Capítulo 3

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Gustavo.

Do caminho do parque até meu apartamento fiquei louco procurando explicações para o que eu estava sentido. Não era possível uma mulher mexer tanto comigo como ela fazia. Entrei no chuveiro e enquanto a água caia pelo meu corpo, pude imaginar as gotas de água quente caindo pelo corpo de Teresa. Ela não me deixava em paz e depois de hoje, seria impossível ignorá-la. Saí do banheiro e vesti um moletom. No caminho da sala, encontrei Victor jogado no sofá. Meu irmão tinha o apartamento dele, mas na maioria das vezes, quando não estava transando com uma mulher ou quando não cuidava da sua vida, ele dormia aqui. Sentei no sofá e vi que ele já estava acomodado, peguei o whisky que ele deixou no copo pra mim e bebi tudo em um gole. Iria ser uma longa noite contando a ele o quanto eu odiava e desejava aquela mulher.

Os dois dias seguintes eu achei que Teresa iria me tratar mal e me ignorar, mas ela fez pior. Me tratou normalmente como se nada tivesse acontecido e isso acabou sendo uma tortura, porque se ela me tratasse mal eu saberia que ela estava puta comigo, consequentemente gerando um sentimento sobre mim, mas ela sendo indiferente eu não sabia o que se passava em sua cabeça. No fim de semana, Victor me fez contratar uma mulher para trabalhar com ele na parte de publicidade. Não achei ruim, afinal, a nossa equipe de publicidade estava meio fraca. Só estranhei que se a mulher fosse alguém que ele estava transando, eu não queria clima ruim quando a merda acabasse.

Já na segunda, eu me atrasei alguns minutos e não estava nem um pouco afim de ver Teresa estranha comigo. Quando as portas do elevador se abriram e eu a vi, senti uma necessidade de estar dentro dela que puta que pariu. Ela deveria ser proibida de vestir saias tão justas. Teresa estava quase debruçada na mesa falando ao telefone. Suas pernas bronzeadas nuas, seu cabelo loiro longo preso em um rabo de cavalo e suas curvas que me deixavam louco. Senti uma inquietação dentro de minhas calças, mas eu tinha que ignorar. Eu não podia me relacionar com ela. Se eu a machucasse meu pai me mataria, ele fez questão de dizer que Teresa era como uma filha pra ele e minha mãe simplesmente não falaria comigo.

- Bom dia, Rezende. - Falei quando ela desligou o telefone.

Ela se virou pra mim e puta merda, a qualquer momento eu iria infartar. Ela estava com uma camisa de botão preta bem justa ao corpo e na parte do busto os botões estavam abertos. Pude ver que ela tinha uma bela comissão de frente.

- Bom dia, senhor Lários. - Ela respondeu com uma voz provocativa.

- Se prepare, agora vamos ter uma reunião. - Disse e ela pareceu surpresa.

Ao invés de irmos pra minha sala, fomos para a sala de reuniões. Estavam a minha espera os acionistas e integrantes do conselho da empresa. Verônica e Victor. Meus irmãos. Ela era designer de joias e ele diretor do departamento de publicidade da empresa. Teresa se sentou ao meu lado como de costume para anotar as coisas importantes.

- Essa reunião é para anunciar a contratação de uma pessoa para um cargo importante na empresa, mas posso ver que ela está atrasada.

Atraso era uma coisa que eu não tolerava, apesar de estar se tornando uma coisa comum entre nós.

- Já estou aqui. Não estou atrasada, apenas me retirei para ir ao toalete. - Disse Estefânia, a garota que presumi que Victor estava dormindo.

Olhei para Teresa e ela pareceu bastante assustada.

- Senhorita Rezende, está tudo bem?

- Claro. Só estou um pouco surpresa. - Sua voz saiu trêmula.

- Bom, e a última coisa é sobre a nova coleção, que será lançada daqui a alguns meses. Verônica, quero conferir suas idéias e Victor você já pode começar a trabalhar na campanha. E senhorita Gamboa, faça jus ao seu emprego e sem mais atrasados.

- Pode deixar, poderoso chefão. - Ela sussurrou e enquanto saía da sala, pude ouvir Verônica segurar a risada.

Essa garota iria ser um problema.

-

Teresa.

Quando saí de casa, saí sabendo que iria provocar Gustavo de todas as formas possíveis. Vesti uma saia bem justa preta de comprimento médio, um scarpin e uma camisa preta de botão. Quando cheguei na empresa, arrumei a sala dele como de costume e fiz as minhas coisas. Uns minutos antes, Verônica, Victor e outra mulher entraram na sala de reunião. Não reparei muito pois queria adiantar o meu trabalho. As portas do elevador se abriram e eu sabia que era ele. Desliguei o telefone.

- Bom dia, senhorita Rezende.

Me virei para ele.

- Bom dia, senhor Lários.

Nos olhamos por alguns segundos e ele reparou em meu decote. Dei um sorriso de canto.

- Se prepare, agora vamos ter uma reunião. - Ele nem entrou em sua sala, abriu o terno e foi para a sala de reunião.

Devia ser algo sério, era por isso que Verônica e Victor vieram cedo. Me sentei ao lado de Gustavo para anotar os pontos importante como sempre e reparei que a outra mulher que entrou com eles não estava na sala. Gustavo se arrumou na cadeira e se acomodou.

- Essa reunião é para anunciar a contratação de uma pessoa para um cargo importante na empresa, mas posso ver que ela está atrasada.

- Já estou aqui. - Estefânia falou entrando na sala. - Apenas me retirei para ir ao toalete.

Eu congelei e arregalei os olhos. Ela não tinha falado sobre um novo emprego nem nada. Isso não podia estar acontecendo. Por algum motivo, acho que estava branca. Estefânia se sentou ao lado de Victor.

Depois da novidade e da notícia sobre uma nova coleção, a empresa virou um caos. Muitos papéis paravam em minha mesa e eu tinha que organizá-los. Na hora do almoço, pedi comida japonesa e pedi que entregassem no escritório. Eu sabia que com tantos afazeres Gustavo não sairia parar pra almoçar. Na hora de ir embora encontrei Estefânia entrando no carro de Victor e fiquei brava por ela não ter me contado de um novo emprego e nem de um novo namorado.

Fui pra casa e passei direto pro banheiro. Depois de um banho relaxante, deitei na minha cama e li algumas páginas do meu livro de cabeceira. Meu celular começou a tocar.

- Alô?

Nada.

- Alô? Alguém?

Ouvi gemidos de um cara. Que nojo.

- Olha, se você quer se masturbar, compre uma playboy ou um pornô, mas não ligue para mim achando que eu vou fazer sexo pelo telefone. Seu escroto.

Desliguei. E por um momento, achei que quem tinha me ligado era o Gustavo. Desgraçado. Dormi com aquela dúvida na cabeça e fiquei com mais raiva do cretino. Como ele ousa? Ah, mas ele ia me pagar caro.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora