Teresa.
- O que quer dizer com isso?
Andamos até outra peça e examinei novamente antes de responder.
- Quero dizer que, se alguma ex dele voltar, não vai ser tão fácil assim. Pense comigo, se coloque no meu lugar. Pense que você é quem está com Gustavo e eu sou a ex querendo voltar. Você ia gostar se eu aparecesse querendo de volta tudo o que um dia foi meu, mas agora não é mais?
Ela fez que não com a cabeça e respondeu o mesmo.
- Essa é exatamente a situação. Se alguma ex dele voltar achando que tudo está como ela deixou, ela está enganada e terá problemas ao querer as coisas de volta. Temos que nos assegurar daquilo que é nosso, Laura.
Nicole pareceu enlouquecer por dentro. Era divertido brincar com ela. Depois de olharmos algumas peças, fomos a um restaurante almoçar.
- E você, Laura, o que espera de São Paulo?
- Bem, eu vim pra cá pegar o que é meu, sabe. As coisas que me pertencem e que nunca deveriam ter sido tiradas de mim, vim reconquistar o meu lugar.
Enquanto ela falava, tive certeza de que era Nicole e não Laura que estava falando. Ela se esqueceu, por míseros segundos, que ali ela deveria ser Laura.
- Nossa, quanta determinação. Deve ser algo realmente valioso.
Ela sorriu e disfarçou.
- É algo que eu realmente não deveria ter deixado, mas vou reconquistar. Como você disse mais cedo, temos que nos assegurar daquilo que é nosso.
- Te desejo sorte. Se é algo que realmente deseja, posso dizer que pode não ser tão fácil assim... de se recuperar.
Ela deu uma risada alta e por algum motivo me animei com isso. A minha loucura estava sem limites e quando estava perto dela sentia que não tinha freio. Podia fazer o que me desse na cabeça.
- Me desculpe, Teresa. Eu só achei engraçado.
- Sem problemas. A situação é realmente engraçada e acho que não vai deixar de ser.
Nossos pratos chegaram e eu matei minha fome. Não conversamos muito depois de nossas indiretas mais do que diretas. Foi algo que eu realmente esperava pelas reações da Nicole. Sorri. Mal sabia ela que o seu teatro não colava mais comigo.
Depois do almoço, deixei Nicole em frente à um prédio em que ela dizia que morava. Pedi para que o motorista da empresa desse a volta no quarteirão porque algo me dizia que ela não morava ali e só iria para sua casa quando realmente tivesse certeza de que eu havia partido. O motorista parou o carro no começo do quarteirão e pude ver as madeixas loiras de Nicole se movendo mais a frente, entrando num táxi.
- Siga aquele táxi. - Pedi ao motorista.
Ficamos a dois carros de distância do táxi, não queria ser notada. Em cerca de vinte minutos estávamos na frente de um hotel em Moema. A vagabunda estava hospedada no Meliá Ibirapuera. Peguei meu celular e liguei para Alex, o cara do T.I.
- Alex?
- Quem é? - Ele perguntou.
- Teresa Rezende.
- Ahhh, a primeira dama da Império.
- Me passa pra pessoa mais confiável da sua equipe por favor.
- Eu sou a pessoa mais confiável da minha equipe. - Ele se gabou.
- Então me passa para a segunda, não posso negociar com o cara que negocia com Gustavo.
- Wow, por que não?
- Porque eu não quero e não acho confiável. Você facilmente diria as coisas para Gustavo num estalar de dedos e não vou arriscar as coisas a essa altura do campeonato. Então, por favor...
- Okay.
Fiquei algum tempo na linha esperando.
- Alô? - Uma voz feminina e um pouco trêmula soou do outro lado da linha.
- Oi, quem é?
- É Anne.
- Anne, acho que Alex confia bastante em você. É o seguinte: Eu vou te dar um trabalho e caso você consiga realizá-lo, vamos começar a trabalhar juntas, ok?
- S-Sim. - Ela gaguejou.
- Eu quero um dossiê com tudo sobre Nicole Escobar.
- Ok.
- Você tem dois dias. - Desliguei.
Vamos descobrir o que essa Nicole estava escondendo. Após minha conversa com Anne, pedi ao motorista que me levasse para o loft. Tinha que pegar algumas roupas para ficar alguns dias na casa de Gustavo, se é que esse era mesmo o plano que iríamos seguir. Saí do carro e esperei alguns segundos até o motorista ir embora. Me virei para a portaria, mas voltei a olhar para a rua. Por quê diabos o carro de Gustavo estava estacionado do outro lado da rua?
Eduardo...
Andei rapidamente até o elevador o chamando várias vezes.
- Vamos logo!
O elevador chegou e eu subi direto para meu andar. Abri a porta de casa e a primeira imagem que vi foi de Eduardo curvado sob a ilha da cozinha com a mão em seu maxilar.
- Filho da puta! - Eduardo falou indo pra cima de Gustavo.
Ele o acertou no maxilar também e o rosto de Gustavo imediatamente se virou. Ele voltou a olhar para Eduardo e o acertou outra vez no queixo. Tentei chamá-los, mas parecia invisível perante a briga. Andei até a cozinha não tão distante. Peguei um prato de vidro e o joguei no chão.
- CHEGA!
Gritei o mais alto que pude e os dois automaticamente pararam de brigar se virando para mim
- Que porra está acontecendo aqui? - Perguntei ainda exaltada. - Por quê diabos vocês estão brigando feito dois adolescentes na minha casa?
Gustavo passou a mão no cabelo e Eduardo mexeu o maxilar enquanto eu falava.
- Eu vim ter uma conversa com seu ex. - Gustavo explicou como se fosse o dono da razão.
- Eu apenas respondi as perguntas dele. - Eduardo sorriu.
- Ah, então as duas donzelas decidiram brincar de soquinho? - Ironizei.
- Ele me provocou. - Gustavo tentou se defender.
- Eu só disse a verdade. Contei a ele sobre o quanto nos dávamos bem na cama. - Eduardo provocou.
- Seu filho da... - Gustavo tentou avançar mais uma vez e eu o afastei.
- Eu disse chega! Acabou o showzinho. Sentem os dois. Agora!
Eles tinham conseguido acabar com a minha paciência.
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Postando o capítulo que faltou porque tive um compromisso e cheguei muito tarde. E TAMBÉM, pra celebrar o primeiro show live da Lucero hoje. 😍 Se puderem assistir, vai ser maravilhoso! #LuceroPopLive
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Um Inferno Irresistível
FanfictionTeresa Rezende é uma jovem mexicana que veio ao Brasil para estudar design. Morando em São Paulo e dividindo um loft com mais duas amigas, ela ama seu trabalho, mas sonha em ter uma melhor posição na empresa que estagia. Gustavo Lários, é o CEO dest...