Capítulo 65

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Teresa.

- E como vamos fazer isso? - Gustavo repetiu a pergunta.

- Amanhã eu vou me encontrar com Rosana e vamos ver no que dá.

Gustavo levantou meu rosto com a mão e me olhou nos olhos.

- Teresa, eu quero saber o que você realmente vai fazer. Passo a passo.

Me levantei do sofá e virei para ele.

- Eu vou...

- Sem omitir nada.

Bufei e voltei a sentar do seu lado. Ele se encostou no sofá dando sinal que iria esperar eu desembuchar mesmo que eu ficasse aqui até amanhecer.

- Eu vou me encontrar com Rosana, ela está no mesmo hotel em que Nicole está hospedada com Emílio. Lá eu vou fazer minha mágica.

- Teresa...

Olhei para os olhos verdes dele e estreitei os meus. Aonde isso iria dar?

- Eu não vou machucá-lo, Gustavo. Ele é um bebê que não tem nada a ver com isso. Só vou pegar um fio de cabelo ou uma chupeta, sei lá.

- E você não se importa de fazer isso? Quero dizer... Tenho a impressão de que...

- Para, para, para. Eu estou fazendo por nós dois, mas por você também. Se for mentira, ela tem que pagar pelo que está fazendo.

- E como ela vai pagar?

- Ainda estou pensando em um castigo.

Após alguns minutos a pizza chegou. Claro que eu tive que ir buscar, os fotógrafos ainda não tinham ido embora. Trouxe a pizza, nós comemos enquanto assistíamos um filme e em seguida voltamos pro quarto para dormir.

Acordei cedo pela manhã e me arrumei para ir ao loft ver Cecília e depois me encontrar com Rosana.

- O que você está fazendo em pé a essa hora? - Gustavo perguntou com a voz sonolenta. - Volte pra cama.

- Volte a dormir. - Dei um beijo em sua cabeça e saí.

Saí do prédio de Gustavo surpresa pelos urubus terem ido embora, pelo menos era o que parecia. Só agradeci, assim Gustavo poderia trabalhar em paz. Tirei meu óculos da bolsa pegando junto meu celular pra falar com Cecília. Há tempos não nos falávamos.

- Oi, você não é a moça das fotos? - Um cara me perguntou.

Olhei para sua mão e logo vi a câmera. Merda. Saí às pressas e fui para a beira da rua à espera de que algum taxi me salvasse.

- Ei, dá um sorriso! - O cara tirou algumas fotos.

Acenei para o táxi e entrei em seguida. Em cerca de uma hora estava no loft, o trânsito estava infernal. Saí do táxi e encarei o prédio. Parecia que não vinha aqui há séculos. Por um segundo, me lembrei de como eu costumava passar minhas noites com as meninas em algum barzinho legal com música boa e depois íamos andando até onde conseguíamos e na maioria das vezes voltávamos de táxi para casa. Naquela época, eu não sabia que minha vida estaria desse jeito. De ponta cabeça. Suspirei e entrei na minha casa. Vi a porta do loft aberta quando saí do elevador

- ... Pega as mamadeiras que eu comprei, estão em cima da geladeira. - Ouvi a voz de Cecília.

Bati na porta aberta alertando a minha presença.

- Oi.

- Olha quem apareceu. - Cecília falou alegre e com os braços abertos.

- O que está acontecendo? - Perguntei olhando para a sala que estava com algumas roupas em cima do sofá.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora