ALEXANDRE FERRARI II

C.65 - Sem respirar VII

ALEXANDRE

Passei boa parte da tarde no banco, porque sim, essa porra é burocrática e exige mais autorizações e assinaturas do que imaginei. Fui informado que Rodrigo e o piloto já estavam no hospital e que, aparentemente, estava tudo bem, ficariam apenas de observação por algum tempo.

Quando finalmente consegui sair do banco com a porra da mala e do dinheiro. Coloquei tudo no carro e conferi o relógio, já vendo que tinha pouco tempo e que precisava agilizar algumas coisas e foi isso que fiz.

Mandei mensagem para meus irmãos e todos já estavam na mansão me esperando, pois sabiam bem o que iria acontecer.

Assim que cheguei, estacionei o carro e Selena estava na entrada me esperando, assim como os outros dois que estavam em pé na sala. Me aproximei da minha irmã e a abracei, o que a surpreendeu, mas ela retribuiu.

-Não reclama, só confia em mim. – falei baixo no seu ouvido e ela me encarou desconfiada, mas assentiu.

-E então, conseguiu o dinheiro? – Saulo pergunta

-Com algumas burocracias, mas consegui. – respondo já entrando

-E agora? – Apolo pergunta

-Agora temos pouco tempo, por isso os chamei aqui.

-Ele já ligou? – pergunta Saulo.

-Ainda não, mas vai ligar.

-No que está pensando em fazer? – Apolo vai direto ao ponto.

-Bom, eu consegui o dinheiro e com certeza ele vai ligar para marcar um ponto de encontro ou para me dar o local onde devo deixar a mala, essas são as duas opções mais prováveis.

-Eu aposto na primeira, porque ele vai querer fazer a troca por ela com a garantia de ver o dinheiro. – Saulo fala.

-É o que também penso. – digo – O mais lógico é que ele peça para que eu vá sozinho, afinal, quanto menos riscos para ele, melhor, e pelo fato de os capangas dele andarem sempre fortemente armados, ele não vai optar por um lugar movimentado, porque não pode chamar atenção.

-Então vai ser algum lugar abandonado, rua deserta ou estrada. – Apolo conclui o mesmo que eu.

-Exato. – digo – Para todos os efeitos, eu vou sozinho...

-Nem pensar! – Apolo diz

-Me deixa terminar, cacete! – falo para ele – Assim que ele ligar, mandando a localização, vocês já têm que estar prontos, mais especificamente equipados e nos veículos, junto com a escolta.

-Está dizendo que vamos sair primeiro? – Saulo pergunta

-Exatamente. Fiquei pensando nisso durante a tarde. Eles vão me observar chegar e vão avaliar tudo para ver se eu não trouxe nenhum reforço, esse vai ser o ponto chave deles, mas eles não vão esperar que vocês já estejam lá. – falo e então eles ficam pensativos – O que estou dizendo é que vocês têm que chegar antes deles e de mim e ficarem posicionados no perímetro, escondidos de modo que possam avançar com rapidez, mas que também não sejam vistos antes da hora.

-Colocamos o equipamento escuro, para nos aproveitarmos da camuflagem noturna e ficamos ao redor, só temos que saber quando atacar. – Apolo diz concordando e ativando o modo federal.

-Esperem fazermos a troca, se assim ele decidir, ou seja lá como for que ele queira fazer essa merda, mas só ataquem depois que eu estiver com ela, porque se ele desconfiar antes, vai matá-la, é muito arriscado.

-Tudo bem, agora temos que preparar a equipe. – Apolo fala

-Sim, como as nossas escoltas vão em massa, nosso pai está fora resolvendo um caso e todos nós estaremos distantes, Selena ficará com a nossa mãe.