Capítulo 55

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Gustavo.

Apertei a campainha e esperei. Apertei novamente já ficando impaciente.

- Já vai! - Uma voz masculina soou do outro lado da porta.

Vamos lá, Gustavo. Coloquei as mãos nos bolsos da calça. Ouvi a porta sendo destrancada e então ela se abriu. Vi um cara quase do meu tamanho, vestindo uma calça. Era ele.

- E ai?

Ele estava secando o cabelo com uma toalha. E se Teresa tivesse chegado ao invés de mim? Filho da mãe queria provocá-la, tinha certeza.

- Você deve ser... Eduardo? - Estreitei os olhos.

- Sim, sou eu e você...?

- Gustavo Lários.

Entrei no apartamento sem esperar convite. Olhei para a cozinha e a sala e tudo pareciam no lugar. Ele estava incomodado comigo aqui.

- É o noivo de Estefânia, certo? Ela não está.

Ri. Até pensei em desmentir, mas sabia que se falasse a verdade agora, ele não me contaria o motivo de estar aqui.

- Você está morando aqui? - Perguntei sem responder a pergunta dele.

- Não exatamente, por agora sim, mas não se preocupe nunca tive nada com Estefânia e nem quero ter, vim por causa da amiga dela, Teresa, sabe?

Filho da puta. Filho da puta. O que ele queria com minha Teresa? Eu iria acabar com a raça dele. Tentei não emitir nenhuma emoção quando ele tocou no nome dela.

- Quer beber algo? - Ele me ofereceu.

O filho da mãe andava pelo loft como se morasse aqui, como se vivesse aqui há anos.

- Então você veio por causa de Teresa?

Ele tirou da geladeira uma cerveja. As meninas não gostavam de cerveja.

- Sim, ela é uma mulher e tanto. Tenho que recuperá-la. - Ele sorriu.

Fechei o punho dentro do bolso da calça. Teresa iria me matar se eu matasse esse arrombado, mas não podia fingir que não estava ouvindo essas palavras saírem da boca dele.

- E você e Estefânia? Soube que ela está muito feliz. Você é um homem de sorte.

Me arrepiei só de ter a imagem de Estefânia me beijando. Credo.

- Cara, você deve conhecer Teresa, certo? - Fiz que sim com a cabeça. - Sabe se ela está namorando ou algo do tipo? Não sei se ela foi muito sincera ao dizer que estava namorando. Vai ver ela só queria me causar ciúmes, né?

O que esse canalha e irresponsável disse? Não estava acreditando no que estava ouvindo, não acreditava que o arrombado ousou a pensar que podia tê-la de volta.

- Ela está. - Disse firme.

- Só lamento. - Ele respondeu debochado.

- O que?

O tal Eduardo saiu da cozinha e se sentou no banco ao lado da ilha da cozinha.

- Lamento por esse cara com quem ela está. Ela vai voltar para mim. - Ele deu de ombros e bebeu sua cerveja.

Meu controle estava a um fio. Não sabia se iria conseguir parar de bater na cara dele quando estivesse fazendo.

- Ah, ela vai voltar pra você? - Perguntei sarcasticamente.

- Vai, cara. Eu sei que ela não me esqueceu. Mesmo que eu tenha transando com várias mulheres, nenhuma é como ela. O mesmo funciona para ela. Ela nunca vai me esquecer, eu tirei a virgindade dela. Ela é gostosa pra caralho e porra na cama...

Babaca do caralho. Não aguentei segurar e avancei nele. Puxei ele pela gola da camisa e dei um soco em seu maxilar.

- Merda, que porra é essa? - Ele pôs a mão no rosto e olhou pra mim. - Quem você... Filho da puta, você é o namorado, então?

- Você vai pensar duas vezes antes de ficar falando de Teresa desse jeito, seu filho da puta. - Dei outro soco nele.

Ele sorriu e cuspiu sangue no chão.

- Você veio aqui para se certificar de que não cause problemas? Perdeu seu tempo. - Ele se levantou. - Ela vai voltar para mim. Ela sempre volta.

Outro soco.

- Seu filho da puta do caralho. - Eduardo avançou em mim e me acertou no estômago.

Não foi nada demais, mas claro que eu senti um incômodo. Me abaixei esperando retomar o fôlego.

- Vem logo, Lários. Você tinha que ver quando transamos pela primeira vez, ela toda molhada em mim. Imagine isso. - Ele riu enquanto falava. - Ela toda molhada em meu pau. Cara, foi maravilhoso.

Não ousei imaginar tal cena. Filho da puta estava brincando com minha cabeça. Me ergui de volta e acertei ele. Ele bateu com as costas na ilha da cozinha.

- Ela não vai voltar pra você, seu imbecil. Você é um moleque! Você realmente acha que dava prazer a ela? Você é passado. Sou eu quem transa com ela todo dia em todos os lugares possíveis. Sou eu que faço ela ficar excitada. Você realmente acha que ela vai me largar pra ficar com um idiota que não teve a capacidade de correr atrás quando ela deixou o país?

Eu sabia que ele estava puto. Ele se desencostou do mármore e veio em minha direção para me dar um soco. Não esperei que ele chegasse até mim, andei mais rápido em sua direção e o acertei no abdômen como ele fez comigo e em seguida dei outro soco em seu rosto.

- Caralho. - Ele gritou e veio em minha direção me acertando no maxilar.

Meu rosto se virou de imediato, mas voltei a olhar pra ele. Percebi que tinha alguém ali e pareceu ser Teresa, mas tinha que derrubá-lo primeiro. Dei um soco em seu queixo e ele caiu com a cabeça para trás. De repente ouvi um barulho de algo quebrando na cozinha. Teresa estava olhando para nós muito puta. Merda, não era para ela estar aqui.

- CHEGA! - Ela gritou. - Que porra está acontecendo aqui?

Eduardo se ajeitou e eu fiz o mesmo. Eu não podia deixar barato. Não respondemos.

- Por que diabos vocês estão brigando feito dois adolescentes na minha casa?

Merda, teria que aguentar Teresa falando um monte de coisas e depois dizer que eu estava errado sobre ter vindo aqui. Mas, ela não gostaria de ver Nicole na minha casa só de calcinha, porque eu tinha que aceitar o ex infeliz que tirou a virgindade dela? Passei a mão no cabelo e depois desci para meu maxilar que estava dolorido.

- Eu vim ter uma conversa com seu ex.

- Eu apenas respondi as perguntas dele. - O canalha falou sorrindo.

- Ah, então as duas donzelas decidiram brincar de soquinho? - Teresa foi irônica.

- Ele me provocou.

O ex insuportável olhou para mim.

- Eu só disse a verdade. Contei a ele sobre o quanto nos dávamos bem na cama.

- Seu filho da... - Avancei mais uma vez pra cima dele e Teresa se colocou na minha frente.

- Eu disse chega! Acabou o showzinho. Sentem os dois. Agora!

Não me movi. Não iria ficar por muito tempo, caso contrário, iria arregaçar a cara desse babaca.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora