Capítulo 21

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Ele deu aquele sorriso de canto galanteador como se eu apenas tivesse confirmado que eu tinha entendido suas intenções na pergunta. Eu estava ficando com falta de ar me sentindo extremamente quente naquele ambiente.

- Você... quer um gole? - Contornei a situação antes que fosse tarde demais. Levantei meu copo mostrando o whisky.

Seu corpo se movimentou em minha direção, praticamente engatinhando pela cama até chegar bem próximo a mim. Os olhos verdes desconcertantes estavam mais escuros denunciando seu desejo oculto. Por mim.

- Aceito.

Ele sussurrou pertinho de mim e pude sentir o cheiro de banho tomado e seu perfume característico que permanecia impregnado em sua pele. Gustavo pegou o copo da minha mão e esvaziou todo líquido num único gole. Observei seu pomo de Adão subir e descer e mordi o lábio pra abafar um suspiro.

- Acho que chega de álcool por hoje. Você precisa estar sóbria para o que vai acontecer.

Sua voz grave me fez ter arrepios da cabeça até os pés. Engoli seco. Ele tirou o copo de minha mão e pôs na mesinha do lado da cama. Seu corpo se aproximou do meu e corei ao perceber que esfreguei minhas coxas involuntariamente tentando aliviar a sensação que estava no meio das minhas pernas.

- Boa noite. - Ele falou me dando um beijo na testa.

Meu corpo todo congelou e com certeza eu perdi todo o raciocínio. Quando seus lábios se afastaram da minha testa, percebi a diversão dominar seus olhos verdes.

- B-B-Boa noite. - Consegui pronunciar ainda nervosa pelo momento.

Ele rolou pela cama e se deitou de costas para mim. O que foi isso? O que ele estava pensando? Não iria dar esse gostinho de me ver tão fraca perto dele. Cérebro, querido, trate de ser racional. Finalmente me recuperei e deitei na cama ao lado dele. Respirei algumas vezes soltando o ar pela boca para que meu coração pudesse se acalmar. Aquele voo precisava acabar logo. Com muito custo, consegui adormecer ouvindo os ruídos que Gustavo fazia ao meu lado.

No meio da noite senti a temperatura subir, mas não queria abrir meus olhos para saber o que era. Estava abraçada a algo e estava tão quente e gostoso que me afundei ainda mais no calor que emanava ali e voltei a dormir.

- Acorda! - Alguém me balançou me tirando dos meus sonhos.

- Não. - Resmunguei sonolenta sentindo um vento frio rodar meu corpo. O calor tinha ido embora.

- Acorda, Teresa!

- Tá, já acordei. - Me levantei e vi que quem estava me chamando era Estefânia. Ela tinha mudado de roupa. Estava usando um vestido preto formal. - Meu Deus! Que horas são?

- Daqui uma hora e meia vamos pousar, você tem que se trocar e tomar café.

Arrumei coragem e me levantei da cama. Gustavo já tinha sumido do quarto. Passei a mão pelo lado que ele dormiu e senti os lençóis frios. Corri para o banheiro e tomei um banho um pouco demorado lavando o cabelo. Me enrolei em uma toalha e saí do banheiro distraída. Soltei um grito quando vi Gustavo no quarto. Ele franziu o cenho.

- O que você está fazendo aqui? - Segurei a toalha com mais força em meu corpo. Ele começou a rir.

- Devo lembrá-la que esse quarto também é meu, mas só vim pegar minha pasta que tinha esquecido. - Ele apontou para a pasta que estava sobre a mesa. - Não se preocupe em querer fundir a toalha com seu corpo. Não esqueça que eu já vi cada pedacinho dele. Eu mesmo não esqueci.

Olhei para cama e Estefânia estava tentando não rir com a situação. Senti o sangue esquentar em todo meu rosto e olhei pra qualquer lugar do quarto para não encará-lo. Gustavo se aproximou de mim e seu perfume quase me embriagou.

- Adorei sentir você agarrada a mim durante a noite. Mas saiba que não vou tocá-la até você pedir. - Ele sussurrou em meu ouvido e assim mesmo me deixou. Fiquei estática.

- Nossa, vocês estão loucos para se comerem, né? Foi como ver uma novela mexicana. Acho que os ares do México já estão afetando vocês. - Estefânia disse rindo.

Respirei fundo tentando fazer meu corpo se mover e voltei ao que eu estava fazendo. Troquei de roupa colocando uma calça, camisa e sapato confortável. Me sentei em frente ao espelho e comecei a arrumar meu cabelo.

- Você e Victor poderiam ter feito menos barulho esta noite, né?

- Não mesmo. - Ela soltou um sorrisinho. - Eu nunca tinha feito sexo nas alturas, literalmente. E olha, recomendo.

Revirei os olhos para ela terminando de me arrumar. Em poucos minutos fomos para a sala onde encontrei a mesa cheia de comida. Minha barriga roncou. Tomei o meu café ouvindo Gustavo e Victor falando sobre as reuniões que teríamos e depois fiquei conversando com Estefânia.

- Olha! - Ela apontou para a janela. - Estamos chegando!

Sua animação não me contagiou. Pelo contrário, comecei a sentir um frio na barriga pensando no que me esperava nesse lugar.

- É. Chegamos. - Suspirei olhando pela janela vendo a terra embaixo de nós.

Um Inferno IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora