C.61 - Sem respirar III

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ALEXANDRE

Praticamente voei até chegar aqui e agora estou no elevador, andando de um lado para o outro, enquanto abro e fecho os punhos com força e Apolo me encara com aquele semblante de raiva e tristeza com o meu estado, por estar a um fio do desespero e ele sabe disso.

Assim que o elevador abriu, saímos e não me dei ao trabalho de bater e muito menos esperar que viesse abrir, apenas escancarei a porta que estava falhamente destrancada e entrei no apartamento com Apolo.

-Inês! – chamo assim que chego na sala – In... – estava começando a falar novamente, quando ela sai do quarto

-O que foi? A Ísis não tá aqui! – diz impaciente, já no intuito de voltar para o quarto.

-Eu sei que ela não está aqui! – respondo no mesmo tom

-Então o que vieram fazer aqui? Ainda mais assim? – pergunta em tom de raiva apontando para nós e só agora percebo que estamos ambos sem camisa, desde a hora que invadimos o local.

-Garota, sai logo que o assunto é sério! – Apolo fala em tom firme com ela que o encara com certo entojo, mas faz o que ele pediu.

-Pronto, saí do quarto, estou ouvindo! – ela diz

-Sobre o quê Ísis queria falar com você? – pergunto

-Como assim? Do que você tá falando?

-Ela mandou uma mensagem para você...

-Não mandou, não!

-Inês, não me testa, que hoje eu não estou para os seus joguinhos! – digo de uma vez e ela ergue uma sobrancelha para mim.

-Não estou fazendo jogo nenhum, oh palhaço! – ela diz e fecho os olhos com raiva virando as costas para não descarregar nela tudo o que estou com vontade agora.

-Não tem nenhum palhaço aqui! A sua irmã foi levada, não sabemos por quem e nem onde ela está, então responde a porra da pergunta! – Apolo fala firme para ela mais uma vez.

-Levaram ela? – pergunta em tom assustado e seu rosto fica pálido.

-Exatamente! – Apolo confirma

-O que ela queria falar com você?? – pergunto tentando controlar o tom.

-Eu não sei! Eu não vi...

-“Inês, você mentiu para mim mais uma vez, acabei de descobrir tudo e espero que não signifique o que estou pensando. Me liga com urgência!”, foi o que ela escreveu na mensagem para você! – digo fechando os olhos para lembrar das palavras

-Eu não vi a mensagem... – ela fala em tom assustado

-O que ela descobriu? – pergunto

-Como eu vou saber? Não vi a mensagem, está surdo?! Não cheguei a falar com ela! – diz tentando alterar o tom, mas parece desespero e não raiva.

-Então é só dizer que porra você esconde e que ela descobriu! – digo em tom exaltado e Apolo aperta meu ombro em um pedido de calma.

-E-eu não sei, não faço ideia! – fala acuada

-Você me chama de pateta, mas eu ando longe de ser isso! Ísis parou em uma loja, descobriu alguma merda sobre você, mandou essa mensagem e três minutos depois eu já não tinha mais notícias dela, então para de tentar me enrolar e diz de uma vez, porque isso tudo anda bem longe de ser apenas uma coincidência! – falo para ela que recua um passo me encarando.

-Mas eu...

-Não sei se notou, mas é a vida da sua irmã em jogo! Foda-se se não gosta da gente, ninguém liga, agora será que pode se importar ao menos com ela, é o seu sangue, porra! – Apolo fala para ela que o encara em silêncio e depois me encara, mas percebo que evita manter contato visual comigo.

ALEXANDRE FERRARI IIOnde histórias criam vida. Descubra agora