C.27 - Outra Chance

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ALEXANDRE 

Sobre um dia infernal? Tive! 

Selena e Saulo passaram a tarde na minha cola, com a desculpa de que não permitiriam que eu fizesse merda, mas acontece que a merda já estava feita e eu queria corrigir tudo isso. Só que Ísis também não facilitou em nenhum momento, ela não se deu ao trabalho de visualizar nenhuma das mil mensagens que mandei e muito menos atender às minhas ligações e a cada uma delas eu ficava mais puto! Selena disse que eu tinha que dar um tempo para ela, que ela precisava digerir um pouco tudo, para que estivesse pronta para conseguir conversar comigo, mas eu não queria mais tempo assim, eu queria ela perto de mim!

Depois de um dia inteiro sem sucesso algum, Saulo me arrastou para a casa de show, como bem falou, mesmo eu não estando afim, mas ele disse que faria bem. Faria bem se eu conseguisse falar com Ísis, isso sim! E para completar tudo, ainda tive que cantar mais uma vez aquela música, só que dessa vez, a cada verso, havia uma lâmina me cortando por dentro e isso era foda! Depois que sai do palco, fui pagar a conta e nem me dei ao trabalho de procurar Saulo, deve estar se divertindo bem por aí. Apenas mandei uma mensagem e comecei a caminhar em direção à saída do lugar. De longe vi uma mulher caminhando cambaleante de costas para mim e parando na calçada do local, ela parecia muito com Ísis, de um jeito que verifiquei algumas vezes se não era minha mente levemente alcoolizada me pregando peças, mas era ela, eu tinha certeza e fui tirar a prova me aproximando!

Não tinha como não reconhecer essa loira! Mas para a minha surpresa, ela estava bêbada e pela primeira vez parecia mais sensível e vulnerável. Tudo o que eu queria era abraçá-la, explicar o que posso para ela e dizer que vai ficar tudo bem, mas ela não permitiu que eu a tocasse, nem mesmo quando ela me tocou, onde apenas aproveitei para sentir seu cheiro e o mínimo contato que seu corpo fazia com o meu. E sinceramente não sei o que doeu mais, ela me dizer que odeia ter me reencontrado ou ver aqueles olhos tão azuis, que tanto ficaram na minha mente por tanto tempo, marejados, enquanto sua lágrima de dor escorria naquele rosto triste. Cacete, parecia que tinha a porra de uma navalha me rasgando inteiro por dentro!

E como se já não bastasse tudo, o porra do caralho daquele David, ainda resolve aparecer! Mas hoje não é o melhor dia para ele me testar! Me distraí tanto querendo quebrar aquele infeliz que, quando notei, Ísis já estava nos mandando para o inferno e entrando em um táxi. Eu poderia ficar puto por não conseguir deixá-la em casa, mas a verdade é que eu me amarro na sua personalidade, que se mostra forte e decidida nos momentos que precisa e não fiz nada além de sorrir para a loira e acenei para Décio, que me vigiava do outro lado com a escolta, para ele seguir o táxi até a casa dela. Não iria arriscar.

-Tá vendo, agora ela foi sozinha, foi por sua culpa! - diz o infeliz puto 

-Ela não está sozinha e é bem melhor do que ir com você! - digo e ele me encara com ódio.

-Eu não faço mal algum a ela, já você e sua família são como uma peste, onde vocês se aproximam, tudo de ruim acontece e eu vou fazer de tudo para Ísis se afastar de você sim. Saiba disso!

-Não, você vai sair do meu caminho, se quiser se manter vivo, vai sair, porque eu não vou permitir que fique entre ela e eu, seja lá o que eu tenha que fazer com você, seu infeliz! 

-Infeliz? Infeliz está você por levar um chute na bunda atrás do outro de uma mulher que não te quer mais! Ela não quer mais você e sabe como eu sei disso? Porque nós passamos o dia juntos e a noite também seria assim, se você não resolvesse atrapalhar, eu ela iríamos… - falou, mas não consegui deixar o desgraçado terminar, meu sangue terminou de ferver e apenas o agarrei pelo pescoço com uma mão com força, o fazendo ficar nas pontas dos pés.

ALEXANDRE FERRARI IIOnde histórias criam vida. Descubra agora