Sayuri
Acordei cinco e meia, e pra piorar, vomitei meu banheiro inteiro, liguei pra minha chefe, fiz a minha melhor voz de doente, ela acreditou e ficou tudo tranquilo. Lavei meu banheiro todo, esfreguei até as paredes. Dei uma geral no meu quarto, troquei roupa de cama, lavei o tapete, cortina, a porra toda. O céu escuro a beça, e eu no quintal lavando as coisas, só Jesus.
Separei umas roupas pra doar, tomei um banho, coloquei minha roupa da academia, bebi meu pré treino e vim tranquila. Fiz minha série na maior calma, tava com um dinheiro dentro do top, aproveitei pra passar na feirinha, comprei umas frutas, uma moça tava vendendo umas roupas, achei bonita, comprei também. Vim pra casa feliz com as minhas bolsinhas.
Ouvi Laura batucando no berço, garota é novinha, mas já é arretada, fingi que nem era comigo, por mais que tivesse doida pra pegar, dar frutinha que ela gosta, deixei na onda, fui fazer meu pão fit.
Bati dois ovos, coloquei leite em pó até fazer um creme, pus fermento, untei a forma, enfarinhei, fiz as bolotas, acendi o forno bem baixo, e coloquei a forma dentro. Esperei vinte minutos, tirei do forno, enquanto esfriava, fui tomar banho, quando voltei, separei os pãezinhos, peguei requeijão na geladeira e comi, bebi meu bom suco de laranja, na maior lerdeza, é raro ter "folga" em início de semana.
Mayra veio fazer o tetê de Laura, com ela no colo, a bichinha não pode me ver que se arreganha toda, tenho é pena do Danado quando essa menina crescer.
Mayra - A gente vai ficar nessa até quando ?
Sayuri - Quem começou foi você, pô! _ falei indiferente.
Mayra - Dá pra conversar comigo igual gente ? _ falou enquanto eu mexia no celular.
Sayuri - Escuto com o ouvido, pode falar...
Mayra - Quero te pedir desculpas.
Sayuri - Tá desculpada...
Mayra - Jaé então!
Meti meu pé pro quarto, descansar a minha beleza. Acordei meio dia e meia, troquei de roupa, penteei o cabelo, e vim pra rua, já tá na hora de almoço da Ana e do Biel.
Gabriel - Fugiu do trabalho ?
Sayuri - Nem fui, acordei atrasada, aí, meti um k.o, e tô pela favela.
Ana Paula - Safada! _ disse e nós rimos.
Viemos pra uma pensão na favela vizinha, pedimos e ficamos esperando. Comemos igual umas dragas, só Jesus. Viemos até andando de volta pro morro, se me perguntassem sobre gravidez, juro que não ia ficar ofendida.
Eles voltaram a trabalhar, e eu vim pra casa. Passei meus uniformes, fiz um bolo pro lanche, lavei a laje, aproveitei e dei uma queimadinha, umas cinco e meia, desci pra lanchar e já fui fazendo a janta.
Fiz um macarrão de panela de pressão no capricho, ficou gostoso a beça, tiro por Laurinha, que caiu dentro e ainda quis repetir, muito esfomeada, enquanto tu tiver dando, Laura tá comendo.
Danado começou a buzinar, a outra já ia lá pra fora sozinha, dei um olhadão e ela foi logo pegando a garota, não demorou muito e Emerson entrou sozinho.
Sayuri - Cadê minha irmã ?
Danado - Foi dar um rolê com a menor, quero trocar uma ideia contigo.
Sayuri - Fala ué.
Danado - Quero dar uma casa pra tua irmã, nada haver ela morar contigo, tendo uma filha comigo.
Sayuri - Já não era sem tempo, né Emerson !? Assumir as responsabilidades! _ debochei e ele riu sem graça.
Danado - Tava querendo saber se tá tudo bem pra tu..
Sayuri - Tu tem que perguntar isso pra Mayra, ela é maior de idade, dona de si e mãe da tua filha...
Danado - Tranquilo então, né !?
Sayuri - Tranquilo Emerson.
Danado - Tu é um anjo Say! _ beijou minha testa e eu ri.
Sayuri - Quer jantar ?
Danado - Quero sim.
Botei um prato de macarrão pra ele, um pra mim, botei coca pra nós dois e fomos comer no portão. Não demorou muito e Mayra voltou, ficou aqui com a gente, entrei pra casa, dar "privacidade" a eles. Tomei um banho, fiquei vendo série, minha irmã entrou toda feliz, ficamos até altas horas escolhendo os móveis da casa nova.
Achar certo, não acho, mas a merda já foi feita, não adianta ficar tentando mudar as coisas.
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04/08/2020
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Dilema - Finalizado
Teen FictionSeria fácil se eu soubesse esquecê-lo, se eu soubesse viver com quem realmente me valorizou, mas o coração e a emoção falaram mais alto, me deixei levar por aquele velho amor de adolescência, sendo o que sempre abominei. Na esperança de que voltasse...