Um Inferno Irresistível

Capítulo 49

Gustavo.

Merda.

Merda.

Merda.

- Gustavo, estou esperando a resposta. - Teresa permaneceu sentada na cama.

Ajeitei a toalha em minha cintura e me aproximei dela.

- Ela é uma conhecida.

Ela riu sarcasticamente.

- A sua "conhecida"... - Disse ela dando forte ênfase na palavra. - Disse que você pode ligar pra ela.

Teresa estava a ponto de explodir.

- Eu não vou ligar pra ela.

- Ela parecia ser mais do que uma conhecida. Gustavo Lários, porque a porra de uma mulher te ligou a essa hora? Você não brinque comigo!

- É complicado. - Estendi a mão para pegar meu celular.

Ela hesitou, mas devolveu.

- Descomplica, eu tenho todo tempo do mundo. - Ela cruzou as pernas e não iria deixar essa passar.

- Porra, Teresa. - Resmunguei.

- Porra, Gustavo. - Ela disse o mesmo.

Vesti minha roupa sendo observado atentamente por ela. Teresa ainda estava sentada na cama.

- Você não quer falar sobre isso.

Ela estreitou os olhos.

- Errado, querido. Pode apostar que eu quero e vou falar sobre isso.

Sabia que ela não iria desistir. Merda. Nicole não devia ter aparecido. Me sentei em sua frente na poltrona decidindo falar de uma vez. Minha mulher era teimosa igual uma mula quando colocava alguma coisa na cabeça.

- É o seguinte, eu te conto uma coisa e você me explica quem é essa conhecida. - Teresa se endireitou a minha frente. Ela não estava falando sério, estava?

- O que você tem pra me contar? É sobre ontem?

Perguntei sério. A vi estremecer. Bingo.

- Teresa, que porra aconteceu ontem?

De alguma forma sabia que ela estava escondendo algo e era relacionado a ontem quando tinha ligado para ela. Ela parecia ocupada com algo.

- Vamos ser honestos um com o outro. Não quero um relacionamento baseado em mentiras.

Concordei com a cabeça.

- Ontem...

Teresa começou a falar mas meu celular vibrou em minha mão atrapalhando o momento. Atendi vendo o nome do Alex na tela.

- Gustavo, já fiz a limpa na casa de Teresa. Encontrei uma escuta e duas câmeras no quarto. Retirei.

- Obrigado, Alex.

- Acho melhor você saber que tem um cara chamado Eduardo lá.

Tentei me lembrar desse nome que não me era estranho. Filho da puta. Filha da mãe.

- Obrigado, Alex.

Desliguei e olhei para Teresa que permanecia me encarando. Ela não teria coragem de transar com esse filho da puta, teria? Antes de questioná-la, Teresa voltou a falar.

- Eduardo está aqui em São Paulo.

Fechei os olhos sentindo a raiva corroer minhas veias.

- Na sua cama? - Perguntei com raiva.