Capítulo 58

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Teresa.

Eu sei que eu estava errada, mas porra, ele realmente tinha que ter ido lá dificultar as coisas?

Desabafei com Rosana enquanto andavámos pela Oscar Freire com as sacolas até acharmos um táxi.

- Tenta entender o lado dele. - Rosana o defendeu. - O cara é apaixonado por você, aí ele encontra o seu ex que, pelo o que eu entendi, foi o cara que tirou sua virgindade ou algo do tipo. Se fosse eu entrando na casa do meu namorado gostoso, eu não ia gostar nada de ver uma mulher lá. Só não fique se martirizando, já faz dois dias que vocês não se falam, larga o orgulho e vai conversar com ele.

Sabia que o que ela tinha dito não passava de verdades, mas eu realmente não estava afim de dar o braço a torcer ainda.

- Vou pensar.

Chamamos um táxi para deixá-la no hotel em que estava hospedada.

- E aquela mulher na sua sala hoje, ela parecia bem brava com alguma coisa.

- Não se preocupe, Estefânia está querendo atenção.

Ficamos alguns minutos sem nos falar contemplando a cidade passar.

- Pode parar aqui, por favor. - Rosana pediu para o taxista.

Olhei para onde paramos.

- Você está hospedada no Meliá? - Perguntei surpresa.

- Sim, meu pai era amigo do dono. Eu sou meio que uma sobrinha, então quando venho pra cá eu fico hospedada aqui.

- Ok, te ligo depois. - Falei sorrindo adorando saber dessa informação.

Ela saiu do carro com suas sacolas e entrou no hotel. Pedi para o taxista me deixar na Império e comecei a pensar em Gustavo. Será que deveria subir para falar com ele?

- Decisão difícil, Teresa?

A voz de alguém me tirou dos meus pensamentos enquanto caminhava para dentro da empresa. Olhei para trás e vi Cristovão.

- Na verdade não.

- Então você pensa enquanto subimos. - Ele apertou o botão do andar de Gustavo. - E então, como estão as coisas entre você e Gustavo?

- Seu amigo não é um ser humano fácil de se lidar.

Ele soltou uma risada.

- Pelo o que sei, você também testa o espírito dele.

Me mantive quieta.

- Sabe, eu estou vendo uma pessoa e...

- Sério? Que bom, Cristovão.

Olhei para seu rosto que continha uma expressão estranha, como se ele quisesse me contar algo. Ele passou a mão no cabelo e em seguida esfregou o rosto.

- É, só que...

As portas do elevador se abriram e eu saí automaticamente.

- Você não vai descer? - Perguntei apontando para a porta de Gustavo.

- Não, eu só vim te trazer.

Franzi o cenho.

- Mas eu não disse que queria vir aqui.

- O fato de você não falar, não quer dizer que você não queira estar aqui.

Revirei os olhos e me virei para a porta branca de Gustavo. Dois dias. Ficamos sem nos falar durante dois dias e por algum motivo, eu me senti responsável por isso. Merda, odiava isso. Enquanto andava, reparei minha antiga mesa organizada como se não tivesse sido usada hoje. A porta de Gustavo estava fechada. Será que... Não, ele não teria coragem. Abri a porta e entrei de uma vez. A mesa dele estava vazia e de imediato um certo pânico começou em meu coração. Fechei a porta e finalmente o vi de frente ao grande vidro.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora