C.20 - Como a primeira vez

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ALEXANDRE

O que eu posso dizer? Ísis é decidida!

A loira tem um jeito transparente de ser que entrega toda a sua verdade, ela não finge, ela não atua, ela é simplesmente ela. Quando quer, deixa você saber claramente que quer, quando não quer, também deixa isso evidente, assim como as suas demais emoções de vergonha, alegria, medo, raiva... ela é sempre ela, do seu jeito, sem cartilha pronta, sem jogos, sem meias palavras, apenas ela.

Isso me encanta e também me admira. Arrisco a dizer que é uma das coisas que mais me atrai nela, um homem como eu, conhece centenas e centenas de pessoas, todos os dias mais umas dez diferentes cruzam o meu caminho e quantas delas são elas mesmas em sua forma natural? Quantas não estão forçando uma personalidade adequada para agradar na ocasião? Bom, raras são essas!

E Ísis é uma delas, em sua forma mais crua. Ela é doce, mas também é direta e quando fica, fica para valer, mas quando vai, não olha para trás.

Essa loira definitivamente resume o meu céu e o meu inferno, até agora, tenho mais momentos no paraíso, mas ela também já me deu boas doses do inferno nas vezes em que fugiu de mim.

E sobre mais cedo? A mulher ficou uma fera ao ver Selena no meu colo e eu aproveitei a situação o máximo que pude até ver a surpresa no olhar dela ao descobrir que a pirralha é minha irmã. A loira não ficou muito feliz comigo depois disso, a raiva estava estampada no seu rosto... talvez ela consiga me matar primeiro que o Apolo! - a ideia já me faz rir - Mas é uma morte que eu aceitarei com prazer!

Antes mesmo de convidá-la para jantar, já havia acertado alguns detalhes com Rodrigo sobre o que eu queria que ele preparasse para a minha noite com ela, e realmente valeu a pena, a beleza do lugar estava do tamanho da quantidade de dinheiro que o infeliz me arrancou e nossa noite foi além de satisfatória.

Com Ísis as coisas sempre correm em uma leveza que até me assusta às vezes, talvez por nunca ter tido nada assim na minha vida, nada tão leve, natural e espontâneo e confesso que a sua reação quando joguei as cartas na mesa, sobre como minha vida basicamente é e a investigação que fiz sobre ela, me surpreendeu bastante. Ela sempre me surpreende.

Assim como também me surpreende com a facilidade que tem para me fazer perder o controle, tive que me segurar muito, mas muito mesmo para não partir aquele vestido ao meio e fazê-la minha alí mesmo, na varanda do restaurante. A minha vontade de querer fazer as coisas direito conseguiu prevalecer e com um pouco de jeito nas pontas dos dedos, consegui convencê-la a passar a noite comigo.

Agora, já estou guiando ela para fora do restaurante, depois de, claro, agradecer e me despedir devidamente do meu amigo, que disponibilizou o local, os funcionários e ainda fez questão de vir para nos servir o prato final, mesmo estando na sua folga e ele parece ter simpatizado bastante com Ísis, o que me agrada muito, já que ele é praticamente da minha família, mas é claro que a simpatia é totalmente livre de qualquer intenção, até porque ele estaria com uma bala nas bolas agora se não fosse.

Aguardo o manobrista chegar com o carro e então a guio até a porta do passageiro respirando fundo com aquele rebolado bem mais evidente na porra do vestido colado. A ajudo a entrar, dou a gorjeta gorda para o manobrista, o que já é de costume e entro no carro ao seu lado.

-O caminho para o meu apartamento é um pouco longo. - falei ligando o rádio em volume ambiente.

-Vamos para o seu apartamento? - perguntou, enquanto colocava o cinto

-Claro, tenho que levá-la para visitar sua calcinha perdida. - falei e a loira me encarou sorrindo

-Ainda não acredito que guardou uma calcinha por dois anos.

ALEXANDRE FERRARI IIOnde histórias criam vida. Descubra agora