Capítulo 78

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Gustavo.

- O que você está fazendo aqui? - Entrei na cozinha e dei de cara com Victor assaltando a geladeira. - Não tem comida na sua casa?

- Boa tarde para você também. - Ele pegou tudo o que precisava pra fazer um lanche. - Aproveitei que minha mulher está conversando com a sua mulher e resolvi vir aqui.

Peguei dois pratos no armário e coloquei em cima do mármore perto das coisas que Victor achou. Pão, maionese, peito de peru, queijo, picles, frango desfiado com requeijão, algumas folhas de alface, mostarda e pronto.

- Então, como estão as coisas? - Perguntei a ele.

- Estão indo.

Meu irmão sentou na banqueta do outro lado do balcão e eu fechei a cara.

- Estão indo? É isso que você tem para me falar? Você se abre para dona Elisabeth, mas não pode fazer o mesmo com seu irmão. Interessante.

- O que você quer que eu fale? Ah, o seu suposto filho, agora é meu, por um instante eu pensei que a mulher que amo me deixaria e eu me tornaria pai solteiro sem nenhuma instrução.

- Victor...

- Eu estou bem, me acertei com a Estefânia, então está tudo bem. E você? Tem algo diferente. - Ele mudou logo de assunto.

- Estou bem, feliz e preocupado.

- Preocupado com o que?

Terminamos o lanche e lavei a pouca louça suja. Teresa ia me matar se chegasse e visse a pia suja.

- Com a Teresa. Ela está inquieta, se sente culpada e quer resolver as coisas logo. Apoio que as duas tenham que conversar, mas Teresa deveria estar em repouso. O mesmo serve para você, que deveria estar na cama. - Levei meu irmão para sentar no sofá.

- Estou ótimo e sobre as garotas, elas vão se acertar. Estefânia tenta esconder, mas sente falta de Teresa, eu vejo isso. No hospital, ela queria estar lá com ela, mas... Sei lá, elas são tão complicadas.

- Espero que elas não se matem ou algo do tipo. Acho que deveríamos ligar para Verônica. Ela ficou incomodada quando Nicole falou com ela.

Victor me encara sério.

- Droga Gustavo, você sabe como ela é. Como isso aconteceu?

Expliquei o que tinha acontecido e mesmo não sendo culpa de ninguém, quis matar a vagabunda da Nicole novamente. Ela não prestava e só tinha trazido o caos para minha família, Victor e eu sabíamos nos cuidar quando o assunto era ela, mas quando incluía Verônica, a coisa era mais delicada. Ela teve problemas em confiar em pessoas novamente. Fez terapia, mas mesmo assim, havia um buraco deixado pela vadia nela. Depois de uma curta viagem, ela voltou diferente, disposta a tentar mais uma vez, se aproximou de Juju e depois fez amizade com Teresa o que era bom, mas saber que um fantasma voltou a vida dela, mesmo que por segundos, me fez querer ir até a Alemanha e saber se ela estava bem.

- Tentei ligar para ela algumas vezes, mas ela não atendeu. Espero que a coisa mude com você.

- Vou tentar.

Victor pegou seu telefone e discou o número dela. Chamou, chamou e ela não atendeu. Victor persistiu mais uma vez.

- Verônica, é o Victor. - Ele colocou o telefone no viva voz.

- O que você quer? Deve ser madrugada.

- Aqui é onze da manhã e se eu não me engano o fuso horário é de cinco a seis horas, então deve ser cinco da tarde, você deveria estar acordada.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora