Dilema - Finalizado

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Mbappé

Entrei na vida novinho, dona Juçara caiu doente, minha tia Neiva ajudava na despesa, mas alimentar ela, eu, minha mãe e o Gabriel, era foda.

Namorava com a Sayuri na época, arranjei um emprego no mercadinho e aos poucos fui sustentando a casa, deixei muito de comer pra colocar na boca da minha mãe.

Ela fez tudo por mim, tá ligado ? Merecia e merece muito mais que isso. Sayuri me ajudava pra caralho também, dona Quitéria tinha pouco tempo de morta, ela com a irmã pra cuidar, curso pra fazer, pegava juntinho comigo, fazia comida pra minha mãe, dava banho.

Só que os bagulho começaram a apertar, dona Juçara precisou de uns remédios manipulados, papo de um dinheiro forte, com o que eu ganhava no mercadinho, não dava nem a metade dos negócios que minha precisava. Comecei a me desesperar, apertava minha mente legal essa parada.

Lembro disso até hoje, nunca vou esquecer, tava vindo do trabalho, pedindo por um milagre, só assim pra eu conseguir um dinheiro. Achei no beco uma carteira abarrotada de dinheiro, de trabalhador que não era, né fiel !? Fiquei bem quieto, quando os cara do movimento começaram a tontear, apareci com a carteira, devolvi pro dono.

Cara me deu uma moral, disse que me dava o dinheiro da carteira se eu entregasse uma mochila lá na zona sul, e eu fui pô, sem pensar duas vezes, entreguei, ganhei o dinheiro, e pela honestidade, ainda entrei como vapor.

Com o tempo eu fui crescendo, vivia aqui e ali, conseguia comprar os remédios da minha mãe, fazer as compras do mês, mercadinho ? Saí de lá, trabalhava pra caralho e ganhava uma mixaria.

Na vida a gente ganha e perde ao mesmo tempo, e foi o que aconteceu comigo, quando Sayuri descobriu que eu tava no movimento, separou de mim, não teve grito, nem choro, simplesmente deu a última forma. Eu vivia atrás dela, nós sempre tinha um flashback, mas até nisso ela deu r.l também. Foi quando eu cansei de ficar sendo capacho, perguntei se ela queria voltar, mina disse que não, aí conheci a Suellen, não demorou muito, e assumi ela.

Mina é maneira, cresceu comigo nessa vida, ela e minha mãe se odeiam, mas fora isso, é de boa, dou uma condição maneira pras duas. Cresci no movimento aos poucos, aquele cara que me ajudou morreu, mas deixou o papo de que me queria no lugar dele, tô aqui, de chefe.

Isso foi só um motivo pra Suellen perturbar minha vida, ficar dando show em rua. Agora cismou que tô pegando a Sayuri, se ela me quisesse, eu ia mermo, só pra fazer raiva. Andreza pensa que tá passando batida, fica pondo várias merdas na cabeça da minha mulher.

Tá achando que eu sou o Danado ela, hum, deixa ela achar. Cara lá pra Angra com a mãe da filha dele, maior rolê de família, e a doidona aqui, se achando, porque o cara deu malote pra ela fazer o que quiser.

É por isso que mesmo sabendo dos bagulhos, eu minto, invento várias paradas, Andreza é insuportável, acha que é maior que todo mundo, trata morador mal, ser humano desprezível ela, papo reto.

Suellen - Preto, tu me ama ?

Mbappé - Amo pô! _ menti e ela ficou toda sorridente.

Suellen - Então tá bom, vou fazer um negócio pra gente comer.

Mbappé - Jaé.

Mulher que eu amo é a minha mãe, sem ser ela, a única que eu amei foi a doidona lá, pela Su é só carinho, gratidão, nada a mais que isso.

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03/08/2020