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Sobre o túmulo se encontram depositados vários arranjos de flores e coroas de diversos tipos, e ainda tem mais outros que os funcionários do cemitério terminam de ajeitar no local. Quando eles enfim acabam o serviço, partem dali deixando apenas: Sarah, eu, Carla, Arthur, Matilde, Anitta, Luke, Kerline e sua filha. O restante das outras pessoas que vieram ao sepultamento de Abadia tinham se dispersado dali e muito provavelmente, se encontravam na entrada do cemitério ou ido embora mesmo.
- Curioso como são as coisas... - a fala da amiga de Sarah rompe o silêncio que já vem durando desde o momento que os funcionários se foram, algo ocorrido há alguns minutos. Todos (exceto Sarah) olhamos para Kerline que mantém seus olhos encarando a lápide do túmulo a nossa frente. - Podemos ter o dinheiro que for, sermos famoso ou não, rico ou pobre, preto ou branco, mas no fim... - ela faz uma longa pausa e olha para nós: - Todos ao morrer acabamos tendo o mesmo destino: ir parar debaixo da terra.
Está aí uma grande verdade. Não importa mesmo quem você seja, se tem um patrimônio enorme e inestimável como o de Abadia ou se não tem nada além de um teto sobre sua cabeça e uns trocados na carteira, todos no final vamos parar debaixo da terra como bem disse Kerline. E, mais, sequer levamos as coisas materiais que adquirimos ao longo da vida.
- "Do pó viemos ao pó voltaremos". - Matilde cita aquela passagem da Bíblia que a Li uma vez me disse quando eu era pequena e que tornei a ouvir do reverendo que fez um sermão no velório do meu avô.
- Pois quando eu morrer quero ser cremada e assim virar pó mais rápido do que levar anos embaixo da terra para isso acontecer.
- Mãe não começa com os seus comentários loucos! - a filha de Kerline lhe dá um cutucão com o ombro.
- Ei, não me repreende na frente dos outros, garota. A mãe aqui sou eu, não você.
- Às vezes parece bem o contrário.
Eu tenho que apertar os lábios para não rir delas. As duas mais parecem duas irmãs discutindo, do que propriamente mãe e filha.
- Acho melhor irmos, não é? - Arthur propõe.
Eu e a maioria concordamos já Sarah pede para irmos na frente, pois ela precisa de uns minutos sozinha ali.
Sigo com os demais deixando Sarah sozinha com a sepultura da mãe dela e do pai que fica bem ao lado da que Abadia tinha sido enterrada. Caminhamos até pararmos há uma distância bem razoável de Sarah. Enquanto os demais trocam conversas e falam entre si, eu estou calada somente prestando atenção em Sarah. Como ela está de costas, eu não tenho qualquer noção de sua fisionomia naquele momento.
Será que ela está chorando?
Até aquele momento eu não tinha lhe visto derramar uma lágrima que seja, algo no mínimo curioso. Daria tudo para poder saber o que se passa dentro dela naquele momento em que está lá, sozinha diante do túmulo de seus pais. O que ela estará pensando? Será que está dizendo algo ao...
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One Night - Versão Sariette [Intersexual]
Fanfiction"Não havíamos marcado hora, não havíamos marcado lugar. E, na infinita possibilidade de lugares, na infinita possibilidade de tempos, nossos tempos e nossos lugares coincidiram. E deu-se o encontro." (Rubem Alves) **** De longe a vi linda e charmosa...