C.16 - Engano II

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ALEXANDRE

Quando a esmola é boa, o santo desconfia!!!

Sabia que o dia estava bom demais para ser verdade, a paz estava reinando por tempo demais e essa não é a minha vida, não é assim que ela funciona! Já no restaurante, recebi uma ligação da minha equipe que havia tido um "problema" no meu escritório. Pedi que controlassem a situação e evitassem um escândalo dentro da Sede e que se preciso fosse, usassem a segurança, mas de forma discreta. Para minha sorte, Léo estava no prédio, porque veio como escolta para a Mel e ele mesmo se encarregou disso para mim. Devo uma a ele!

Passei no meu escritório apenas para avaliar a situação do local, acreditando que já estava tudo controlado, mas então, quando me reuni com Décio e Laura, tive a infeliz descoberta de que as duas pastas completas com as informações detalhadas do Camisa Polo e de Ísis, já que ela se recusou a me dizer se tinha algo com o almofadinha, haviam sido colocadas sob a minha mesa, mas não estavam mais lá. Ou seja, foram levadas!

Tenho certeza que nesse momento meu sangue ferveu de um jeito incomum e o que tanto prezo estava querendo escorrer pelas minhas mãos: o controle. Pedi que Décio entrasse em contato direto com Léo e o pedisse para recuperar as pastas, já que estava mais próximo, mas como eu imaginava, conhecendo bem a pessoa, sabia que não iria entregar assim tão fácil. E ainda fez o caralho do favor de deixar explícito que só as devolveria se eu fosse pessoalmente buscar. É uma porra mesmo!

E o pior de tudo, o que mais me enlouqueceu, foi expor Ísis a isso tudo. Consegui fugir das perguntas por agora e talvez ainda consiga por um tempo, mas uma hora o jogo vai ter que ser aberto e a porra da minha vida fodida vai inevitavelmente atropelar tudo entre nós e não sei se ela estará disposta a ficar depois desse baque, mas tentarei de tudo o que me for possível para não perdê-la de novo. Não sei o que ela faz comigo, aliás, não sei o que fez comigo desde a primeira vez que a vi, mas sei que não a quero longe, ao contrário, quero sempre comigo e cada vez mais!

Agora que já a mandei em segurança com Décio para casa, vou resolver toda essa merda.

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Aproveitei a distância do percurso para me acalmar totalmente, pois sabia que iria precisar bastante disso para o que vinha pela frente. Já estava próximo ao condomínio, quando meu celular toca e o coloco no viva-voz já sabendo do que se trataria a conversa.

-Fala, Polinho! - atendi em tom animado para não dar corda ao instinto do Federal.

-Polinho uma porra, Alexandre!

-Isso tudo já é saudades de mim, amor?

-Mas é uma princesinha do caralho mesmo!

-Adoro esse carinho, continua vai.

-Deixa de enrolação, porra! - disse e notei que estava se controlando para não sorrir - Léo me informou que resolveu um código amarelo para você. Está tudo bem?

-Está sim, Polinho, mas pode ficar melhor se me agradar ficando de costas pra mim!

-Vai se foder, seu caralho! - falou puto e comecei a sorrir. - É sério Alexandre, precisa de ajuda?

-Preciso.

-Do que precisa.

-Posso pedir mesmo?

-Sabe que sim. Qualquer coisa.

-Então coloca uma fio dental vermelha que eu tô chegando, gostosa!

ALEXANDRE FERRARI IIOnde histórias criam vida. Descubra agora