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Minha mãe disse que iria ficar com a Lorena e que a dona Mirela estava vindo também, deixei o Bernardo com minha mãe e voltei pra favela.

Hoje é dia de baile e tenho mil coisas pra resolver ainda. Cheguei em casa 21h, tomei banho, coloquei uma calça jeans branca com elástico no tornozelo, um tênis da nike todo branco e uma camiseta preta com o símbolo pequeno da lacoste. Passei perfume, coloquei meu escapulário por dentro da camiseta e relógio. Conferi meus documentos, coloquei a carteira e celular no bolso, arma no cós da calça e sai. Fui pra garagem e peguei o Civic preto 2020, sai de casa, acionei os alarmes e fui dirigindo em direção a biqueira.

Félix: E ai, meu truta. — disse me dando um abraço assim que desci do carro.

General: Tranquilo?

Félix: Tudo certo irmão!

General: Fico tranquilo assim. Preciso trocar um papo com você e com o Uga e Cabeça.

Félix: Pra que? — perguntou enquanto entravamos na salinha.

General: Chama eles ai e desenrolamos essas idéias. — sentei no sofá que tinha ali, entrei no whats, respondi minha mãe e sai. Em seguida o Diogo e o Cabeça chegaram.

Cabeça: Fala, brother. — disse tocando na minha mão.

General: E ai, tranquilo? — dei um gole no meu uísque.

Uga: Qual foi patrão? — me arrumei no sofá ficando de frente pra eles.

General: Quero tomar a biqueira do Diogo.

Félix: Como assim? — perguntou confuso.

General: Tá dando muito problema para o Luizinho e logo eu tomo prejuízo...

Uga: Explica direito irmão. — me passou o baseado, dei uns tragos e devolvi.

General: O vacilão deixa os policiais invadirem direto lá caralho, perde todas as coisas, as coisas do Luizinho que eu compro. E é meu maior lucro quando passo pra frente.

Cabeça: Mas mano, o Luizinho sabe que você quer a biqueira?

General: Ele não quer tomar, então eu tomo.

Félix: Entendeu e como vamos fazer?

Uga: Tem que parar e pensar irmão... Não dá pra agir rápido assim não.

General: Se eu não tomar lá logo, outro vai e toma. É nossa chance de dominar essa zona toda.

Cabeça: Luizinho não quer parceria não?

General: Não...

Uga: Então é isso, vamos tomar! — trocamos mais um papo e ficou que iriamos confirmar essas ideias no domingo.

1h, dei o último trago no baseado, desliguei o vídeo game e sai da biqueira. Entrei no meu carro e subi pro baile. Deixei meu carro na rua do lado e fui andando pra rua que acontece o baile. Parei no bar do alemão, onde todos os traficantes ficam.

Alef: E ai, caralho. Toma ai. — disse me dando um copo, cheirei e era vodca, dei um gole. Parei do lado dele e fiquei observando o baile que já estava movimentado.

Félix: A Manuella ali. — avistei ela na minha frente dançando pra caralho. Passei a mão no rosto.

General: To suave, quis terminar comigo e agora fica ai rachando a cara.

Alef: Ham, mas não para de jogar pra você.

Estava escrito | Temp. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora