Teresa.
- Ok, que merda está acontecendo? Laura, cadê a consideração por Teresa te dar um emprego? Preciso de explicações ou não vou poder fazer parte do show de aberrações de vocês.
As portas do elevador se fecharam e subimos rumo ao terraço.
- Oh querida, você não sabe de nada não é mesmo? Teresa não te contou nada? Nem Victor? - Nicole se dirigiu a Estefânia.
Droga. Quis evitar de envolver Estefânia nessa bagunça toda, não tinha como saber o jeito que ela iria reagir.
- O que Victor tem a ver com isso? Teresa? - Ela perguntou para mim.
- Meninas, vamos discutir tudo isso no terraço. Lá a vista e as coisas que planejei vão sair mais bonitas e trágicas, sem espaço para fugas.
Em poucos minutos estávamos no último andar. Andamos até os poucos lances de escadas que nos levava ao terraço. Destranquei a porta e entramos.
- Como é bom vir aqui. Olhem essa vista e aproveitem o máximo dela.
- Mande uma mensagem para Victor dizendo que estamos aqui, agora! - Falei rapidamente para Estefânia e depois andei em direção a Nicole tentando distrai-la. - O que realmente estamos fazendo aqui?
- Ótima pergunta, Teresa. O que eu quero fazer com vocês? Bom, eu como pessoa brilhante que sou, sei que Gustavo e Victor vão ficar putos ao saberem que as vadiazinhas deles sumiram, não posso negar que essa ideia me deixa um tanto excitada, mas voltando, eles vão ficar loucos e vão procurar vocês e quando chegarem aqui, as duas estarão mortas. - Ela voltou a apontar a arma para mim.
Senti meu coração pular de meu peito e quase perdi os sentidos de vez. Não foi assim que imaginei minha morte.
- QUE MERDA É ESSA? - Ouvi Estefânia gritar de susto.
- Ahhh, eu quase tinha esquecido, ainda temos que esclarecer as coisas antes de vocês partirem dessa para melhor, certo? Vamos lá. - Nicole sorriu.
Me espantei com a loucura visível não só em seu olhos, mas agora em seus atos e falas. Não acreditava que o amor por Gustavo a tinha deixado desse jeito, tinha sido algo mais, algo que ainda a afetava e isso não podia ser só minha existência. Gustavo saiu com várias mulheres antes de mim, mas justo eu, ela queria morta. Nicole abaixou a arma enquanto andava de um lado para o outro.
- Vamos começar do começo então. - Ela gesticulou com a arma na mão e era péssimo como em minha mente parecia que a qualquer momento ela iria puxar o gatilho. - Há uns quatro anos eu fui pra um bar conhecer um cara propositalmente, ele não sabia que ia me conhecer, mas eu ia fazer a noite dele inesquecível. Nesse dia conheci Victor Lários. - Ela sorriu.
Olhei para Estefânia que transbordava raiva ao ouvir o nome do noivo sair pela boca de Nicole.
- Você já transou com Victor? - Ela franziu o cenho ao perguntar.
- Querida, eu fiz muito mais do que transar, certo Teresa?
Fechei os olhos quando ela mencionou meu nome. Merda. Não queria encarar minha amiga que com certeza iria querer me matar se Nicole não fizesse.
- Teresa, você sabia disso? - Ela perguntou incrédula.
- Ela sabe de muito mais, querida. E ainda se dizem melhores amigas... - Nicole riu debochada.
- Teresa! - Estefânia gritou para mim.
Respirei fundo e abri os olhos encontrando minha amiga me encarando com os olhos marejados.
- Você sabia disso e não me contou? - Sua voz era de raiva.
- Eu não pude.
Estefânia me olhou com raiva. Vi a puta atrás de minha amiga rindo da situação.
- Me conta o que pôde ser mais importante pra você do que me contar isso? E você ainda contratou ela para trabalhar na Império? Quem é você? - Vi uma lágrima escorrer e ela secou rapidamente.
- Estefânia, eu... - Tentei pegar no braço dela e ela puxou para longe.
- Não me toca! - Ela rosnou. - Continua, Laura.
- É Nicole. - Nicole corrigiu. - Mas de volta ao meu passado, depois daquele dia eu transei de todas as formas possíveis e imagináveis com Victor, ele tem essa coisa de te deixar excitada em qualquer lugar em que você esteja.
- Você quer morrer? - Estefânia ameaçou.
- Querida, sou eu que estou com a arma aqui. - Nicole zombou. - Eu já estava há um tempo com Victor, quando conheci Gustavo, ele tinha acabado de voltar da Inglaterra e eu me apaixonei na hora. Fizemos amor também e vocês podem não saber, mas não é fácil escolher entre os dois. É como se eles completassem o que faltava em mim. - Ela falou sorrindo como se estivesse com os dois ali. - Eu continuei ficando com os dois, queria saber quem realmente eu queria. Em menos de um mês, Victor inventou de fazer um jantar na casa dos pais dele, Elisabeth foi um amor como sempre e Gabriel super apoiou nossa união. Uma das melhores pessoas da família que me acolheu foi Verônica, me ajudava em tudo que podia e realmente virou uma irmã, infelizmente também descobri que Gustavo era irmão de Victor. Aquela noite foi uma loucura.
- Você estava transando com os dois sem eles saberem? - Estefânia perguntou incrédula com a história.
- Sim. Eu sei, eu sou única. Gustavo insistiu para que eu contasse a Victor que eu também estava com ele, mas eu não queria. Victor tem essa coisa que Gustavo não tem e vice versa. Em uma noite, eu cheguei em casa e vi Victor com o rosto sangrando e todo machucado, soube que ele tinha descoberto a verdade. Como previsto, ele me expulsou de casa, mas não liguei muito, acho que a essa altura eu já sabia que queria Gustavo.
Uma pontada surgiu em meu coração. Ela falava como se tudo estivesse acontecendo ali na frente dela, como se Gustavo e Victor fossem brigar novamente por uma mulher que claramente nunca foi ela mesma ao lado deles, sempre mentiu e manipulou.
Não controlei o que estava em mim e parti pra cima dela, minhas mãos foram em seu cabelo e chutei sua barriga. Por um momento esqueci completamente que ela tinha uma arma. Suas unhas rasgaram a lateral do meu vestido na altura dos seios até minha cintura. Senti o ardor dos arranhões em minha pele ao mesmo tempo em que senti quando sua arma bateu na minha boca, me fazendo soltá-la.
- Eu disse pra você se comportar, Teresa. Não quero te matar antes da hora. - Ela rosnou.
Estefânia se aproximou tocando meu rosto para ver o estrago, mas eu retirei sua mão.
- Posso continuar ou vocês vão me interromper de novo? Obrigada pela colaboração. Eu continuei com Gustavo e voltei a casa dos Lários como sua namorada. Foi uma reviravolta, Verônica se abalou, mas não me deixou, os pais de Gustavo não apoiaram nossa união, mas ele me amava e não havia nada a se fazer me relação a isso. Então as coisas se complicaram, descobri que estava grávida de Gustavo, mas algo estranho em mim estava crescendo, então eu fugi, mas agora voltei para recuperar o amor da minha vida.
Eu queria poder jogar a verdade em sua cara, se ao menos eu soubesse o resultado do exame. Se eu retirasse o papel da bolsa ela rasgaria com certeza antes mesmo de sabermos a verdade
- Gustavo? - Estefânia perguntou.
- Aí é que está, querida. Eu amo os dois, Gustavo é o amor da minha vida, mas sem Victor também fico incompleta, eu vim dar a eles o que eles queriam, mas não tinham coragem de pedir: eu.
Não pude segurar, mas eu ri e minha boca doeu por isso.
- Eles jamais vão voltar pra você. Gustavo me ama e Victor... Victor vai se casar com Estefânia. - Respondi sentindo o gosto de sangue.
- Isso não vai acontecer se eles tiverem uma escolha ou eles ficam comigo e vocês vivem ou eles ficam com vocês... Mortas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Inferno Irresistível
FanfictionTeresa Rezende é uma jovem mexicana que veio ao Brasil para estudar design. Morando em São Paulo e dividindo um loft com mais duas amigas, ela ama seu trabalho, mas sonha em ter uma melhor posição na empresa que estagia. Gustavo Lários, é o CEO dest...