PIERCING

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Abri os olhos e tentei localizar onde estava, mas a primeira coisa que vi foi o braço de Bailey em cima de mim e a claridade vinda da janela pequena, mas que parecia disposta a destruir a minha visão. A fechei rapidamente e me perguntei como vim parar no avião. 

-Deus, Joalin!- ouvi a voz da minha mãe no banco da frente de nós, ela estava sentada entre tia Ale e Vanessa, enquanto Bailey estava no meio de mim e de Sabina- Você passou de todos os limites ontem!

-Passei?- franzi o cenho, tentando ajustar minhas memórias- Eu não lembro de muita coisas. 

-Os três passaram- foi a vez da mexicana mais velha. 

-Oh, merda. Minha cabeça dói- falei, passando os dedos por cima dos olhos. 

-Tomem esse remédio, nós vamos pousar em Los Angeles em alguns minutos- Vanessa se esticou para entregar a cartela na minha mão, que tinha três comprimidos, um para cada um de nós. 

-Obrigada- sorri para ela- O que nós aprontamos?- voltei a encarar minha mãe, depois de checar os dois do meu lado, que mesmo acordados mantinham os olhos fechados e resmungavam. 

-Durante a festa de inauguração, nada- respirei aliviada com a fala de tia Ale- Só encheram a cara e ficaram dançando, mas sem nenhum escândalo. 

-Eu me lembro claramente do início da festa, de falar com todo mundo e até a parte em que liberaram o bar e a pista de dança, aí tudo começou a ficar confuso e, depois que nós saímos da festa e fomos para o Pub, as memórias parecem um grande borrão. 

-Não fizemos nada no Pub, só dançamos e vocês ficaram se agarrando- ouvi a voz de Sabina pela primeira vez e a encarei feio, pelo que ela tinha começado a falar- Com todo mundo que viam pela frente- tentou se consertar, eu esperava que não fosse tarde demais- Não sabia que Bailey fazia o tipo pegador, até ontem.  

-Por que você lembra e eu não? 

-Porque você realmente bebeu demais, não me pergunte o porquê- Bailey falou- Mas bebeu mais que nós dois juntos- apontou para ele e para a Hidalgo. 

-Mas se não fizemos nada demais na festa, nem no Pub, o que aprontamos?- Eu realmente estava muito confusa, minha mente não contribuia e tudo o que eu conseguia lembrar eram apenas trechos da madrugada. 

-Nós voltamos para o hotel lá pelas seis da manhã- o filipino começou a contar- Ainda estávamos com algumas cervejas na mão e fomos tentar tomar café da manhã, até que alguém- ele apontou para mim- Simplesmente empilhou todas as fatias de queijo do restaurante do hotel em uma bandeja, pegou sua garrafa de Corona e saiu. O segurança viu e, nós estávamos tão bêbados que não conseguíamos nem andar direito. 

-Ah, a gente estava fumando também. Só que aí eles realmente tinham um motivo para tirarem a gente dali, obviamente- A morena acrescentou- Eu estava fazendo uma live para os meus seguidores, mas como sempre, alguma coisa tem que acontecer no meio delas- revirou os olhos- Eu vomitei por conta do seu amontoado de queijos fedorentos, os hóspedes começaram a reclamar da nossa presença no restaurante e o segurança escoltou a gente até o quarto, obviamente enquanto eu ainda estava ao vivo, meu público precisa de entretenimento de qualidade. 

-Jesus- foi a primeira coisa que falei. 

-Aí, para piorar, as três madames estavam lá no restaurante na hora, viram toda a confusão e fingiram que não conheciam a gente- ela se fez de indignada.

-Só que depois, todos os hóspedes desconfiaram que nós éramos mães de vocês três e ficaram nos olhando de cara feia- minha mãe deu de ombros.

-Mas não é para menos, né? Nós três somos a cara de vocês três, não tem nem como fingir que não nos conhecem. 

-Nos deem um desconto, foi difícil trazer três bêbados para o aeroporto e conseguir que vocês passassem pela segurança e entrassem no avião- Tia Ale comentou. 

BAD GIRL - JOALEYOnde histórias criam vida. Descubra agora