BAD GIRL - JOALEY

TOILET

Eu sabia que a intenção de Shivani, quando disse que eu estava ficando com seu primo, era a melhor possível: nos livrar de todas as pistas que nós, sem querer, deixamos para trás. Mas a verdade é que aquilo me pegou completamente de surpresa. 

No início, pensei que tinha funcionado, até porque Bailey deixou claro que estava me acobertando, o que pareceu justificar muito bem o porquê de todas as vezes que acabamos os deixando desconfiados. 

Depois disso, eles pareceram se tocar que o fato dele parecer com o filipino e ser da família May era algo muito pequeno para que eu escondesse deles, que sabiam de tudo sobre mim. Quando começaram a pedir para conhecê-lo, eu dei o veredito final, que funcionou como uma bela indireta para o cara que eu estava verdadeiramente ficando:

Não queria que ele conhecesse minha família, irmãos e amigos porque aquilo podia fazer ele entender que estávamos tendo algo sério, quando era totalmente sem compromisso. Além do mais, eu disse que ele iria embora muito em breve e que eu realmente queria colocar um ponto final nesse assunto, era só mais um caso sem importância e eles nunca estiveram super interessados nas outras pessoas que já estiveram ocupando esse "cargo" em minha vida.

Ok, Bailey conhecia a minha família ao ponto de ter liberdade para abrir minha geladeira, se ele quisesse. Mas eu queria dizer sobre toda a parte do envolvimento não ser nada sério e de não haver nenhum tipo de compromisso pré-estabelecido. 

Josh ainda lançou uns olhares desconfiados para Bailey, enquanto Sofya quase matou a charada e disse que não duvidava que tudo aquilo era só um plano para acobertar o May e eu. Por sorte, nossos pais interferiram e confirmaram que eu falava a verdade, mas eu sabia que meus irmãos continuavam tendo certeza de que algo naquela história não se encaixava. 

Se eu contasse para eles, eu poderia iludir Bailey, sem querer. Eu não queria aquilo, eu não podia dar falsas esperanças para ele. Eu curtia estar com ele, mas não de uma forma romântica. 

Desde que começamos a nos envolver, eu entendi que era algo totalmente físico e, modéstia parte, eu sempre tive uma fácil percepção do que funcionaria daquela forma. Eu não estava fechada para o amor, nunca estive na verdade, só sabia que as coisas com Bailey não eram relacionadas ao sentimento, já que tínhamos uma mera atração que tornava difícil manter as roupas no corpo, quando estávamos um com o outro. 

Era como um vício. 

Eu e Noah gritávamos a letra de Last Friday Night, na pista de dança. Afinal, aquilo meio que combinava com a nossa vida. Eu já estava um pouco bêbada e ele provavelmente pior que eu, mas se tinha uma coisa que eu tinha esquecido de contar é que as festas da empresa não são eventos chatos, elas servem para os funcionários se divertirem de verdade. 

Eu não tinha vindo dirigindo e como o carro dos meus pais e do meu irmão estavam lotados, se o Urrea não estivesse sóbrio para dirigir e Bailey não me oferecesse uma carona, provavelmente teria que ir embora de Uber. 

Tudo estava acontecendo no Restaurante May's de Burbank. O espaço era maior que o esperado e bem luxuoso, mas pelo menos para aquela noite, havia ganhado um formato que mais parecia uma balada VIP do que um restaurante caro frequentados por empresários durante a semana e por famílias ricas aos sábados e domingos. 

A grande maioria dos funcionários, de ambas as empresas, pareciam recusar a proposta de um pouco de entretenimento. Enquanto o alto-escalão queria se divertir até não aguentar mais, parecia os outros encaravam aquilo como um teste de comportamento que poderia gerar futuras demissões, ou até mesmo achava que nós éramos doidos. 

O olhar que queimava em mim, de metade dos funcionários da LUH, parecia gritar que eu nunca teria capacidade para assumir a empresa. Mas eu não ligava, porque sabia que tinha. Eu não duvidava de mim, do meu potencial, da minha inteligencia e nem mesmo da minha beleza.