C.31 - Partilhar

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ÍSIS

Sinceramente, não tenho nem o que dizer da noite passada, ela foi simplesmente perfeita com todos aqui e fomos dormir bem tarde da madrugada já, com exceção de Rodrigo que foi embora mais cedo, pois disse que sua casa era longe, mas, com um pedido cuidadoso de Alexandre, os irmãos dormiram todos aqui, pois segundo ele não seria seguro irem embora tão tarde para as suas casas, principalmente depois de tudo o que aconteceu. Então, Selena e Saulo dormiram em um dos quartos, Mel e Apolo dormiram no outro e eu dormi com Alexandre no seu quarto, mudando os lados da cama, pois ele fazia questão que eu dormisse colada nele e eu estava com medo de machucar seu braço.

Deitei sob o seu peitoral, depois de termos tomado banho juntos e depois de ele me vestir com uma camisa enorme sua, e fiquei apenas alisando sua pele com os dedos, sentindo seu cheiro, enquanto ele acariciava meus cabelos e minhas costas.

*

Abri os olhos, mas estava incomodada, o barulho dos tiros estavam altos, tentei levantar e não consegui, olhei para minha perna e estava baleada, o sangue não parava de escorrer, eu tentava estancar a todo custo, mas o líquido vermelho jorrava entre as minhas mãos. Então alguém se aproximou e me entregou uma espécie de toalha, que coloquei no ferimento e pressionei.

-Obrigada. - falei para a pessoa e fui erguendo o olhar.

-Não agradeça, não vai conseguir estancar o próximo! - respondeu o homem encapuzado, apontando a arma enorme na direção do meu rosto.

*

Acordei ofegante, assustada e com o coração prestes a sair pela boca!

-Foi só um sonho. - falei baixo para mim mesma, colocando a mão no meu peito e tentando regular minha respiração. Então olhei para o lado, na busca por braços aconchegantes do Sr.Convencido, mas me surpreendi ao ver que ele não estava na cama. Peguei meu celular na cômoda ao lado e vi que passava um pouco das 04:00hrs da manhã, será que ele saiu? Mas sem falar nada? Acho que não… 

Então levanto devagar, saio do quarto e começo a caminhar em direção à sala, mas já ouço a voz de Alexandre vinda da cozinha e me dirijo até lá. Assim que chego, avisto ele de costas, usando apenas a calça moletom, com o celular no ouvido e apoiando o braço no balcão, enquanto conversa com alguém e, mesmo eu me aproximando sem fazer barulho algum, ele vira imediatamente na minha direção, enquanto fala com a pessoa do outro lado da linha. Ele varre seu olhar inteiro sob mim e em seguida me encara, estendendo a mão livre na minha direção e então caminho, colocando minha mão sob a sua e sou imediatamente puxada de encontro com seu peitoral quente e envolvida por seu braço. 

O abraço, sentindo seu calor e seu cheiro tão único e depois de alguns segundos ele se afasta um pouco para me encarar, enquanto acaricia meu rosto e ouve atentamente o que dizem para ele na ligação. Em dado momento, Alexandre prende o celular entre sua cabeça e seu ombro e me ergue com os dois braços, me colocando sentada no balcão e me controlo para não gritar em surpresa com gesto.

-Seu braço! - sussurrei apontando para o curativo e ele apenas deu de ombros, voltando a segurar o celular com uma mão e colocando a outra ao redor de mim, apoiando sua cabeça no meu ombro, mas logo desceu, ficando na altura dos meus seios e os beijou descaradamente por cima da camisa que eu vestia, me fazendo sorrir - Seu safado! - sussurrei sorrindo e ele me encarou sorrindo de volta e me deu um beijo breve.

-Certo, Luís. Fico feliz em saber que ele já está consciente, obrigado por avisar. Continue me informando se houver qualquer novidade. - disse ele para quem falava ao telefone e em seguida encerrou a ligação e pôs o celular no bolso, me encarando com um meio sorriso e parecia levemente mais animado.

ALEXANDRE FERRARI IIOnde histórias criam vida. Descubra agora