C.35 - Inocente ou Culpado?

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ÍSIS 

Ainda não acredito que ela fez questão de vir até aqui e ainda com a justificativa de que quer falar comigo. O que ela teria para falar? Mais mentiras? Só em olhar para o seu nariz empinado já tenho náuseas! Mas, ela parece decidida e Décio descontente, enquanto eu sigo curiosa e irritada.

-E o que você quer falar comigo? - pergunto cruzando os braços.

-É melhor que seja em particular. - ela diz erguendo uma sobrancelha e lançando um olhar para Décio.

-Não poderei permitir sua passagem, sinto muito. - se adianta Décio para ela que o encara nada feliz.

-Ouviu ele e, de toda forma, seja lá o que tiver para falar, não tenho interesse em saber. - falei para ela, já no intuito de virar e fechar a porta.

-Eu garanto que é do seu interesse. - ela falou

-A sua garantia não vale muito, já que você não é muito confiável, não é mesmo, Renata?! - indago erguendo uma sobrancelha e ela bufa levemente.

-Olha, eu vim aqui, nesse fim de mundo e não foi em vão, então, será que pode me ouvir? 

-Hummm… - digo olhando para cima e pensando - Não. Não posso! - completo já fechando a porta 

-Ísis, por favor, é importante! - ela pede e acho que bati com a cabeça. Essa mulher pediu "por favor"? Bem ela não está! Então abro novamente a porta e a encaro.

-Quer tanto assim falar comigo? - pergunto a avaliando.

-Quero. Será que pode pedir para ele me deixar entrar? - pergunta e Décio já balança a cabeça em negação.

-Tudo bem, mas terá regras…

-Senhorita… - Décio começa a falar em tom incrédulo com minha decisão.

-Que regras? - ela o corta e parece interessada

-Sem baixar o nível e sem gritar durante essa tal conversa. E, caso eleve sua voz uma única vez sequer, Décio tem permissão para invadir a casa e arrastar você para fora. Entendeu? - pergunto a encarando.

-Perfeitamente. - ela respondeu e então respirei fundo.

-Pode deixar passar, Décio. - falei, por fim.

-Senhorita, o senhor Alexandre não irá aprovar isso. - ele alerta e eu tenho consciência disso.

-Ele não está aqui agora e pode deixar que eu me viro com ele, Décio. - digo em tom compreensivo.

-Terei que informá-lo sobre isso. - ele diz e sei que é seu trabalho, quanto a isso, não há o que fazer.

-Tudo bem. - digo e então ele vira de lado e permite a passagem dela a contra gosto. 

-Qualquer grito, eu entro, senhorita! - ele informa e parece preocupado, então assinto e deixo que a sebosa entre e em seguida fecho a porta. A guio até o sofá e ela avalia tudo, já se sentando.

-Até que não é de tão mau gosto, mas é minúsculo. Meu quarto é maior que isso aqui tudo… 

-Você não veio aqui para falar da decoração e estrutura da minha casa, ou veio? - a corto

-Não...

-Ótimo, então seja lá o que queira dizer, já pode começar! - digo sentando na outra ponta do sofá e a encarando.

-Bom… - ela começa a falar se remexendo no sofá e tomando ar - Você não estava errada, Ísis… não estava errada em acreditar e dizer que não está se envolvendo com um homem comprometido, porque, afinal, Alexandre não é. - diz e desconfio de toda essa sensatez.

ALEXANDRE FERRARI IIOnde histórias criam vida. Descubra agora