Capítulo 41

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Gustavo.

Ver Teresa nua dormindo era uma perfeição. Ela era o pecado e a salvação em pessoa. Hoje foi tudo mais intenso entre nós. Eu te amo. Eu disse o famoso clichê. O pior de tudo era que eu realmente a amava. Se fosse uma brincadeira tudo bem, mas amar tinha seus perigos. Me vesti admirando a luz da lua contra a pele nua de Teresa. Não nos demos conta de que nossa tarde de discussão e fazer as pazes tinha levado tanto tempo. Sempre que ficava assim com ela, perdia a noção do que era certo e errado, do que podia e não podia.

Voltei a olhar nas câmeras como estavam as coisas na empresa. A sala de Victor estava fechada assim como a minha. Eram as únicas salas do prédio que não tinham câmeras, creio que por experiência. Meu celular tocou em cima da mesa e vi Teresa se mexer um pouco no sofá.

- Eu achei quem você está procurando. - Alex falou assim que atendi. - Estou enviando para seu computador. Boa noite.

- Obrigado, Alex. Boa noite.

Abri a pasta que ele tinha me enviado que continha os últimos lugares por onde Nicole tinha passado desde que sumiu há dois anos atrás. Usou identidades falsas, morou em vários países. Por quê mudar sua identidade? Meu celular vibrou novamente. Número confidencial.

- O que você quer? - Atendi já sabendo que era ela.

- Fiquei sabendo que você andou mexendo no meu passado. Gustavo, querido, pare com isso. Estou de volta, não precisa mais me achar. Eu estou aqui.

- O que você quer? - Perguntei com raiva.

- Você, querido. Até logo.

Filha da puta. Eu não a queria de volta. Uma louca. Era isso que ela era. Uma louca que achava que ainda me importava com ela. Só queria que sumisse de vez e não voltasse nunca mais. Muito prejuízo foi causado em minha família por causa dela.

Fiquei pensando em todas as coisas que Nicole já aprontou na minha família e no que eu poderia fazer para me livrar dela. Precisava proteger Teresa de qualquer maluquice que Nicole pudesse fazer contra ela. Sabia do que a mulher era capaz.

A noite adentrou e decidi acordar Teresa para levá-la para casa. Não iríamos dormir na empresa, claro. Eram quase onze da noite quando chegamos no meu apartamento. Ela estava exausta.

- Você não vem pra cama? - Ela perguntou fazendo beicinho ao me ver saindo do quarto.

- Já vou. - Dei um beijo na sua testa e ela se ajeitou na cama.

Fui para sala direto pro minibar. Um whisky iria me ajudar a digerir o dia de hoje. Parei na janela e olhei o movimento noturno da cidade. A campainha tocou me tirando dos pensamentos.

- Porra, quem será a essa hora? - Reclamei pro nada.

Deixei meu copo em cima da mesa de centro e fui até a porta ver quem era. Abri e não havia ninguém. Uma caixa vermelha me chamou atenção na porta. Nicole. Peguei a caixa e tranquei a porta. O que seria desta vez? Sentei no sofá e abri a maldita caixa. Tirei o papel de seda que cobria um tecido branco. Era o vestido branco que tinha dado a Nicole em seu aniversário. Um bilhete estava no fundo da caixa.

Lembro que esse era o seu favorito em meu corpo. Na verdade, você me preferia sem ele. Ansiosa para nos vermos. Beijos.

Só podia ser brincadeira. Ela agora queria que eu revivesse o passado? Que porra era essa? Coloquei tudo de volta na caixa e joguei em um canto do sofá. Passei as mãos em meu cabelo e voltei para o quarto. Teresa ainda dormia feito um anjo enrolada nos lençóis. Ainda não tinha visto nada mais lindo que ela dormindo ou sentindo prazer. Creio que era a única coisa que me tranquilizava. Ela era minha kryptonita. Tirei minha roupa e me juntei a ela. Seu corpo estava quente e eu não queria mais nada do que me enrolar nela e apagar esse dia da minha vida.

- Hola... - Ela sussurrou com a voz sonolenta.

- Shh, volte a dormir. - Sussurrei em seu cabelo e ela se aconchegou a mim.

No outro dia, as quatro da manhã eu já estava de pé. Não tinha conseguido dormir muito. Vesti um moletom leve e decidi correr. Precisava tirar essa tensão que a presença de Nicole trouxe ao meu corpo. Deixei Teresa dormindo e saí do apartamento. Corri cerca de 10 km. Estava pingando. Meus pulmões estavam queimando, mas a sensação era boa. Voltei para casa antes que Teresa percebesse que estive fora. Na portaria, o porteiro me parou.

- Senhor Lários, outra encomenda. - Ele me estendeu outra caixa vermelha. - Tenha um bom dia.

Merda.

- Obrigado.

Peguei a caixa e entrei no elevador abrindo de uma vez. Ela só podia estar de brincadeira. Um sutiã. Ela tinha me mandado um sutiã! Nem queria saber o que estava escrito no papel. Assim que as portas se abriram, joguei a caixa no lixo do corredor. Quando entrei em casa, corri para tomar banho. Quando saí do chuveiro, Teresa não estava mais na cama. Merda.

- Teresa? Teresa?

Ela não respondia. Enrolei a toalha preta em minha cintura saindo às pressas do quarto. Desci as escadas correndo e nem sinal dela na sala. Merda. Desacelerei ao ouvir sua voz que vinha da cozinha. Ela estava dançando na frente da geladeira aberta, com minha camisa. Que susto do caralho! Teresa se virou com a jarra de suco na mão e se assustou ao me ver. Pude ver porque ela não tinha me ouvido. Estava com fones de ouvido.

- Hola... Eu fiz café. - Ela falou tímida.

Sorri com o pequeno desespero que senti. Me aproximei dela passando minha mão por sua nuca e a beijei. Sua boca tinha gosto de chocolate.

- Você está com fome? - Ela perguntou mordendo o lábio inferior.

- Muita.

- Vem, vamos comer.

A mesa da cozinha estava com algumas frutas, suco de laranja e bolo.

- Não deu tempo de fazer muita coisa.

- Acredite, isso é o suficiente.

Dei um beijo em sua bochecha e sentamos para comer.

- Teresa, eu tenho uma coisa para te contar.

A minha voz séria tomou a atenção totalmente dela.

- Você lembra que Verônica foi viajar, certo? - Ela acenou. - A vaga de designer ficou aberta.

- E...? - Teresa perguntou com expectativa.

- Então eu pensei que seria bom se a vaga fosse ocupada por... Gabi.

Escondi o sorriso ao ver sua cara decepção.

- Estou brincando. - Beijei sua mão que estava em cima da mesa. - Estou te promovendo a designer da Império, se você quiser, claro.

Teresa saiu da cadeira e deu um pulo em meu colo.

- Mas é claro que eu aceito, Gustavo! - Ela me beijou animada e eu não pude deixar de sorrir também.

- Mas, vamos ter que achar uma nova secretária para mim.

- Dessa parte eu já não gostei. - Ela resmungou saindo do meu colo.

- Teresa, eu preciso de alguém para anotar as coisas, você sabe.

- Eu sou sua secretária e olha onde eu parei. - Ela começou a tirar as coisas da mesa.

- Na área de designer? - Ergui as sobrancelhas confuso.

- Na sua cama, Gustavo. Não quero outra mulher na sua cama. - Teresa cruzou os braços encostada na bancada.

- Eu não quero ir pra cama com nenhuma outra mulher. - Me aproximei dela.

- Então eu escolho.

Ela disse petulante me empurrando para a bancada. Balancei a cabeça aceitando mesmo sabendo que talvez isso não fosse acontecer. Nesse momento não poderia negar nada para ela. Sentei seu corpo na bancada e fiquei no meio das suas pernas.

- Ainda está fome?

- Com certeza.

Passei as mãos nas suas coxas até chegar no seu centro.

- Sem calcinha esse tempo todo? - Teresa mordeu o lábio acenando com uma carinha de menina.

- Pronta pra você.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora