C.9 - Não fuja II

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ÍSIS

-E isso é algo ruim? - perguntei em tom baixo, me referindo ao fato de ele citar que sou algo que ele não consegue explicar.

-Admito que antes era enlouquecedor. - respondeu - Mas agora, que está aqui na minha frente, é instigante, atrativo e muitas outras coisas também. - completou e ficamos nos encarando por um tempo, até que o vi fazer um sinal mínimo com a cabeça e se não estivesse tão próxima nem teria notado, mas fez e olhei inevitavelmente na direção em que ele acenou e vi um homem alto, usando terno, com rosto sério e a mão no ouvido, como se estivesse se comunicando com alguém por lá. - Meu chefe de segurança. - disse Alexandre para mim sem que eu perguntasse.

-Você tem segurança pessoal?-perguntei um tanto incrédula.

-Não por opção, mas tenho. Por que, loira?

-Ah, por nada, é que isso é bem... chique. - falei com o cenho franzido e ele sorriu jogando a cabeça levemente para trás e que pescoço é esse, senhor? Foca Ísis!

-Não é tão divertido quanto parece, loira, mas é necessário.

-Ele passa o dia acompanhando você?

-Ele e mais meia dúzia de homens da equipe.

-Nossa! Isso não é um pouco exagerado?

-Bom, quando se nasce na minha família e se tem um irmão maluco por segurança, você tem que lidar com exageros. - falou e sorri - Mas digamos que é um exagero relevante.

-Acho que eu não entendo muito disso. - falei bebendo um pouco do meu vinho.

-Tem muitas coisas no meu mundo que são difíceis de entender. - falou já sério.

-E essas coisas são ruins?

-Parte delas sim. - respondeu e o encarei por um tempo, avaliando seu semblante sério, como não é de costume.

-E eu deveria temer por isso? - perguntei e ele me encarou mais de perto, totalmente sério.

-Sinceramente, o mais correto seria que se afastasse o quanto pudesse de mim, loira. - falou me encarando de modo firme.

-E se eu não quiser me afastar? - perguntei em tom baixo e ele sorriu levemente.

-Isso é uma escolha sua, mas ainda assim, mesmo que quisesse, eu sei que não permitiria que fosse para longe novamente, sou egoísta nesse quesito. - falou aproximando seu rosto do meu e acariciando meu rosto com sua mão. -Gosto de ter você por perto.

-Também gosto de você por perto, Alexandre. - falei e levei minha mão até a lateral do seu rosto, assim como ele estava fazendo comigo, e acariciei sua pele, sua barba bem feita e ele aproximou ainda mais nossos rostos até que nossos narizes se tocaram e fiquei encarando sua boca tão perto da minha, já com o coração acelerado, enquanto sentia seu hálito quente naquela região do meu rosto.

-Ísis... falou meu nome de forma carregada, de modo que arrepiei-me inteira com a profundidade e intensidade que pôs nele. Essa foi a última coisa que fez antes de cobrir minha boca com a dele. O beijo começou lento, bem lento, como se estivéssemos provando um ao outro, sentindo o sabor, e depois foi ficando mais intenso, a sensação febril do nosso toque estava lá e sua mão já estava na minha nuca, me mantendo presa alí, mas eu realmente não fazia questão de fugir. Tudo ficou ainda mais quente quando sua língua começou a invadir minha boca de forma hábil e safada e eu tentava retribuir, mas a verdade é que eu estava sendo consumida por ele e estava me desmanchando por isso. Já estávamos totalmente perdidos e tudo parecia ter sumido e só existíamos apenas nós alí, com o nosso beijo e aquela entrega. Era realmente muito melhor do que eu me lembrava beijar esse homem e não sei onde teríamos parado com aquilo se não tivéssemos sido interrompidos pelo garçom.

ALEXANDRE FERRARI IIOnde histórias criam vida. Descubra agora