Capítulo 54

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Teresa.

- O que quer dizer com isso?

Andamos até outra peça e examinei novamente antes de responder.

- Quero dizer que, se alguma ex dele voltar, não vai ser tão fácil assim. Pense comigo, se coloque no meu lugar. Pense que você é quem está com Gustavo e eu sou a ex querendo voltar. Você ia gostar se eu aparecesse querendo de volta tudo o que um dia foi meu, mas agora não é mais?

Ela fez que não com a cabeça e respondeu o mesmo.

- Essa é exatamente a situação. Se alguma ex dele voltar achando que tudo está como ela deixou, ela está enganada e terá problemas ao querer as coisas de volta. Temos que nos assegurar daquilo que é nosso, Laura.

Nicole pareceu enlouquecer por dentro. Era divertido brincar com ela. Depois de olharmos algumas peças, fomos a um restaurante almoçar.

- E você, Laura, o que espera de São Paulo?

- Bem, eu vim pra cá pegar o que é meu, sabe. As coisas que me pertencem e que nunca deveriam ter sido tiradas de mim, vim reconquistar o meu lugar.

Enquanto ela falava, tive certeza de que era Nicole e não Laura que estava falando. Ela se esqueceu, por míseros segundos, que ali ela deveria ser Laura.

- Nossa, quanta determinação. Deve ser algo realmente valioso.

Ela sorriu e disfarçou.

- É algo que eu realmente não deveria ter deixado, mas vou reconquistar. Como você disse mais cedo, temos que nos assegurar daquilo que é nosso.

- Te desejo sorte. Se é algo que realmente deseja, posso dizer que pode não ser tão fácil assim... de se recuperar.

Ela deu uma risada alta e por algum motivo me animei com isso. A minha loucura estava sem limites e quando estava perto dela sentia que não tinha freio. Podia fazer o que me desse na cabeça.

- Me desculpe, Teresa. Eu só achei engraçado.

- Sem problemas. A situação é realmente engraçada e acho que não vai deixar de ser.

Nossos pratos chegaram e eu matei minha fome. Não conversamos muito depois de nossas indiretas mais do que diretas. Foi algo que eu realmente esperava pelas reações da Nicole. Sorri. Mal sabia ela que o seu teatro não colava mais comigo.

Depois do almoço, deixei Nicole em frente à um prédio em que ela dizia que morava. Pedi para que o motorista da empresa desse a volta no quarteirão porque algo me dizia que ela não morava ali e só iria para sua casa quando realmente tivesse certeza de que eu havia partido. O motorista parou o carro no começo do quarteirão e pude ver as madeixas loiras de Nicole se movendo mais a frente, entrando num táxi.

- Siga aquele táxi. - Pedi ao motorista.

Ficamos a dois carros de distância do táxi, não queria ser notada. Em cerca de vinte minutos estávamos na frente de um hotel em Moema. A vagabunda estava hospedada no Meliá Ibirapuera. Peguei meu celular e liguei para Alex, o cara do T.I.

- Alex?

- Quem é? - Ele perguntou.

- Teresa Rezende.

- Ahhh, a primeira dama da Império.

- Me passa pra pessoa mais confiável da sua equipe por favor.

- Eu sou a pessoa mais confiável da minha equipe. - Ele se gabou.

- Então me passa para a segunda, não posso negociar com o cara que negocia com Gustavo.

- Wow, por que não?

- Porque eu não quero e não acho confiável. Você facilmente diria as coisas para Gustavo num estalar de dedos e não vou arriscar as coisas a essa altura do campeonato. Então, por favor...

- Okay.

Fiquei algum tempo na linha esperando.

- Alô? - Uma voz feminina e um pouco trêmula soou do outro lado da linha.

- Oi, quem é?

- É Anne.

- Anne, acho que Alex confia bastante em você. É o seguinte: Eu vou te dar um trabalho e caso você consiga realizá-lo, vamos começar a trabalhar juntas, ok?

- S-Sim. - Ela gaguejou.

- Eu quero um dossiê com tudo sobre Nicole Escobar.

- Ok.

- Você tem dois dias. - Desliguei.

Vamos descobrir o que essa Nicole estava escondendo. Após minha conversa com Anne, pedi ao motorista que me levasse para o loft. Tinha que pegar algumas roupas para ficar alguns dias na casa de Gustavo, se é que esse era mesmo o plano que iríamos seguir. Saí do carro e esperei alguns segundos até o motorista ir embora. Me virei para a portaria, mas voltei a olhar para a rua. Por quê diabos o carro de Gustavo estava estacionado do outro lado da rua?

Eduardo...

Andei rapidamente até o elevador o chamando várias vezes.

- Vamos logo!

O elevador chegou e eu subi direto para meu andar. Abri a porta de casa e a primeira imagem que vi foi de Eduardo curvado sob a ilha da cozinha com a mão em seu maxilar.

- Filho da puta! - Eduardo falou indo pra cima de Gustavo.

Ele o acertou no maxilar também e o rosto de Gustavo imediatamente se virou. Ele voltou a olhar para Eduardo e o acertou outra vez no queixo. Tentei chamá-los, mas parecia invisível perante a briga. Andei até a cozinha não tão distante. Peguei um prato de vidro e o joguei no chão.

- CHEGA!

Gritei o mais alto que pude e os dois automaticamente pararam de brigar se virando para mim

- Que porra está acontecendo aqui? - Perguntei ainda exaltada. - Por quê diabos vocês estão brigando feito dois adolescentes na minha casa?

Gustavo passou a mão no cabelo e Eduardo mexeu o maxilar enquanto eu falava.

- Eu vim ter uma conversa com seu ex. - Gustavo explicou como se fosse o dono da razão.

- Eu apenas respondi as perguntas dele. - Eduardo sorriu.

- Ah, então as duas donzelas decidiram brincar de soquinho? - Ironizei.

- Ele me provocou. - Gustavo tentou se defender.

- Eu só disse a verdade. Contei a ele sobre o quanto nos dávamos bem na cama. - Eduardo provocou.

- Seu filho da... - Gustavo tentou avançar mais uma vez e eu o afastei.

- Eu disse chega! Acabou o showzinho. Sentem os dois. Agora!

Eles tinham conseguido acabar com a minha paciência.

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Postando o capítulo que faltou porque tive um compromisso e cheguei muito tarde. E TAMBÉM, pra celebrar o primeiro show live da Lucero hoje. 😍 Se puderem assistir, vai ser maravilhoso! #LuceroPopLive

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora