Capítulo 47

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Gustavo.

Alex tinha feito uma limpa em meu apartamento. Ele disse que não tinha nada, mas sabia que no de Teresa tinha.

- Tinha gente na casa dela, mas eu volto amanhã. - Ele me avisou.

- Obrigado, Alex.

Passei o dia tentando trabalhar, mas não tinha foco. Minha mãe me ligou de tarde e pediu que eu fosse até sua casa. Larguei as coisas na Império e fui ver o que ela queria.

- Querido, que saudades. - Minha mãe me abraçou quando eu cheguei. - Trate de trazer Teresa aqui, quero ver como ela anda.

Fiz que sim com a cabeça. Minha mãe me levou pra cozinha onde não havia ninguém.

- Gustavo, estou preocupada. Seu pai está estranho e não é de hoje. Você é o filho mais velho, eu até pediria para Victor, mas ele está aproveitando as virtudes do noivado e Verônica, bom, você sabe. Por favor, querido, fale com ele.

- Está bem, mãe.

Dei um beijo em sua cabeça e fui para o escritório, onde sabia que iria encontrá-lo. Abri a porta do cômodo e ele estava fumando um charuto que, pelo cheiro, era cubano.

- Gustavo, o que faz aqui? - Ele me perguntou sério.

- Minha mãe está preocupada. Vim resolver o que temos de pendente.

Ele ergueu as sobrancelhas.

- O que temos de pendente, Gustavo?

- Pai, o que o senhor espera de mim em relação a Teresa?

Ele demorou um pouco a responder. Acho que estava procurando um tópico em sua grande lista mental.

- Você a ama?

Me surpreendi com sua pergunta. Me sentei na poltrona em sua frente.

- Sim, eu a amo. - Falei com toda a certeza que poderia encontrar no peito.

- Bom, não posso fazer nada em relação a isso. Não vou implicar com esse relacionamento de vocês, mas a respeite, Gustavo. - Ele me advertiu. - Ela é especial, não merece ser machucada.

Tentei não rir ao ver que isso soava como uma benção. Mesmo se ele não quisesse, eu não pararia de ver Teresa. Não éramos mais adolescentes.

- Não vou machucar ela, pai.

Me levantei indo em direção a porta.

- Gustavo! - Voltei meu passo e olhei para ele. - Traga ela amanhã para oficializar as coisas. Pelo menos pela sua mãe.

Balancei a cabeça confirmando e saí de sua sala. Liguei para Teresa para perguntar se ela queria ir até meu apartamento, mas ela disse que precisava resolver algumas coisas sobre Cecília.

- Está tudo bem? - Perguntei preocupado.

- Hum... Está! - Sua voz estava vaga e estranha.

- Teresa, o que está acontecendo?

- Nada, amanhã eu te ligo, tenho uma coisa pra resolver aqui. Beijo.

Teresa desligou sem me deixar responder. Que merda estava acontecendo? Voltei pro meu apartamento. No outro dia, fui trabalhar sem noticias de Teresa. Ainda pensava na forma estranha que ela estava ao telefone. Cheguei na Império e respirei várias vezes antes de chegar na minha sala, me preparando para encarar Nicole. Para minha surpresa, sua mesa estava vazia. O que foi um alívio.

- Por quê Laura não está lá fora?

Teresa perguntou ao passar pela sua antiga mesa vazia. Inventei uma desculpa, óbvio. Me irritava saber que ela não sabia a verdade sobre Nicole, mas não iria arriscar aquelas fotos serem expostas. Ela sentou no meu colo e começamos a conversar.

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