ALEXANDRE FERRARI II

C. 36 - Atento

ÍSIS

Alexandre parecia necessitado no banho, mas suas mãos me tocavam com leveza, seus beijos estavam lentos e seu olhar estava desejoso, mas ainda havia aquela ponta de tristeza, ele estava exposto para mim, assim como sua dor e tudo o que eu tentava fazer era dar carinho, acolhimento e amor em cada toque retribuído. 

Quando encerramos o banho, sorri ao ver ele usar meus produtos e por fim dizer "É, agora eu realmente estou uma princesinha do caralho", quando passou um pouco do meu perfume. Depois, peguei um lençol e fomos para o sofá, já que ele disse preferir dormir lá a dormir na cama do quarto. Alexandre se organizou no sofá e eu me organizei em cima dele e então ficamos quietos por algum tempo.

 
-Com quanto tempo Inês está mesmo? - pergunta

 
-Entra nos sete essa semana… - falei pensando - Inclusive, amanhã tem uma consulta, tenho que avisá-la, porque acho que nem ela mesma lembra. - completei e ele sorriu levemente. - Por quê? - pergunto em seguida.

-Por nada… - diz - Mas e você, pensa em ter filhos? - pergunta

-Sim, eu sempre quis, mas não imediatamente, acho que ainda sou muito jovem para a maternidade. - respondo 

-Inês não usou esse critério, não é mesmo?! - indaga sorrindo

-Alexandre! - o repreendo, mas já sorrindo também. Em seguida passamos mais algum tempo em silêncio, mas sei que ele ainda não adormeceu. - Alexandre?

-Sim.

-Você está bem? - pergunto e ele suspira um pouco, como se pensasse na resposta.

-Vou ficar. - responde depois de um tempo.

.

.

.

Ainda estou meio sonolenta, mas sinto o incômodo da claridade e a mega inconveniente vontade de fazer xixi. Movo-me devagar, mas quando ergo minha cabeça fico surpresa ao ver que Alexandre já está acordado.

-Bom dia, loira. - diz sorrindo de lado para mim.

-Bom dia… - respondo sonolenta e afundo meu rosto no seu pescoço, enquanto ele sorrir levemente do meu estado. - Está acordado a muito tempo?

-Um pouco. - responde e então passo mais alguns segundos daquele jeito, mas minha bexiga grita por socorro, então levanto devagar. - Já volto. - digo e ele assente e então começo a andar cambaleante para o banheiro e ele começa a sorrir de mim. Olho na sua direção e o vejo com o corpo largado no sofá, as duas mãos atrás da cabeça e aquele sorriso frouxo, simplesmente lindo. Cerro os olhos para ele e em seguida entro no banheiro. Depois que faço minha necessidade, lavo as mãos e também decido lavar o rosto após ver meu reflexo totalmente acabado no espelho. Meu Deus, como esse homem consegue olhar na minha cara cedo da manhã?

Depois de lavar o rosto duas vezes, o seco com a toalhinha para o rosto e saio do banheiro, mas a cena que vejo já me faz sorrir instantaneamente. Alexandre continua largado no sofá, só que agora tem a companhia de Bombom que está deitada, toda esparramada entre suas pernas, enquanto ele esfrega o rosto com as duas mãos e em seguida me encara.