WORK

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-Pronta?- Bailey me questionou, apoiando sua mão na base da minha coluna, assim que descemos do táxi. 

-Nasci pronta- respondi firme, mesmo que por dentro eu estivesse nervosa com toda a situação- Pode guardar no seu bolso?- entreguei meu celular na sua mão. Minha capinha carregava meus documentos, cartão e dinheiro que poderiam ser necessários. 

-Claro- Ele guardou no bolso, me guiou até a entrada do restaurante e nós fomos recepcionados pela atendente sorridente. Sorriso esse que me soava ácido e apelativo. 

Apelando pelo que? Atenção do cara bonito ao meu lado, é óbvio. 

-Nós não temos nome na lista- eu respondi a sua pergunta, que veio logo depois de um boa noite insinuativo. 

-Eu sinto muito, mas não poderei permitir a entrada dessa forma. 

Bailey sorriu com tanta ironia, que eu consegui me enxergar perfeitamente dentro de sua personalidade. No fundo, ele era mais parecido comigo do que eu pensei que fosse. 

Ele mexeu no bolso da calça, tirando a carteira e puxando a identidade para fora, entregando-a na mão da mulher. 

-Bailey May- falou, se apresentando. O sobrenome dele estava estampado em letras gigantes na logo do restaurante em que ela trabalhava, então mesmo que ela fosse a pessoa mais desenformada do mundo, ela teria ligado os pontos. 

-Oh, sendo assim, o... O Senhor pode entrar, mas eu não sei se posso- Eu já estava vendo, ela ia me barrar. 

Joalin Loukamaa sendo barrada, em uma May's ainda por cima. Era o fim. 

-Ela é minha acompanhante- Bailey a cortou. 

-Mas- ela tentou falar, novamente. 

Entendia que a culpa não era dela e que estava apenas seguindo ordens, mas que ela não me passava uma impressão boa, isso era fato. 

-Eu sou o dono desse lugar- o tom de voz dele soou ameaçador. Sorri de lado quando as bochechas dela coraram- Portanto, com licença e um bom trabalho- ele disse, me guiando para dentro sem esperar por maiores autorizações. 

Deixamos nossos casacos no ambiente apropriado e seguimos para o salão. 

-Você sabe que ela vai correndo contar para o chefe dela, né?- sussurrei no pé de seu ouvido.

-Sei, mas nós vamos chegar nele antes- apontou para o cara parado no bar, dando ordem para alguns garçons. 

-Ok- mordi meus lábios e observei em nossa volta. 

Alguns dos convidados nos reconheceram, eu até encontrei alguns rostos familiares, mas sabia que eu e Bailey estávamos no mesmo ponto, muitos nos conheciam sem que nós os conhecêssemos. Acho que era uma coisa normal para futuros sucessores. 

De qualquer forma, o babaca dono da franquia de Nova York não me conhecia e isso não podia soar mais prazeroso. 

-Muller- A voz da versão séria e profissional de Bailey era extremamente sexy e, por um segundo, foi a única coisa em que consegui focar. 

-Bailey May?- o cara se virou em nossa direção e quando avistou o garoto de dezessete anos que deveria considerar seu chefe, seus ombros se tencionaram e ele travou os punhos. Observei suas expressões faciais endurecerem e me permitir sorrir por isso- A que devo a honra de sua visita? 

-Eu imagino que saiba muito bem o porquê de eu estar aqui- Bailey deu um sorriso raso e irônico. Ele realmente conseguia me surpreender. 

Pela sua reação com a nossa presença, eu dava três segundos para ele tentar mudar de assunto. 

BAD GIRL - JOALEYOnde histórias criam vida. Descubra agora