One Night - Versão Sariette [Intersexual]

Capítulo 22

N/A: Salve, salve, minha gente! Chegay com capítulo novo. Vi pelos comentários que uma parte ficou na revolta com a hipótese da Juliette vir a esconder a possível gravidez da Sarah. Meus amores, se acalmem e fé na autora que no final tudo dará certo.

Bora ler.

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Eu não ouvi aquilo, ouvi?

Ficou surda de repente, por acaso, é?

Sai daqui, sua grossa!

— Que estupidez é essa que disse?

— Não é estupidez. Antes fosse mesmo.

Sarah diz, largando meus cotovelos para se sentar no sofá.

Eu permaneço de pé lhe observando em choque com aquela declaração sua de segundos atrás. Ela não pode estar falado sério.

Quase um minuto após ficar calada, ela torna a se pronunciar, porém sem me encarar.

— Você por acaso é capaz de imaginar ou tentar supor o que eu sente quando acordei e não te encontrei ao meu lado depois daquela noite incrível que tivemos? - Sarah levanta a cabeça para me encarar, já que não lhe respondo. Vejo algo como raiva extrema no fundo daqueles olhos. Em resposta a sua pergunta, eu apenas balanço a cabeça de maneira negativa. Óbvio que eu não sou capaz de imaginar ou supor aquilo. Assim que eu respondo, Sarah então prossegue em sua fala. - Mesmo contra a minha vontade... Eu sente ódio, muito ódio de você, Juliette. Não faz ideia do quanto.

— Ódio de mim? - pega de surpresa eu indago baixo, me sentando ao seu lado.

— Sim! Eu te odiei profundamente. - desviando o olhar de mim, ela diz enquanto encara as próprias mãos unidas sobre as pernas. - Você foi embora sem me deixar um papel com um número pra eu entrar em contato com você. Nada! Por um momento, sabe... - virando o rosto para mim, ela volta a me olhar. - ... Eu cheguei até a pensar que nossa noite foi um mero sonho meu. Mas aí o seu perfume no travesseiro ao meu lado e no lençol, me deu a certeza de que não foi sonho algum. Foi muito real a noite que tive com você. E mais ódio me deu, porque... - pela segunda vez seus olhos deixando de me encarar para ficar encarando suas mãos. - ...Você foi embora sem se despedir.

Engulo seco. Confesso que estou sem palavras pelo que ouço dela. Jamais imaginei que ela tivesse sentido ódio de mim. E eu posso ver agora esse sentimento estampado nos olhos dela ao contar aquilo.

— Eu sinto muito. - murmuro, mas ela parece não ter ouvido, pois continua, falando sem me olhar.

— Quando voltei pra Nova Jersey, você e a nossa noite ficaram repassando em minha cabeça por dois torturosos dias. E quando Anitta me procurou e contou da gravidez dela, eu fiz sim o pedido de casamento por causa da condição que minha mãe impôs. Não vou ser hipócrita de negar isso. Só que também fiz, porque eu ainda estava puta de ódio de você ter sumido. Sei que deixamos claro na ocasião que seria sexo casual, mas... - ela faz uma longa pausa e deixa escapar um supiro. - Enfim, eu fiquei puta por ter me largado lá. E de uma forma idiota, eu queria te punir quando eventualmente, por essas casualidades da vida nos encontrássemos por aí. Queria que me visse casada e...