Capítulo 4 - Hora da decisão

6.9K 511 17
                                    

Isabella cumprimentou a secretária que lhe informou que Sérgio lhe atenderia em alguns instantes. Sergio era o advogado responsável pela empresa desde a fundação, ele era muito amigo da família e presava pela ética, logo Isabella acreditava que ele não mentiria a respeito da situação da empresa.

- Pode entrar o senhor Sérgio está lhe esperando. - informou a secretária.

Isabella entrou na sala do advogado e sentou na cadeira a sua frente.

- Isabella quanto tempo? Como posso te ajudar? - perguntou Sérgio.

- Como já conversamos pelo telefone eu quero ficar a par de tudo o que aconteceu na empresa nestes quatro anos. - pediu Isabella.

- Sim, vou te fazer um breve resumo da situação. Embora eu não seja da parte financeira eu posso lhe adiantar algumas coisas. - disse Sérgio.

- Certo. - disse Isabella.

- Os últimos anos foram difíceis para a empresa. Fiz um levantamento e vários clientes deixaram a empresa migrando para a concorrência. - disse Sérgio.

- Fiquei sabendo disso por alto. - disse Isabella.

- Sim, como não é a minha área não posso me aprofundar. A respeito das finanças da empresa algumas dívidas e o valor de mercado caiu absurdamente. Isso eu consegui pesquisar. Agora a respeito da área jurídica, a empresa está com problemas. - disse Sérgio.

- Que tipo de problemas? - perguntou Isabella.

- Estamos enfrentando uma série de processos o que ocasionou a perda de valor de mercado. Parece que no último ano a empresa vendeu sistemas com problemas e algumas empresas tiveram seus dados comprometidos. - disse Sérgio.

- Como assim? Isso é uma falha extremamente amadora que nunca havia acontecido antes. - espantou-se Isabella.

- Como eu disse Isabella não é da minha alçada o que eu posso lhe dizer é que são três processos milionários que podem trazer sérios problemas financeiros a empresa. - disse Sérgio.

- Eu não sabia que a situação era tão grave. - disse Isabella pensativa.

- Minha sugestão é que vocês tentem recuperar a imagem da empresa ou terão sérios problemas caso percam os processos. - disse Sérgio.

- Obrigada por me manter informada Sérgio eu vou tomar providências. - disse Isabella se despedindo e saindo dali.

- O que Mario tem na cabeça? Que tipo de amadores estavam trabalhando na empresa? - pensou Isabella bufando de raiva.

Saiu do escritório de Sérgio e pegou o celular discou o número de Mario e viu tocar várias vezes e nada dele atender. Respirou fundo e entrou no carro voltou para casa e ficou batucando aquela conversa com Sérgio em sua cabeça.

Ela já estava ciente da situação da empresa e aquilo era grave, mas ela não iria mudar seus planos. Mario já tinha lhe prejudicando muito e dessa vez ela iria fazer o que o seu coração mandava.

Foi até seu escritório e resolveu analisar os dados da empresa. Tentou entrar no sistema da empresa e sua senha foi considerada inválida, bufou de raiva, pois sabia que aquilo era coisa de Mario e sua equipe.

Pegou o celular e ligou novamente para Mario que finalmente atendeu.

- Oi esposa querida. - disse Mario.

- Sem palhaçadas, preciso falar com você é urgente. - disse Isabella.

- Sobre os meninos? - perguntou Mario.

- Não, sobre a empresa. - disse Isabella seria.

- E o que seria? - quis saber Mario.

- Tentei acessar o sistema da empresa e não consegui além do mais já estou inteirada da situação da empresa e precisamos tomar uma atitude. - disse Isabella.

- A senha eu precisei trocar já que você não estava mais a frente e sobre a empresa não há nada com o que se preocupar. - disse Mario.

- Eu conheço você Mario como a palma da minha mão. Então não tente me enganar meu caro. - disse Isabella.

- Tudo bem, semana que vem estou indo pra Miami e conversamos. - disse Mario.

- Ok. - disse Isabella e desligou o celular.

Caio chegou da escola e foi recebido por Isabella que estava reticente sobre a melhor decisão a tomar. Embora ela tivesse certeza do que fazer ainda precisava conversar com os filhos.

- Que cara é essa mãe? - disse Caio observando Isabella com o pensamento longe sentada na sala.

- Problemas na empresa. - disse Isabella.

- Eu achei. - disse Caio sentado-se ao lado da mãe.

- O que foi? - perguntou Caio.

- Estou pensando em voltar para o Brasil. O que você acha? - perguntou Isabella.

- Se você acha ser o melhor eu te apoio mãe, em um mês eu me formo aqui e posso ir com você. - disse Caio.

- Seria ótimo, mas eu não quero atrapalhar os seus estudos para o vestibular. - disse Isabella.

- Isso não seria problema, eu estava pensando em prestar vestibular nos dois países. - disse Caio.

- Isso é ótimo filho. Agora eu preciso falar com Rafa e avisar da nossa mudança. - disse Isabella.

- Acho que pra ele não vai fazer diferença ele é quase um hóspede aqui além do mais ele não largaria a faculdade para voltar ao Brasil. - disse Caio.

- Ele podia tentar uma transferência. - disse Isabella.

- Mãe, o Rafa já tem 21 anos e aqui ele já ė maior de idade. Além do mais que estamos falando da melhor medicina do mundo. - disse Caio.

- Você tem razão, mas mesmo assim vou conversar com ele. - disse Isabella.

Daquele dia Isabella esperou Rafa voltar da faculdade tarde da noite. Escutou barulhos e foi até a janela ver se era ele. Rafa chegou com uma mulher que Isabella não conhecia se despediram com um beijo e Rafa entrou em casa.

- Boa noite, filho. - disse Isabella.

- Que susto mãe. - disse Rafa.

- Não quis te assustar mas precisava conversar com você. - disse Isabella.

- O que houve alguma coisa com o Caio? - perguntou Rafa.

- Não, seu irmão está bem. É sobre a empresa estou pensando em voltar para o Brasil. - disse Isabella.

- Finalmente mãe, todos nós sabíamos que a empresa nas mãos do Mario não ia ter futuro. - disse Rafa.

- Rafa ele é seu pai. - recriminou Isabella.

- Eu sei, mas só você e eu sabemos o que passamos durante o tratamento do Caio, você pode seguir tentando defende-lo mas eu não. - disse Rafa.

- Não vou discutir com você meu assunto é outro. Quero saber o que você acha se eu e o seu irmão formos para o Brasil. - disse Isabella.

- Eu acho ótimo mãe, Caio já andou me falando que quer fazer o vestibular de lá e o daqui. Eu tô no meio da minha faculdade de medicina então eu pretendo ficar aqui, mas dou todo o apoio a vocês. - disse Rafa.

- Obrigada filho. - disse Isabella abraçando Rafa e indo até seu quarto. Parece que a volta ao Brasil ia acontecer mais cedo ou mais tarde

Uma nova chance para amarOnde histórias criam vida. Descubra agora