Capítulo 18

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Teresa.

Viagem? Como assim, viagem? No momento em que as portas do elevador se fecharam, eu surtei. Sim. Surtei de vez. Andei de um lado pro outro pensando em que viagem era essa. Claro, viagem para a coleção. Só podia ser. Verifiquei os papéis antes de ir ao RH e quando olhei o destino, meu sangue gelou.

- Respire Teresa. Vai ficar tudo bem. - Repeti milhares de vezes na minha cabeça.

Deixei os papéis no RH e corri para ver Estefânia.

- Ele está há um tempo com Victor, mas me diga logo o porquê de você estar tão aflita.

Nem esperei ela me convidar para sentar, apenas tinha que falar logo.

- Semana que vem, Gustavo e eu vamos viajar.

Ela colocou a mão na boca para tampar seu sorriso.

- Nossa, vocês não perderam tempo, hein? Não me diga que está grávida. - Ela se aproximou rindo.

- Claro que não! De onde você tirou essa coisa de gravidez? De novo, não estou grávida!

- Então, por quê você está tão nervosa? É só uma viagem.

- Estefânia, é uma viagem para o México.

Ela arregalou os olhos e se calou. Estefânia esteve comigo em todos os momentos da minha vida. No México eu teria que rever minha família, quer dizer, meu pai.

- Agora eu entendo. Teresa, você tem que se acalmar, caso contrário, você vai perder o controle. Não vai ser tão ruim, é o seu pai, já faz anos que você foi embora de casa.

- Eu sei. - Bufei. - Tenho que subir, a qualquer momento o cretino vai sair e eu não quero que ele me veja aqui.

Passei o resto do dia pensando nessa viagem com Gustavo. Além disso, teria que rever a minha família. Eu sentia falta da minha mãe, mas a esposa do meu pai sempre me acolheu muito bem. Os problemas eram outros. Cheguei em casa cansada e decidi tomar um banho para relaxar. Depois do que pareceu uma eternidade, resolvi ligar para minha irmã, Andrea.

- Achei que você não ia ligar mais. Faz mais de quatro meses que você não dá notícia, Teresa. Você está grávida?

O que? Por quê todo mundo estava achando isso? Que inferno! Não tenho nem um relacionamento estável para pensar em filhos.

- Claro que não! Apenas estava ocupada com o trabalho. Como está tudo ai?

- Bem. Mamãe e papai saíram em lua de mel mês retratado e estão bem mais calmos e Antonio está todo direito agora que está namorando e está trabalhando na empresa. E você?

Difícil pergunta. Eu não estava bem, mas também não estava ruim.

- Está tudo indo.

- Não senti muita firmeza nisso. Quando você vai aparecer?

Me sentei na janela vendo os carros passarem na rua.

- Em breve.

Ela deu um gritinho e voltou a falar.

- Ótimo! Agora eu vou ter quer ir, mas venha logo. - Andrea se despediu e desligou.

Acho que passei quase duas horas fazendo esboços para passar o tempo. Tirei os fones do ouvido e escutei um barulho como ruídos fora do quarto. Cecília. Corri para o banheiro do corredor e a vi curvada sobre a privada vomitando.

- Meu Deus, Cecília. - Segurei seu cabelo enquanto ela botava tudo pra fora.

Após alguns minutos ela parou e se levantou. A levei pra sala e dei a ela um copo de água.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora