FLAG

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Estacionei o carro na frente da casa de Bailey e abri a porta de trás, pegando minha mochila e a sacola com as coisas que eu tinha comprado na farmácia. Sim, eu insisti em pagar, afinal, o rosto dele só estava daquele jeito por minha causa. 

Eu sentia que, a qualquer momento, quando toda aquela tensão se dissipasse do meu corpo, ela iria passar automaticamente a ficar entre nós, a causar um clima. Ao mesmo tempo que era legal saber que ele estava ali por mim, mesmo brigados, e que ele podia passar por cima daquilo tudo para me ajudar, eu sabia que uma hora alguma faísca iria sair, alguma forma de chegar em uma conversa.

Mas sinceramente, eu achava que nenhum de nós estava preparado para uma conversa, não naquele momento, não no meio de tudo aquilo e não pelos próximos dias. Então, se continuássemos segurando a onda e afastando o clima estranho até que eu chegasse em casa, seria muito bom. 

Olhei a traseira do carro, para ter certeza que não estava invadindo a entrada de garagem dos May e, depois disso, dei uma pequena corridinha para alcançar Bailey. No caminho, eu havia lhe explicado a situação da minha avó e como seu caso era bem grave devido à um cancer em tratamento e uma doença cardíaca. Também tinha dito que não poderia ir para a Europa nos próximos dias, porque tinha alguns negócios importantes para fechar e minha mãe me deu cobertura para ficar na Califórnia resolvendo tudo isso. 

E estar aqui ou lá não faria muita diferença, eu não podia ajudar em muita coisa e, ao mesmo tempo, me sentia tão extremamente sobrecarregada que preferia estar longe. Eu não aguentaria mais uma atmosfera de medo e sofrimento. 

E de repente, a hipótese que me amedrontou tanto nos últimos anos (não poder me despedir dos que amo, antes que partissem) virou minha aliada, porque eu sabia que não tinha mais forças e não me julgava por aquilo. Acho que, levando em consideração a turbulência que estava vivendo, tinha o direito de ser "fraca". Mas ainda assim, eu juntava fé e esperança que minha avó passaria por mais aquela e sairia bem da batalha. 

O filipino abriu a porta e me deixou entrar na frente, assim que o fiz, caminhando pelo hall de entrada da casa da família May. Assim que pus meus pés na sala de estar, dei de cara com Shivani, Savannah, Diarra, Hina e Heyoon. 

-Já estava passando da hora, vocês estão bem de novo? Graças a Deus!- Shivani nos recebeu com um sorriso contente. Cocei a cabeça e encarei as meninas em volta, fazendo uma careta que demonstrava a interpretação errada da indiana. 

-Bailey já beijou alguém além de quem está nessa sala, na vida?- questionei. Olhei para trás, mas encontrei a porta do lavabo aberta, onde Bailey lavava a ferida. 

-Provavelmente não muitas, além das que estão aqui!- Shiv respondeu, abrindo o sorriso mais ainda, isso é, até olhar em direção de seu irmão e ver o machucado acima de seu olho- Eu estava me iludindo, achando que vocês tinham se acertado, né?

-Pois é- abri um sorriso amarelo. 

-Joalin, você bateu nele? O que ele fez?- Shivani arregalou os olhos. 

-Meu Deus, você sempre vai ficar do lado dela?- Bailey pareceu meio na defensiva- Se ela tivesse me batido você... 

-Claro que sim, eu sempre estive do lado dela. Achei que já soubesse disso- Ela deu de ombros. 

-Vocês duas juntas são a minha morte súbita, injeção letal, guilhotina. Vão me fazer parar no manicômio, qualquer dia desses. 

-Então... Vocês realmente já tiveram algo?- Diarra questionou, sugestiva.

-Sem querer ser invasiva, mas do jeito que você falou, parecia que Bailey tinha ficado com todas as garotas dessa sala, com exceção da irmã, é claro- Savannah acrescentou. 

BAD GIRL - JOALEYOnde histórias criam vida. Descubra agora