ALEXANDRE FERRARI II

C.85 - Sempre ao seu lado

ÍSIS

25 dias depois...

Nos últimos dias a rotina foi intensa, pois estava basicamente morando no hospital e tendo que administrar as necessidades de Lukas à recuperação de Alexandre. A parte boa é que não precisei me deslocar muito para as consultas de rotina do pequeno, que segundo a sua pediatra, estava bem, saudável e com todas as medidas perfeitas para a idade.

Alexandre estava agora visivelmente cem porcento, apenas com o peito ainda cicatrizando. Todos os seus exames deram ótimos resultados e há três semanas ele começou a fazer fisioterapia, só para recuperar a resistência e fôlego de treino que tinha antes. Claro que eu conferi em todas as sessões e a fisioterapeuta era uma mulher de seus quarenta e poucos com uma aliança bem grossa na mão. Depois de todo aquele papo da fisioterapeuta de Apolo, eu não poderia deixar nada passar.

Nesses dias também recebemos notícias do segurança que foi baleado no braço e antes de ir embora, ele passou para visitar Alexandre, pois recebeu alta primeiro, e os dois conversaram por um bom tempo, assim como ele também recebeu muitos agradecimentos, pois mesmo que de forma involuntária, ele salvou a vida do meu Sr.Convencido.

Hoje, não há ninguém mais empolgado que Alexandre, pois ele recebeu alta e está para sair pulando de alegria, por não aguentar mais o hospital e confesso que compartilho dos mesmos sentimentos. A médica deixou bem claro que ele vai continuar fazendo acompanhamento e que não pode, sob nenhuma hipótese, deixar de comparecer às consultas de rotina que ela marcar e isso eu mesma irei garantir. Ele também ainda toma uma boa quantidade de remédios, mas ela explicou que faz parte do tratamento e da recuperação, que isso é temporário e que está mais perto de acabar do que imaginamos.

Nesses dias Apolo também teve uma conversa séria conosco, de que todos os homens do ataque haviam sido presos e que um deles, que parece ter reconhecido Melissa, informou que existem mais deles, mas não dá para saber se vão atacar, ou viver suas vidas, nem se estão aqui do nosso lado, ou do outro lado do mundo. Segundo ele, quando a tal organização do nome esquisito foi derrubada, o sistema de localização deles também entrou em uma espécie de autodestruição, para que não conseguissem rastrear os membros. Isso me assustou um pouco, pois me pareceu um aviso de que nunca teríamos paz na vida, mas Alexandre me tranquilizou em seguida, como sempre.

Nesse momento, estou terminando de organizar a bolsa de Lukas, enquanto Alexandre o segura, pois ele já está liberado para pegá-lo, só não pode apoiar no peito, por causa da cicatrização do local da cirurgia. O pequeno hoje está muito enjoando, pois ontem teve que tomar vacina, o que doeu no meu coração, mas foi para o seu bem. Ele não aceitou ir para o colo de ninguém, só fica quieto no meu colo e no de Alexandre.

Todos da família estão aqui e seguiremos direto para a mansão, para um almoço que dona Estela mandou preparar especialmente com tudo o que Alexandre gosta, para dar suas boas-vindas, porque ele reclama a cada segundo que não aguenta mais comida de hospital.

-Tudo pronto? - pergunta para mim, enquanto coloco a alça da bolsa no ombro.

-Sim. Consegue levar ele? - pergunto

-Se brincar, até você! - diz piscando para mim.

-Então não vamos brincar, porque não pode forçar muito ainda.

-Porra, como eu queria brincar. - diz de modo sugestivo

-Deixa de ser safado!

-Nunca! Você ama! - diz todo convencido e me rouba um beijo

-Pior que amo. Vamos. - falo e então saímos do quarto, encontrando todos no corredor, que estavam tão felizes quanto nós.

Cumprimentamos cada um e nem vou comentar do barulho que todos saem fazendo, conversando ao mesmo tempo no hospital, acho que os médicos estão agradecendo à Deus por estarmos de saída.