Capítulo 43

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Gustavo.

Merda! Perdi a cabeça com meu pai. Ele não tinha o direito de dizer com quem eu podia ou não me relacionar. Victor entrou todo nervoso na sala gritando e alertando que Teresa estava do lado de fora ouvindo tudo. Porra! Ignorei meu pai e saí da sala a procura de Teresa. Ela não se encontrava em lugar nenhum. Voltei para minha mesa e peguei meu celular para ligar para ela. Nada. Liguei novamente e Victor apareceu com o celular dela na mão.

- Ela esqueceu. - Ele balançou o aparelho em sua mão.

- Que merda, Teresa. - Bati com força minha mão na mesa. - Victor, vê se ela está com Estefânia.

Ele saiu da sala e rezei para que Teresa estivesse com a amiga.

- Isso é tudo culpa sua! - Acusei meu pai com raiva. - Ela ouviu a gente discutindo sobre nossa vida que deveria ser particular!

- Não bote a culpa em mim! Não sou eu que estou brincando com os sentimentos dela.

- Você não sabe de nada!

Victor entrou na sala e eu o olhei com esperança de boas notícias.

- Nada.

Porra, Teresa, onde você está? Passei a tarde inteira preocupado com Teresa e sem notícias. Ela sequer tinha ligado. Sabia que devia estar com raiva. Depois de alguns sermões desnecessários, meu pai resolveu ir embora. Agradeci. Não estava com paciência para lidar com ele. Ouvi o elevador chegar e me levantei rápido esperando que fosse Teresa, mas não era ninguém. Olhei para o chão do elevador e mais uma vez me deparei com uma caixa vermelha, dessa vez menor. Peguei a caixa e abri. Tinha uma fotografia de pernas. Virei a foto e no verso tinha uma mensagem.

Elas sentem sua falta, baby.

Rasguei a foto e joguei junto com a caixa no lixo.

- Não me provoque, Nicole.

Voltei para a minha sala pensando em Teresa. Porra, essa mulher ia me matar qualquer dia desse com sua teimosia. Eu queria vê-la e me explicar. Fiquei quase a tarde toda olhando pela janela da sala. Eu não tinha cabeça para trabalhar. Não mais. Era inútil tentar me concentrar quando minha atenção estava na única mulher capaz de me tirar do eixo ao mesmo tempo que fazia tudo se encaixar. Meu telefone tocou e eu atendi sem ver quem era.

- Ela está em casa. - A voz de Estefânia soou do outro lado. Ela nunca me ligava. - Ela está na cama e aparentemente não quer ver ninguém.

Odiava ter que agradecer a ela por algo, mas era necessário. Ela foi a única a me dizer o paradeiro de Teresa.

- Obrigado.

- Não faço por você, faço por ela. E eu espero que isso não se repita, Gustavo. Ela é minha melhor amiga. Se fizer ela sofrer, vai se ver comigo.

- Eu não vou... - Estefânia desligou a chamada antes de me deixar responder.

Peguei as coisas de Teresa em sua mesa e saí da empresa direto para o loft. A porta estava aberta e Cecília, a amiga dela, estava com um dos bebês recém nascidos em seus braços.

- Oi, Gustavo, ela está no quarto. - Cecília sussurrou pelo bebê dormindo.

Acenei com a cabeça agradecendo. Caminhei até o quarto de Teresa e antes de entrar, vi Andrea sair de seu quarto com o cabelo todo bagunçado.

- O que você está fazendo aqui? - Ela me perguntou assustada.

- Não é da sua conta.

- Vá se ferrar, aqui é minha casa. - Bocuda como a irmã.

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