ALEXANDRE FERRARI II

C.32 - Partilhar II

ÍSIS 

Depois de algum tempo de viagem, saímos da estrada comum e adentramos por bons minutos em uma estrada de terra, até que finalmente cruzamos as enormes porteiras da fazenda, com o caminho marcado no meio da grama por algumas pedras e a grande vegetação no entorno, junto com uma trilha imensa de coqueiros no lado direito que foram até avistarmos a casa imensa, toda em decoração rústica e linda! 

Alexandre estacionou o carro na lateral da casa e assim a escolta também fez e respirei fundo, pois agora bateu aquela pontinha de nervosismo.

-Vamos? - perguntou e então o encarei um pouquinho apreensiva.

-Seus pais estão aí, não é mesmo?

-Sim, estão. - responde já sorrindo 

-Eu posso correr? - pergunto e ele rir mais.

-Está nervosa com meus pais? - pergunta erguendo uma sobrancelha e sem parar de sorrir de mim. Mereço!

-Claro que estou, são seus pais! E se a sua mãe não gostar de mim? Você não me falou nada dela, nem o que ela gosta ou não e… - comecei a falar e permanecia sorrindo. Dá para acreditar?

-Não precisa se preocupar! - disse segurando a minha mão - Seu Carlos é muito cordial e a Dona Estela é um amor. Vão adorar você. - completou e então respirei fundo e assenti. Então ele desceu, deu a volta e abriu a porta para mim, me ajudando a sair e em seguida tirou a cadelinha, a segurando pela coleira, que começava a cheirar tudo em volta. Alexandre me guiou pela área externa da casa, até que demos de cara com um senhor, usando jeans largo e camisa de botões com mangas curtas, que assim que nos viu, abriu um sorriso largo.

-Já chegaram para o almoço? - pergunta olhando para o seu relógio de pulso.

-Tivemos um pequeno imprevisto. - diz Alexandre, enquanto nos aproximamos totalmente.

-E você deve ser a Ísis. - ele diz para mim e balanço a cabeça - Muito prazer, Ísis, sou José. - completa e então estendo a mão para ele que recusa e abre os braços - Nada de apertos de mãos por aqui! - ele diz, enquanto o abraço já sorrindo.

-É um prazer conhecer você, José. - digo e ele sorri para mim e em seguida vai abraçar Alexandre e os dois parecem cochicharem algo que faz Alexandre sorrir. Em seguida, José pega a cachorrinha nos braços, que o cheira todo, e começa a fazer carinho nela que fica toda empolgada nos seus braços, então a deixamos lá com ele, enquanto caminhamos para a entrada da casa, onde já avisto Mel e Selena, ajudando uma senhora a  organizar a mesa do almoço.

-Finalmente! - diz Selena sorrindo na nossa direção e já vindo me abraçar e em seguida faz o mesmo com o irmão. Então cumprimento Mel e em seguida Alexandre me apresenta à senhora que chama Silvia e também foi muito simpática comigo, mas perguntou como eu consigo aguentar Alexandre, que fingiu se ofender com a sua pergunta e eu apenas sorri.

Em seguida, caminhamos até a cozinha, onde já avistamos Apolo e Saulo encostados no balcão, enquanto Rodrigo mexia em algumas panelas que estavam no fogo. Cumprimentamos os dois irmãos e em seguida fomos na direção de Rodrigo.

-O que está fazendo aqui, major? - pergunta Alexandre fingindo irritação.

-Vim ver Ísis! - responde já me cumprimentando e Alexandre cerra os olhos puxando uma faca do suporte no balcão.

-Faca bonita, Silvia, é amolada? - pergunta Alexandre em tom alto para que ela possa escutar de onde está e os irmãos começam a sorrir.

-O quê? Mas que tanta gente é essa na minha cozinha? - ela pergunta em tom irritado já caminhando até onde estamos e me adianto em ir para o outro lado do balcão. - Você saia daqui. - ela diz puxando Alexandre pelo braço e levando para fora do balcão também- E você também! - diz começando a puxar Rodrigo