Capítulo 26

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Gustavo.

O almoço na casa da família da Teresa até que transcorreu normal. A irmã dela era louca, falava tudo o que pensava e acabava deixando a gente numa saia justa. Teresa corava o tempo todo e eu ficava ainda mais fascinado de vê-la assim. O pai dela me dava olhares um tanto quanto sérios, mas nada que eu não soubesse o que estava fazendo. Depois do que aconteceu no quarto de Teresa, eu não iria agir como um idiota.

- Me explique, qual o seu trabalho? - O senhor Rezende me perguntou.

Me sentei no sofá enquanto ele ia até a mesa de bebida. Teresa me disse para aguardar enquanto trazia a sobremesa. A outra.

- Eu sou o diretor da Império.

Ele não era o tipo de pai que pensei que fosse. Na verdade, ele era divertido e fazia piada, totalmente diferente do meu pai.

- Então você não é o dono? - Ele me estendeu um copo de whisky e eu neguei com a cabeça a bebida.

- Na verdade, a empresa é da minha família, eu sou o administrador agora.

Passamos um tempo conversando sobre a Império e os negócios até que Andrea apareceu na sala e se juntou a nós.

- Gustavo, Gustavo. Me conte, como anda a cidade que nunca dorme?

- Com muito sono. - Tentei fazer uma piada e vi que ela não queria, mas acabou rindo.

Aos poucos, foram todos se juntando a nós na sala. Teresa e sua mãe trouxeram algo de chocolate. Ela se sentou ao meu lado e eu me sentia confortável assim. Ainda não tínhamos conversado sobre o que realmente tinha acontecido e esperava não termos uma crise sobre isso. Eu realmente gostaria de ficar com ela sem todos os nossos jogos. Antonio, o irmão, era o que menos se comunicava comigo, ficava mais de papo com sua namorada loira.

As horas se passaram que nem nos demos conta, quando vi, já tínhamos até passado do jantar. Chamei Teresa para irmos embora pro hotel, mas o pai dela nos interrompeu.

- Antes de ir, gostaria de falar com você, Gustavo.

Teresa nos olhou preocupada, mas apertei sua mão em forma de tranquilidade. Me levantei e segui o pai da Teresa até o escritório e ele fechou a porta atrás de nós.

- O que posso fazer pelo senhor? - Coloquei as mãos no bolso da minha calça. Sabia o que ele queria conversar.

- Eu percebi o jeito em que você e a Teresa se olham. - Ele começou.

- Senhor Rezende, eu não quero desrespeitar o senhor nem a sua casa, Teresa e eu...

- Gustavo, minha filha passou por muito desde cedo. - Ele me interrompeu. - Quando sua mãe faleceu, ela teve que ser duas vezes mais forte para lidar com a perda. Nós dois tivemos. Quando me casei de novo, pensei que Teresa fosse se tornar rebelde e não aceitar a Marilyn, mas não. Você vê, as duas são como mãe e filha. - Acenei com a cabeça. Eu não tinha dúvida do amor delas. Quem não amaria a Teresa? - O que quero dizer, é que Teresa merece ser feliz. O último relacionamento dela não foi muito fácil. Eu só quero me garantir que você não vai partir o coração dela.

Tentei segurar a careta ao ouvir o Adolfo falar sobre o ex namorado de Teresa. Eu não sabia o que tinha acontecido, só o que ela tinha me dito semanas atrás no nosso jantar desastroso. Mas depois do que tinha acontecido no quarto dela... Porra! Eu a queria só pra mim.

- Eu dou a minha palavra de que vou fazer o que estiver em meu alcance para fazer a Teresa feliz.

- Mesmo você sendo o chefe dela?

- Isso não é um problema, senhor Rezende. O que nós temos, não tem nada a ver com a nossa posição no trabalho. Teresa é muito determinada. Ela tem um futuro promissor na sua carreira profissional como designer e eu darei todo meu apoio.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora