Capítulo 11

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Gustavo.

Claro que eu lembrava da minha vida antes de vir trabalhar na empresa da família. Antes de toda essa coisa com Teresa, eu era tão mais leve, minha vida era mais do que boa. Me lembro até do tempo que passei trabalhando em Londres, saia do escritório ia a algum pub, bebia com os amigos e saia com algumas mulheres. Não sei ao certo por que decidi voltar para casa, acho que acabei sentindo falta da família e dos meus amigos e até das brasileiras. Me lembro muito bem que eu mal parava em casa ou com alguma mulher, tive complicações com a secretária de um colega, saímos algumas vezes, mas ela achava realmente que iriamos assumir um relacionamento. Tive que ter muito cuidado ao romper com ela. Mulheres vingativas eram um perigo.

Mas, Teresa... Teresa tinha algo que me intrigava, ela era simples e elegante ao mesmo tempo. Tinha postura para qualquer lugar que fosse, seu sorriso era lindo, mas ela também tinha o seu lado sensual. Suas pernas eram lindas e o seu olhar, eu não sei, mas seu olhar era assustadoramente sexy. Teresa era uma mistura de todas e nenhuma. Ela era um demônio perto das outras.

Depois da boate e de toda a sua dança, conversamos e ela decidiu ir embora, disse que não estava bem e que era melhor ir, antes que fizesse merda. Eu deveria ter feito algo. Que merda, Gustavo! Isso deveria ser sua válvula de escape.

Não se prenda. Pensei.

Fiquei por algumas horas com Cristovão e encontramos alguns amigos, bebemos e quase ao amanhecer chamei um taxi e fui pra casa. Dormi antes mesmo de ver a cara de Victor.

- Vamos logo, acorde seu merda! - Victor tentava me acordar.

- Vá se foder! - Respondi puto.

Eu estava com uma leve ressaca e podia muito bem culpar uma mulher desgraçada que apareceu na minha vida.

- Vamos logo, eu não tenho culpa de você ter bebido feito louco ontem. Levante-se e vamos correr.

Me dei por vencido e levantei da cama. Victor não iria me deixar em paz. Logo saímos do apartamento e corremos cerca de 15km. Eu tentava a todo custo me livrar da ressaca da noite anterior. Paramos para bebermos água.

- E então, pode começar a contar o porquê de você ter tomado um porre ontem.

- Não tomei um porre. Apenas fui me divertir com alguns amigos.

- Se eu não fosse seu irmão, eu estaria magoado.

Voltamos para o apartamento, tomei um banho e meu celular tocou. Era Teresa.

- Seu cretino, o que você fez com ela? - A voz de Estefânia atravessou o celular.

- O que quer dizer? Está louca? Eu ainda sou o seu chefe, posso te demitir.

- Mas não vai! O que você fez com ela?

- Eu ainda não sei do que você está falando.

- Ela não responde, não sai do quarto, nem come. E eu sei que o motivo disso está relacionado a você.

- Mas eu... - Estefânia desligou na minha cara. O que será que estava acontecendo?

Me juntei com Victor na sala para ver o jogo.

Teresa estava brilhante com uma camisola vermelha que dava um toque demoníaco nela, era meu pior pesadelo e meu melhor sonho em um só. De repente, começou a chover e sua camisola se juntou a sua pele molhada. Seus seios cheios, os lábios inchados me fizeram arrepiar.

- Vem Gustavo, venha até mim. - Ela falou suave.

Sua camisola escorregou pelo seu corpo até chegar ao chão. A melhor parte estava por vir.

- Caralho, isso! - Victor gritou ao meu lado.

Me assustei e abri os olhos. Não percebi que tinha adormecido.

- Seu filho da puta, tinha que me acordar bem na melhor parte? - Esfreguei os olhos para espantar o sono.

Victor olhou pra mim e riu.

- Amanhã você vai poder ver a Teresa, então pare de sonhar com ela.

- Eu não estava sonhando com ela, imbecil.

Victor me olhou como se dissesse que não tinha acreditado no que eu tinha dito. Terminamos de assistir o jogo e foi uma bosta. Jantei na casa dos meus pais e claro que meu pai ainda estava zangado por achar que eu estava transando com Teresa. E dai? Estava mesmo. O que ele tem a ver com isso? Ela não é nada dele. No final da noite voltei para meu apartamento sozinho, Victor finalmente entendeu que às vezes é bom ter privacidade. Tomei um banho bem demorado, sentei no sofá, bebi algumas doses de whisky e adormeci.

- Merda!

Xinguei alto quando senti a claridade invadir a janela que tinha deixado aberta. Olhei no relógio percebendo que estava atrasado e o pior: de pau duro. Me troquei muito rápido, passei numa cafeteria próxima e pedi o meu café. Na fila, encontrei uma conhecida dos meus tempos de Londres.

- Gustavo Lários! Que surpresa te ver aqui! - A loira de quem eu não lembrava o nome me cumprimentou.

- É... Bom... Eu trabalho aqui agora.

Ela se aproximou com um cartão na mão e colocou no bolso do meu terno.

- Me ligue a qualquer hora, vou adorar relembrar o seu lado britânico.

Ela deu uma piscadela e saiu sem olhar pra trás. Abaixei meus olhos até minhas calças e vi o resultado de não ter transado com a desgraçada da Teresa. Cobri com a bolsa e peguei meu café. Chegando na empresa, Silvana, a garota da recepção, me olhou e depois se encolheu como se temesse minha presença.

Entrei no andar da diretoria e Teresa estava em sua mesa lendo alguma coisa, com uma caneta em sua boca. Ela estava com os cabelos presos em um rabo de cavalo bem desleixado com seus óculos de leitura de armadura preta. Essa imagem só piorou minha situação nos países baixos. Entrei na minha sala e me afundei no trabalho, estranhei Teresa não ter vindo provocar ou qualquer coisa.

- Rezende! - Gritei por ela.

Achei que eu poderia segurar minha ereção por alguns segundos, eu precisava vê-la. Quando ela parou na minha frente com o vestido preto colado em seu corpo e com aquela cara de quem ia aprontar, eu não aguentei. Merda! Tinha que começar a controlar o que acontecia por dentro das minhas calças.

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Curiosidade: O que estão achando da fic? 🙈

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