Chegamos a Império e meu irmão correu para seu andar para ver se Estefânia finalmente tinha decidido vir trabalhar. Teresa tinha dito que em breve ela voltaria e que o motivo dessa pequena licença era muito considerável. Cheguei na minha sala e a primeira coisa que fiz foi ligar para Eric, o assistente de Teresa.
– Eric, você vai trabalhar pra mim por enquanto. Pode subir.
Sentia que o dia iria ser grande e longo.
– Chefe, estou aqui. – Eric falou quando abriu a porta.
Olhei para o assistente de Teresa que era alto e magro em seu terno preto giz.
– Ótimo. Tem uns relatórios que eu preciso que você separe em cima da mesa e depois tem que passá-los para o computador, quando terminar pode ir.
– Ok.
Passei a manhã cuidado de burocracias e senti falta de Teresa. Verificava meu celular a cada dez minutos a espera de alguma ligação ou uma mensagem dela, mas nada. Desci para almoçar com Victor em um restaurante perto da empresa, onde ele passou a refeição inteira falando que tinha ligado para Teresa e que ela não tinha deixado ele falar com Estefânia. Isso já estava me enchendo. De volta a empresa, subi direto para meu andar e vi Eric na antiga mesa de Teresa fazendo o que eu pedi. Abri a porta e dei de cara com Nicole encostada na minha mesa com um sorriso no rosto. Pensei em pular em seu pescoço, mas não queria platéia para isso.
– Eric, tire o dia de folga. – Falei ainda na porta.
– Mas eu ainda... – Ela tentou discutir.
– Agora!
Nicole sorriu com a minha ordem dada ao assistente de Teresa.
– Bom garoto. – Ela zombou.
Fechei a porta mas não me aproximei da mesa.
– Gustavo, hoje eu trouxe alguém que estava muito ansioso para te conhecer. – Ela apontou para o sofá e mesmo sem olhar sabia que era a criança.
– Querido, esse é o papai. Vá abraçá-lo.
Olhei para o lado e vi o menino de cabelos castanhos cacheados e olhos verdes como duas bolas de gude. Ele continuou brincando com seu carrinho.
– Ele tem seus olhos.
Não consegui desviar os olhos de meu suposto filho. Ele realmente tinha algo da família.
– Por que você o trouxe aqui? – Perguntei finalmente.
Ela sorriu e deu uns passos a frente se aproximando de mim.
– Não queria evitar o inevitável. Gustavo, ou você vê o seu filho que é fruto do nosso amor ou eu vou embora e você nunca vai me achar outra vez.
Mantive a pose de sério e olhei para a mulher a minha frente me perguntando onde tinha ido parar a pessoa doce que ela era. O que houve com tudo aquilo? Foi tudo uma armação? Tinha certeza de que não a amava e a cada dia que passava era mais grato a tudo o que tinha acontecido, caso contrário, não teria o prazer irritante de ter conhecido Teresa.
– Sai da minha sala. Tenho que conversar com ele sozinho. – Disse olhando para a criança.
– O nome dele é Emílio. – Ela falou passando por mim.
Meu celular tocou e ela travou na porta, talvez pensando que fosse Teresa.
– Oi, Verônica.
Os olhos de Nicole pareceram brilhar quando falei o nome de minha irmã.
– Você recebeu minha caixa? – Ela me perguntou.
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Um Inferno Irresistível
أدب الهواةTeresa Rezende é uma jovem mexicana que veio ao Brasil para estudar design. Morando em São Paulo e dividindo um loft com mais duas amigas, ela ama seu trabalho, mas sonha em ter uma melhor posição na empresa que estagia. Gustavo Lários, é o CEO dest...