Capítulo 80 - EPÍLOGO

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Gustavo.

     O grande dia tinha chegado. O dia que não sabia que era tão esperado por mim. Os últimos meses foram de pura loucura na organização do meu casamento com a Teresa. Ela queria se casar antes da nossa filha nascer, não sei porque. Falando na nossa filha, a barriga da Teresa crescia cada dia mais e eu sentia um puta orgulho de ver minha mulher carregando nosso bebê por aí. Podia dizer que finalmente Teresa e eu iríamos conseguir a felicidade que tanto queríamos em segredo.

     Hoje cedo, Estefânia chegou aqui e arrastou Teresa para um dos quartos para se arrumar dizendo que eu não poderia ver mais a Teresa até a hora do casamento e Victor me puxou para outro lado do apartamento. O caralho que eu não iria ver a minha mulher antes. Aproveitei que Victor se distraiu com o Emílio e subi pro meu quarto onde Teresa estava. Bati na porta e a jararaca da Estefânia abriu.

- Você não pode estar aqui. Vá embora. - Ela disse grossa como sempre.

- Estou na minha casa e quero ver a minha mulher.

- Gustavo, você não pode vê-la antes da hora.

     Bufei e antes de levar uma porta na cara da minha querida cunhada, entrei de uma vez no quarto procurando a dona dos meus pensamentos.

- Gustavo!

     Estefânia exasperou do meu lado, mas parei de ouvi-la quando encontrei Teresa sentada de frente a bancada do nosso quarto vestindo um roupão. Seu cabelo estava feito, caindo com algumas mechas loiras e prendi a respiração quando ela me olhou pelo reflexo do espelho e sorriu.

- Está tudo bem, Estefânia. Ele é muito teimoso pra ir embora.

     Olhei para Estefânia e fiz um gesto para que ela me deixasse a sós com Teresa, ela estreitou os olhos para mim, mas saiu mesmo assim. Voltei a olhar para Teresa que se levantou devagar e se virou para mim com sua barriga enorme. Porra, ela estava muito linda só de roupão, imagina vestida de noiva?

     Teresa ficou me encarando com um semblante sereno no rosto. O desenvolvimento da gravidez transformou ela numa mulher mais terna, tranquila. Acho que era a nossa Dulce fazendo isso com ela. Não que ela não continuasse sendo a mulher infernal que ela era, com um gênio de mil demônios, mas o fato dela estar grávida fez com que eu descobrisse coisas dela que não sabia. Como por exemplo: ela tinha uma voz incrível. Por várias noites me vi hipnotizado pela sua cantoria para nossa menina enquanto tentava dormir. Eu não sabia de onde ela tinha tirado as músicas, mas a voz dela me trazia calma.

- O que aconteceu? Estou feia? - Ela perguntou confusa.

- Nunca! Você nunca está feia pra mim.

     Teresa sorriu de canto e baixou a cabeça tímida. Porra, essa mulher me mataria de tanto que eu amava ela.

- Só queria te ver. Não aguentava mais o Victor enchendo o saco.

- Você me viu na hora do café da manhã. - Ela riu.

- Eu poderia te ver o tempo todo.

     Cheguei mais perto dela e passei a mão na sua barriga. Teresa segurou minha mão na lateral e eu pude sentir o chute da nossa menina.

- A nossa carinha de anjo sabe que o papai está aqui.

- Carinha de anjo?

- Você não acha que ela tem uma carinha de anjo? Ela estava tão quietinha na nossa consulta...

     Olhei pra sua mão e vi a foto do último ultrassom que tínhamos antes do bebê nascer. Teresa estava com nove meses e Dulce Maria poderia nascer a qualquer momento.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora