BAD GIRL - JOALEY

PROUD

Agradeci aos céus por ser sexta assim que Sofya estacionou o carro na frente da escola. Além disso, não teríamos aula no período da tarde, parece que terminariam a detetização ou alguma outra coisa com que eu não me importava. 

O sol brilhava em nossas cabeças, mesmo com o clima não muito quente. Sentia saudade das chuvas tropicais do México, a seca californiana não era minha melhor amiga. 

-Planos para o fim de semana?- arrumei os óculos escuros no rosto assim que desci do carro. Usava um vestido justo e preto, jaqueta jeans e coturnos sem salto. 

-Você está incluída nos planos da família Urrea- Noah deu de ombros- Seus pais que mandaram, a casa precisa estar vazia para a arrumação do jantar- eu me impressionava com a capacidade do americano de saber mais da minha vida do que eu mesma

-E eles dois?- apontei para os loiros sangue do meu sangue. 

-Eu vou ficar na casa de Sold, inclusive não demorem na saída. Vou deixar vocês em casa e ir direto para lá- a baixinha exigiu 

-Eu vou madrugar em alguma balada e passar a noite em um hotel qualquer- Josh deu de ombros 

-Gostei desse plano- me interessei 

-Vai gostar mais do nosso- Noah piscou e eu revirei os olhos com tanto suspense. 

-Não acredito que Pepe já vai embora- Sabina fez drama desligando a ligação e acendendo um cigarro

-Vai fazer o que a noite?- perguntei, já que meu próprio destino era desconhecido. 

-Aproveitar meu mexicano, é obvio. Amanhã estarei com a pele linda e hidratada no jantar da LUH- disse fazendo todos nós revirarmos os olhos. 

-Vou atrás de Sina, vejo vocês no almoço- disse deixando eles seguirem para dentro do prédio e procurando a alemã nos arredores. 

Avistei os May saindo do camaro vermelho de Bailey, ele me encarou de cima a baixo, provavelmente tentando crer que eu não fiz merda. Já disse e repito, dessa vez iria calar minha boca e fazer dela um túmulo. 

Pisei no resto do cigarro deixado por minha melhor amiga para mim e segui em passos apressados até a loira que para minha infelicidade tinha estacionado do lado dos outros dois. Me aproximei o necessário para ver que Shivani tinha os olhos vermelhos, rodeados por uma expressão de cansaço, ignorei esse fato, que não era da minha conta e joguei meu corpo em cima do da Deinert. 

-Bom dia garota feliz- ela riu da minha animação matinal 

-É sexta Sininho- sorri encarando seus olhos claros

-Não me animo tanto- ela revirou os olhos- Vou para San Diego visitar uma amiga da minha mãe e seus filhos, não tenho como escapar- pareceu desanimada

-Volta antes do jantar de amanhã, certo? 

-Sim, vou direto para sua casa- ela sorriu. Sentiu o olhar dos dois irmãos atrás de nós em minhas costas e virei minha cabeça, encarando suas expressões enigmáticas antes de mais  uma vez me virar para a frente e juntar meus lábios aos da garota. 

Sina sorriu e aprofundou o beijo, enroscando seus dedos entre meu cabelo. A cada dia que passava eu tinha mais certeza que ela pertencia ao nosso grupo e que passou os últimos anos do lado errado. 

Ainda sob olhares atentos dos dois asiáticos, finalizei o beijo com alguns selinhos, enlacei nossas mãos e saímos em direção ao prédio, não sem antes dar um sorrisinho sarcástico para o babaca, vulgo Bailey May.

Se eu soubesse como praticamente tudo iria dar errado naquele fim de semana, não teria ficado tão animada. 

Sina seguiu um caminho diferente, por entre os corredores. Eu me preparava psicologicamente para minha aula de química, matéria que odiava mais que qualquer outra coisa, só não esperava que meu braço fosse carinhosamente sequestrado e meu corpo arrastado até o armário do zelador.