.

Assim que a mulher entrou no banheiro Mia foi até a cozinha e encontrou Jussara preparando o café da manhã.

- Devo servir a mesa para dois? - perguntou Jussara.

- Nem pense nisso. Ela já está indo. - ordenou Mia.

- Como a senhora quiser. - disse Jussara.

- Para com essa história de senhora, Jussara você já trabalha aqui há 1 ano e é mais velha do que eu. - disse Mia.

- Desculpe senhor.... É a força do hábito. - disse ela.

- Sabe se a minha mãe já acordou? - perguntou Mia.

- Já sim, não quis que eu preparasse o café e foi direto para o restaurante. - informou Jussara.

- Dona Maria está trabalhando demais. - disse Mia enquanto se sentava na mesa para tomar seu café.

Pegou um pedaço de mamão enquanto seu celular chamava insistentemente.

- Quer eu atenda? - perguntou Jussara preocupada.

- Não tem necessidade. - disse Mia.

Mia terminou seu café tranquilamente e retornou a ligação para Naty.

- Onde é o incêndio? - perguntou Mia assim que Naty atendeu.

- Estou te ligando a horas isso é jeito de tratar a sua sócia? - reclamou Naty.

- Querida sócia hoje é domingo e como você bem sabe eu estava ocupada. - disse Mia.

- Então quer dizer que você levou a mulher de ontem pra casa? Mudou as regras foi?

- Nada disso, as regras seguem as mesmas nada de passar mais de uma noite com qualquer mulher. Mas enfim me diga onde é o incêndio? - perguntou Mia.

- O senhor Alvarez um dos nossos primeiros clientes lembra? Então parece que houve uma pane no sistema dele e ele quer a sua presença para resolver. - disse Naty.

- De novo essa história? Isso é mais uma desculpa para ele me ver, será que ele ainda não entendeu que eu não gosto da fruta? - reclamou Mia.

- Pode até ser , mas foi através dele que a nossa empresa cresceu, logo você sabe muito bem que precisa ir. - disse Naty.

- Hoje é domingo. Eu não acredito, único dia que temos de descanso. - reclamou Mia.

- Para de reclamar, resolve o problema e vem aqui em casa que eu te ajudo a relaxar e curtir o domingo, se você ainda tiver forças, claro. - disse Naty.

- Pra você eu sempre tenho, combinado. - Mia desligou o telefone e foi até o quarto a garota já estava demorando demais e agora realmente Mia tinha compromisso.

Mia foi até o quarto bateu uma vez na porta e entrou.

- Desculpa, mas eu realmente estou atrasada. - disse Mia já impaciente.

- Já estou indo. - disse a mulher terminando de se vestir.

- Vou deixar meu número, caso queria repetir a nossa noite. - disse piscando e escrevendo seu número em um post it.

- Jussara pode acompanhá-la até a porta? - pediu Mia e Jussara prontamente atendeu.

Mia pegou o post it e jogou em uma gaveta perto do guarda-roupa. A chance dela ligar para a menina era zero, ainda mais que ela não fazia ideia do nome da garota. Jogou o papel juntamente com tantos outros números de telefones que ela não fazia questão de saber de quem eram.

Abriu seu guarda-roupa e escolheu um vestido social, não queria ficar muito atraente porque não suportava os olhares que ele lançava para ela.

Passou uma maquiagem leve e batom, pegou as chaves do carro e saiu de casa.

Subiu no seu carro um SUV preto e foi dirigindo até a empresa do senhor Alvarez. Enquanto dirigia um filme passou pela sua cabeça, nem nos seus melhores sonhos imaginaria que a sua vida iria mudar tanto em apenas quatro anos.

Com a mudança de Isabella e a família para os EUA, a empresa no Brasil ficou sem qualquer comando e muitos clientes começaram a procurar outras empresas o que desinstabilizou a empresa. A ideia de Mario de implementar uma filial nos EUA acabou causando ainda mais prejuízos quando o projeto não foi aprovado.

Mia continuou trabalhando lá juntamente com Naty que tentavam fazer o melhor que podiam, mas a empresa já não era mais a mesma. Se antes os setores só resolviam problemas com a perda dos clientes os problemas só aumentaram.

Foi nessa época que Mia teve uma enorme surpresa. Naty lhe convidou para ambas abrirem uma empresa. Mia achou a ideia muito ilusória afinal ela não tinha nenhum tipo de capital para investir e Naty muito menos.

Mas para sua surpresa um dia Naty marcou uma reunião com o seu pai e solicitou a presença de Mia. Foi quando Mia descobriu que Naty era filha de Roberto Bush um dos maiores oncologistas dos EUA e também do mundo. A família de Naty vinha de uma longa linhagem de médicos, mas quando a única filha decidiu que não queria ser médica seu pai ficou furioso e Naty resolveu mostrar que a área tecnológica era sua verdadeira paixão.

Naty trabalhou na empresa IM-Corporation em sigilo evitando usar seu sobrenome para mostrar a seu pai que ela podia sim ser uma grande profissional sem ser na área de medicina.

E agora seu pai estava disposto a emprestar dinheiro para a filha abrir sua própria empresa, seria um empréstimo praticamente sem juros. Naty sabia que não conseguiria levantar uma empresa sozinha e convidou Mia para ser sua sócia.

A princípio Mia não concordou afinal ela não achava justo não ter nenhum valor para dar como capital, mas foi convencida por Naty que assim que a empresa prosperasse ela teria dinheiro para devolver o valor a seu pai, Mia só impôs uma condição queria se formar primeiro na faculdade.

E assim meio a contragosto surgiu a MN associados.