Capítulo 73

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     Não podia evitar de sentir o terror da situação. Não sabia o que seria pior agora. Viver sem Gustavo ou Gustavo viver sem mim. Rezei mentalmente para que a recepcionista tivesse conseguido falar com Rosana. Não sabia se Estefânia tinha conseguido enviar a mensagem a Victor e eu com certeza não sabia se Gustavo iria adivinhar aonde estava a essa altura.

– Em falar nisso, acho que Gustavo não vai poder comparecer à sua morte hoje, Teresa. Eu deixei ele cuidando de uma surpresinha lá na Império, então acho que podemos acabar logo com você antes que você me irrite mais, certo?

– Boa sorte com isso. – Ironizei.

– Cala boca, Teresa! – Estefânia me repreendeu.

     Me encostei na parede e pude ver Nicole brincar de roleta russa.

– Aconselho você a escutar sua amiga. – Ela fez biquinho. – Vamos fazer um jogo, pra isso acabar mais divertido, o mínimo que posso te dar por ter esquentado meu lugar é uma morte engraçada, certo?

– Concordo. – Minha boca não parava quieta.

– Vai ser assim, eu faço as perguntas as quais eu já sei a resposta, óbvio, e você responde. Se você acertar, vamos para a próxima, se você errar eu atiro perto de você. Isso vale pra você também Estefânia. Podemos? Ah, esqueci de mencionar que minha mira não é muito boa, então... Primeira pergunta para Teresa... Quando é o aniversário de Gustavo?

– 20 de dezembro. – Respondi um pouco lenta por conta da dor.

– Correto. Estefânia, se senta como a Teresa que é sua vez. – Nicole falou.

     Estefânia obedeceu e se sentou a mais ou menos um metro de distância.

– Qual a cor favorita do Victor?

– Azul. – Estefânia respondeu.

– Oh, incorreta. Vamos lá.

     Novamente meu coração disparou e fechei os olhos. Abri os olhos com o susto e a dor da bala que tinha passado na altura da minha costela.

– Porra! – Sibilei de dor.

– Desculpa, Teresa. Desculpa. Meu Deus. – Estefânia disse nervosa.

– Estefânia... Cala a... Boca. – Falei devagar.

– Ok, estou rezando para vocês errarem, porque eu amei fazer isso e eu sou contra a regras. Outra pergunta, Teresa desta vez. Com quantos anos Gustavo perdeu a virgindade? Olha que essa é fácil, hein?

– Dezesseis anos. – Respondi.

– Ahh Teresa, errou. – Dessa vez ela não fez suspense, só atirou. Senti a bala entrar em meu braço esquerdo, causando uma dor terrível. Vi o sangue descer de imediato pelo meu braço.

     A dor era insuportável. Queimava de dentro pra fora. Cadê Rosana? Victor? Fechei os olhos esperando acabar.

– Estão ouvindo? Parece que alguém está chegando. Vamos ver quem é?

     Ouvi a porta se abrir, mas não olhei para ver quem era. Eu não tinha muitas forças mais.

– Uhhh, parece que Gustavo vai se juntar a nós. – Nicole falou animada.

     Imediatamente abri os olhos e olhei para Gustavo que estava me olhando assustado. A arma se virou em minha direção mais uma vez. Não sabia como ainda estava acordada, mas sentia que se levasse outro tiro, provavelmente não iria voltar a abrir os olhos. Gustavo tentou se aproximar de mim.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora