Capítulo 69

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– Fala logo, Andrea. Por quê o Gustavo sabe que você está namorando e eu não? – Cruzei os braços.

– Na verdade, ele meio que pegou a gente aqui uma vez e...

     Porra! Por quê ele não tinha me contado?

– Quem é o cara?

– É o... O Cristóvão.

     Ampliei os olhos surpresa. Todo esse tempo ela estava com o Cristovão e não me disse nada.

– Eu sei que eu deveria ter te contado logo, mas eu não sabia se íamos ter algo sério. Você sabe que ele teve aquele problema lá da traição e nos conhecemos por acaso. Eu nem sabia que ele era amigo do Gustavo, encontrei ele por acaso na Império e não tive coragem de dizer.

     Andrea tagarelou sem parar e eu permaneci em silêncio processando tudo o que ela estava dizendo.

– Você estava tão ocupada que mal parava em casa e aí...

– Andrea! – Segurei sua mão para interrompê-la. – Você não precisa me justificar nada. Eu sei que estive muito ausente e...

– Eu não estou te culpando de nada, Teresa. Eu já sou grandinha e não preciso da minha irmã tomando conta de mim. Você tem sua vida.

– Eu sempre irei tomar conta de você, Andrea. Você é minha hermanita. Eu quero que você seja feliz e se o Cristovão faz isso, não tenho que me opor.

– Estamos crescendo. Estefânia está noiva, você está com o Gustavo, Cecília voltou para o Sul... Também quero fazer a minha vida.

– E eu torço muito por você. Não é porque quase não conversamos mais que eu não me importo com você. Quero que você seja feliz, Andrea. É isso que me importo.

     Nos abraçamos no meio da cozinha. Minha irmãzinha já estava crescendo. Jamais pensei que ela pudesse estar com o Cristovão, mas conhecia ele e sabia que ele era uma boa pessoa. E Gustavo já sabia disso. Ele e eu iríamos ter uma conversinha depois.

– Eu te amo, mana.

– Eu também te amo. Agora chega dessa coisa piegas, tenho que ir trabalhar.

     Andrea sorriu e saiu correndo pela porta. Peguei o prato de pudim e saí da cozinha atrás de Estefânia.

– Estefânia! Aqui tem um pudim maravilhoso te esperando. – Bati na porta do antigo quarto de Cecília.

     Ela finalmente destrancou a porta e correu pra cama.

– Oi. – Falei entrando com o prato de pudim na mão.

– Eu não quero pudim.

     Andei até a cama e me sentei do lado dela.

– Você vai realmente negar esse pudim?

     Enfiei o prato na cara dela e ela fez que sim com a cabeça.

– Ok... O que está acontecendo? Essa é a última vez que vou perguntar e espero que você responda. Victor liga todo dia, milhões de vezes porque a noiva dele não quer ir pra casa.

– Aqui ainda é minha casa. – Ela falou rapidamente como se eu não considerasse isso.

     Coloquei o prato em cima do criado mudo e me virei pra ela.

– O que está acontecendo? – Perguntei mais calma dessa vez.

     Estefânia manteve a cabeça baixa. Olhei para sua mão que segurava algum objeto que ainda não tinha identificado. Ela pareceu não me ouvir.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora