ÍSIS
Pegamos a estrada e eu tentava respirar fundo e me manter calma, enquanto Alexandre dirigia e alisava minha coxa.
-Vai ficar tudo bem. - ele fala pegando minha mão.
-Não gosto de ter que ficar longe. - digo
-Eu sei, mas vou fazer o possível para voltarmos logo. - ele diz já encostando o carro em uma lanchonete e franzo o cenho. - Me dê cinco minutos. - pede e então assinto, esperando no carro.
Pouco tempo depois ele retorna com dois sucos e uma sacola com alguns salgados pequenos misturados.
-Beba e coma. - fala para mim, enquanto dá a partida novamente.
-Eu nem estava lembrando de comer... - falo, pois a fome parecia uma desconhecida no momento.
-Mas eu sim. Você não comeu nada ontem e nem hoje. Então coma. - fala
-Mandão! - falo já bebendo um pouco do meu suco e então vamos o caminho inteiro comendo e conversando.
Alexandre realmente não economizou no acelerador e entramos na cidade com menos tempo do que o convencional para chegar, mesmo sendo longe.
-Me guie. - ele pede e então vou mostrando as ruas que deve entrar e claro que, com essa sequência de carros importados e grande passando, as pessoas começavam a sair para tentar ver quem era, a parte ruim de cidade pequena: as pessoas amam uma fofoca da vida alheia.
-Lembra? - pergunto para ele, apontando para a praça central, com o enorme espaço vazio e então ele sorri.
-Lembro, foi aqui que eu ganhei uma aposta de uma loira terrivelmente linda. - diz e então sorrio.
-Isso depois flertar com metade da festa. - digo
-É que eu ainda não tinha visto você. - fala sorrindo de lado para mim.
-E o que isso mudaria?
-Tudo. - responde me encarando e então beija minha mão. Apenas sorrio e continuo indicando as ruas para ele, até que paramos em frente a casa do meu pai.
Alexandre desce e dá a volta no carro, abrindo a porta para mim e me ajudando a descer também, tomando cuidado com meu braço.
Fico paralisada olhando para a entrada da casa.
-Tudo bem? - ele pergunta para mim.
-Tudo... é só que faz um bom tempo que não venho aqui. - digo para ele.
-Precisa de um tempo? - pergunta
-Não... vamos de uma vez. - falo e então caminho até a porta e toco a campainha uma, duas, três vezes, mas ninguém atende.
-Será que ele não está em casa? - Alexandre pergunta
-Pode ser que esteja na loja. - digo tentando abrir a porta e para minha surpresa estava destrancada e então tomo a liberdade de entrar. - Pai? - chamo entrando na casa e Alexandre vem atrás de mim. - Pai? - chamo mais alto, mas não tenho nenhuma resposta. - É, acho que não tem ninguém aqui. - falo para Alexandre.
-Costumam deixar a porta aberta? - ele pergunta olhando em volta.
-É, aqui não é tão perigoso e nunca tivemos que nos preocupar com segurança. - explico.
-Ainda assim, me parece arriscado. - ele fala andando - São vocês? - pergunta vendo as fotos expostas na parede.
-Sim. - respondo e ele sorri, pegando uma foto minha nas mãos.
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ALEXANDRE FERRARI II
RomanceNOVA CONTA!⚠️ OBRA COMPLETA!📖 LIVRO II da série FERRARI💙 * O advogado trabalhista, Alexandre Ferrari, vive preso ao passado que ele se culpa pelo final que teve, assim como o término de um relacionamento desastroso que ainda causa conturbações no...